O Passado

Os meus pais voltariam à Terra e isso eu entendia.
Eu já os ouvia clamar: “Por quê e para quê Deus pode achar isto correto?”
Agora estava claro para mim.
Todas aquelas outras perguntas e os acontecimentos eu deixaria descansar por enquanto no meu interior profundo.
Dissipavam uma depois da outra.
Eu iria continuar até me esvaziar e não tivesse mais perguntas dentro de mim.
Então eu veria o que fazer.
Eu poderia pensar assim eternamente, mas eu tinha que ir sempre além.
Eu me concentrava na minha própria vida.
Ir até aonde, Lantos?
Você chegou até aqui, agora vá em frente!
Agora me concentrava no mundo astral e depois de um pouco de tempo entrei ali.
Segui a voz do meu coração e essa voz me levava ao lugar onde eu nasci.
Eu queria saber tudo da minha juventude.
Eu já tinha aprendido a me concentrar de diversas maneiras, portanto acontecia por si mesmo.
Eu flutuava sobre a Terra e sentia que deixava esta Terra.
Eu não sentia impedimento em nada e atravessava tudo.
Eu sabia que chegaria no lugar onde passei a minha juventude.
Estas forças eram infalíveis.
Eu estava curioso para saber como tudo se encontrava lá.
Os meus pais viviam neste lado e a sua posse, naturalmente, tinha ido para outras mãos.
Mas nas mãos de quem?
Como tinha sido o fim deles na Terra, eles morreram de forma natural?
E a Marianne?
Isso eu queria saber também, resumindo, tudo o que fazia parte da vida dela e da minha, se isso pelo menos fosse possível.
Onde quer que eu olhasse, havia vida.
Se eu me apressasse, eu não via nem sentia nada.
Mas de maneira devagar eu via o Homem astral que se movimentava adiante, como eu, se nós tivéssemos a mesma sintonização.
De outra maneira não seria possível.
Cada um seguia o seu próprio caminho.
Um com a intenção de ajudar,o outro para destruir a vida.
Ainda outros para se tornarem conscientes, como eu.
Porque eu não era consciente, eu era ainda um morto vivo.
Consciencialização, sim, era isso que eu queria adquirir.
Agora eu sentia que me aproximava do fim e entrei na minha posse paternal.
Eu tinha focado os meus pensamentos nisso e foi assim que eu lá cheguei.
Imediatamente fui até à casa da família, ali o passado seria revelado para mim.
O Emschor me prometeu isso e ele cumpria a sua palavra, disto eu não tinha dúvidas.
Eu andava novamente na minha posse, no chão que ardia debaixo dos meus pés e que deixei um dia.
Porém, agora tudo era diferente.
Onde havia, um dia, minha morada da família agora existia só uma ruína.
Será possível, eu estava no lugar certo?
O velho castelo estava em ruínas.
Mesmo assim eu sentia que estava na minha casa da família onde eu, um dia, vivia.
O que tinha acontecido aqui?
Eu queria ir embora, mas senti surgir em mim forças já conhecidas.
Fique, ouvi, logo chegarei até você.
Realmente, isso eu já tinha visto e me lembrei da época em que eu tinha vivenciado esta visão.
Foi na altura em que fui embora e agora vi que a minha observação era a verdade.
Mas qual era a causa da destruição da nossa casa?
Pelos elementos?
Um dia eu tinha visto isso, voltei para casa, mas tinha percebido que não havia acontecido nada.
Neste momento havia os alicerces apenas do que, um dia, era uma mansão altiva.
Agora eu sentia entrar em mim a força do meu mestre e em pensamentos eu disse-lhe: “Bem vindo mestre, sou-lhe muito grato.”
Depois ouvi dizer: “Lantos, sou eu Emschor.”
Perguntei: “Estou errado, mestre?”
“Não”, foi sua resposta, “você acertou.
Aqui você viveu, daqui você entrou no mundo afora.
Neste lado a voz do seu coração nunca o engana, continue a segui-la, precisa apenas ouvir.”
“Posso fazer perguntas?”
“Faça o quanto quiser, estou pronto.”
Senti onde devia começar, porque eu via toda a minha vida diante de mim.
A minha primeira pergunta foi: “Por que eu sentia, na minha juventude, aquela rejeição repentina, por tudo que era rico, por aquelas crianças e aquelas festas?
De onde vinham aqueles sentimentos?
Você pode me responder sobre isso?”
“Responderei, escute e tente-me entender.
Era eu, Lantos!”
“Você?
Por que fazia isso?”
“Dentro de você havia aqueles sentimentos, que eu despertei.
Aquelas forças incompreensíveis faziam parte do passado.
Nesta vida você transitaria a uma outra vida e todas as vidas em que viveu e de quais já se desfez.
Portanto, quero dizer, a sua última vida na Terra.
Eu só tornava aquelas vidas conscientes.
Eu atuava sobre você mesmo, e em conformidade você agia.
O homem vem à Terra para um fim determinado, eu já lhe disse, para consertar.
Em você havia aquela força, portanto era a sua vontade aceitar uma outra vida.
Você entrou naquela sintonização espiritual, mas na vida antes daquela, não na vida em que você se livrou da sua vida material.
Porém, eu fico por enquanto com a sua última vida, logo poderá perceber todas aquelas outras vidas das quais lhe falei há pouco e poder-lhe-ei ligar conscientemente.
Pergunte-me se aquilo que eu disse há pouco, não estiver claro, eu responder-lhe-ei.”
“Se eu entendi bem”, eu disse, “eu entrei naquela vida na Terra para me livrar dela e fugir da nossa posse?”
“É assim, sentiu claramente.”
“Esta é uma lei?”
“A lei de causa e efeito.”
“Agradeço”, eu disse.
“O senhor me ajudou em tudo?”
“Sim, em tudo.”
Também na arte?”
“Também.”
“Então tenho muitas perguntas para lhe fazer.”
“Continue, Lantos, estou à sua disposição.”
“Diga-me, Mestre, numa vida anterior eu era artista?”
“Sim, no Egito antigo.”
“O que diz?”
“No velho Egito.”
“Como é estranho e curioso o que diz.”
“Para você são milagres, mas todos aqueles milagres e problemas são verdades da vida que a alma vivenciou.”
“Você sabe aonde adquiri aqueles sentimentos artísticos?”
“Isso você vivenciará também.”
“Agradeço”, eu disse, “pode me contar disso já?”
“Não, no lugar onde você viveu, portanto depois.”
“Isso acontece da mesma maneira como eu já vivenciei?”
“Sim, ali poderei ligá-lo ao passado, aqui se torna difícil.”
“Pode-me esclarecer por que eu era assim na minha juventude?
Quero dizer o que me protegia e de onde vinha o desprezo pela minha estirpe?”
“Isso tem a ver com a sua primeira pergunta.
Em você havia o sentimento de partir.
Você queria se desprender, mas na sua juventude não pôde sentir isso.
Tudo isso era profundo demais, mesmo agora você ainda não poderá sondar a profundeza destes sentimentos.”
“Não”, eu disse, “não consigo, mas sinto o que quer dizer.
Agradeço-o mestre.
Portanto você me despertou também nisso?”
“Sim, fazendo você ficar consciente destes sentimentos, você sentia como tinha que agir.
O desprezo pela nossa estirpe se manifestava porque você queria encontrar o mais elevado.
Isso está claro?”
“Sim, entendo.
Mas o quê, se aqueles sentimentos não estivessem dentro de mim?”
“Muitos séculos se teriam passado.
De qualquer maneira você teria chegado nesta situação de força espiritual.
Isto é inevitável.
Portanto aqueles sentimentos você adquiriu noutras vidas.
Todo o Homem, mais cedo ou mais tarde, entrará numa e a mesma afinação de sentimento.
Ele vivenciará de outra maneira, mas tudo se resume a isso, que interiormente e inconscientemente ele mesmo quer.
Por isso o Homem é profundo e estes são problemas para ele.
Mas todos aqueles problemas, como eu disse há pouco, têm um significado, que é transitar para uma sintonização mais elevada que o Homem adquiriu noutras vidas.
Isso pertence ao ciclo da Terra.
O que numa vida o Homem roubou do outro, ele terá que consertar numa outra situação.”
“Então eu roubei de outros esta posse que eu não queria?”
“Você não, mas eu.”
“Mas o que tenho a ver com tudo isso?”
“Você era o meu filho.”
“O que diz, eu era o seu filho?”
“O meu filho, Lantos.
Você é meu menino, mas de séculos atrás.”
“Você se aprofunda cada vez mais.
Você me fala de milagres, só de milagres e problemas.
Eu o seu filho?”
“Meu menino, o meu filho, Lantos.”
Problemas, pensei, dos quais nunca ousei sonhar.
“O Homem não é um milagre?
Não é um problema?
Depois lhe esclarecerei isso.
Continue, que depois poderá entender melhor tudo isso.”
“Você diz que todas as pessoas vivenciam isso.
Elas também são conduzidas?”
“Todas, porque o Homem está em ligação com milhares de outras pessoas e todas elas têm a ver com isso.
Mas a partir deste lado o Homem, ou seja a alma, é influenciada.
Porém, só se isso fôr possível.
Portanto as pessoas entraram nesta sintonização mais elevada, doutra maneira não é possível.”
“Às vezes, dentro de mim, havia pensamentos mais rápidos que eu.
Você me pode esclarecer isso?”
“Era a minha concentração forte que falava através de você.”
“Agradeço, Mestre, entendo-o perfeitamente.
Você me conseguiu alcançar.”
“Justamente, como mesmo agora, porque esta atuação é a mesma.
Agora você sabe como se ligam deste lado com o Homem da Terra.”
“Por isso o meu sentimento artístico tornou se consciente?”
“Sentiu muito bem, só por isso.”
“Tudo é curioso, grandioso e profundo.”
Você vivencia milagres e só você pode vivenciá-los, porque eu me ligo a você.
Uma sintonização mais elevada se pode ligar aos que estão abaixo da sua própria sintonização de vida.
Isso deve estar claro agora.
Transitar e ligar, com isso você se torna consciente.
Você conhecerá aquelas forças.
Só depois entrará numa vida mais elevada, onde lhe aguarda grande felicidade.
Nunca se esqueça disso.”
Continuava a ver a mim mesmo ainda.
Era maravilhoso o que eu vivenciava nesse momento.
Então ouvi: “Você vê através da minha vontade e das minhas forças.”
Perguntei: “Você sempre sabe o que eu penso, é tão simples assim?”
“Com outros você não fazia isso?”
“Sim, eu já vivenciei isso, mas vivenciar isso sempre novamente é justamente o maravilhoso e não me canso de pensar sobre isso.”
“Você vê, Lantos, como estas forças são lindas.”
“Eu quero adquiri-las, mestre.”
“Continua assim e procure pelo Bem, assim mudará dentro de você.
Mudando você sentirá a vida, curvará a sua cabeça para Ele que governa tudo.”
“Vivenciar isso é como um sonho.
Senti bem isso?”
“A vida para você, portanto a sua juventude, você vê numa situação visionária.
Você é claro de espírito, mas pelas minhas forças.
Você não poderá fazer isso pelas próprias forças.
Só por querer o Bem você as adquirirá.
Eu bato sempre nesta tecla, porque é a única maneira para poder chegar mais alto.”
“Você não está diante de um ingrato, Mestre.
Eu quero, estou convicto disso.
Você é Amor, Mestre e você ama, mais do que eu.”
“Eu não apoiaria o meu próprio filho?
Você agiria de modo diferente?
Os pais sabendo todos estes milagres e problemas, e ao conhecê-los, eles não agiriam como eu?
O amor não será a força que nos une, que move montanhas e faz viver a nós e toda a vida?
Que nos une ao mais alto que houver, com o nosso Pai do Céu?
O nosso caminho nos leva até lá.”
“Eu sou pobre em amor, Mestre, ainda sou pobre”, em que ouvi: “Mas você está conquistando este amor.
Você quer ser ajudado, esta já é uma grande posse.
Quer dizer que você está disposto a carregar a sua cruz e ao carregar você se curva diante das forças mais elevadas.
Este é o caminho, o único, meu menino.”
“Portanto, ainda sou inconsciente?”
“Infelizmente é um morto vivo.”
“É duro”, eu disse, “ter que ouvir isso.”
“Aquela dureza você abandonará.
Vivenciando a vida você mudará.
Faça sempre o Bem, senão se tornará impossível.”
“Portanto os Homens da Terra não são conscientes?”
“Não, nenhum deles.
De todos os milhões de seres que neste momento vivem na Terra, nenhum está consciente espiritualmente.
Só quando o Homem entrar na primeira sintonização espiritual neste lado ele recebe consciência.
Aquela consciência é o amor que possuem; por fazer o Bem e viver para os outros alcançaram esta altura.”
“Eu ainda não fiz nada para os outros”, eu disse.
“Aquele tempo também estará chegando.
Depois fará algo para os outros, basta ter paciência.
Aqui só se pode fazer aquilo que está interiormente em você, o que sente, o que vive em você e aquela força é amor.
Sentir amor por toda a vida o despertará.”
“Na minha juventude eu moldava o meu Deus, porque?
Pode me esclarecer isso?”
“Na juventude já havia em você o desejo de felicidade e pelo mais elevado.
Portanto desejos que se manifestavam desta maneira.
Você queria conhecer a vida, assim também Deus.
Mas você não entendeu aqueles sentimentos, mas eles têm este significado.”
“Você me ajudava nisso também?”
“Sim, eu o incentivava a procurar pela vida mais elevada e cada pensamento reforçava isso, o despertava e o obrigava a seguir aquele caminho.”
“Agradeço você, mestre, entendo isso, agora também não sou diferente.”
“É assim.
Neste momento você está consciente, mas naquele tempo agia inconscientemente.”
“Você diz que neste momento estou consciente e há pouco que sou um morto vivo, o que devo entender disso?”
“Você não está olhando na sua juventude?”
“Sim, diante de mim tudo isso se desenrola, eu vejo e sinto isso.”
“Então, você está consciente disso, mas pelas minhas forças.
Você vê, ouve e sente, mas este ver, ouvir e sentir não é consciência espiritual.
Você ainda não tem posse espiritual.
Se assim fosse, você estaria numa outra esfera, naquela de luz.
Mas ainda há escuridão à sua volta e por isso não está consciente espiritualmente.
Portanto esta consciência existe porque o ligo.
Por isso sabemos que na Terra o Homem não está consciente.
Ali, eles estão conscientes apenas materialmente, amam materialmente e, portanto, esta é uma outra consciência.
Se falo de consciência espiritual, então esta é sua sintonização eterna.
Você ainda sente terreal, ou seja, materialmente.
Nós conhecemos a vida material, portanto consciência material, consciência espiritual e consciência cósmica.
Você ainda vive na sua vida material e neste momento vai largar essa vida.
Você tenta adquirir uma outra consciência.
Isso está claro para você?”
“Sim, sinto o que você quer dizer, agradeço.
Se na minha juventude eu era eu mesmo, você se retraía, porque me lembro daqueles sentimentos?”
“Sim, era a si mesmo.
Não se esqueça que o Homem tem vontade própria e que o espírito mais elevado não influenciará a sua vida, nem poderá, porque ela sabe disso.
Terá que agir você mesmo, nós podemos protegê-lo e conduzi-lo apenas.
Portanto, o seu interior não tem como ser alterado por nós em nada.
Espírito nenhum pode carregar os ónus do Homem.
Cada Homem carrega a sua própria cruz.
Mesmo assim podemos ajudá-lo conduzindo-o naquela direção.
Portanto não está ao meu alcance fazê-lo viver como eu desejaria.
Isso não é possível e por isso você sentia dois sentimentos contraditórios que tinha a ver um com o outro.
Quando eu sentia e via que você iria entrar no caminho errado, eu o ajudava instigando-o por aquele outro caminho.
Em silêncio eu agia em você, o que você sentiu claramente.”
“Eu fazia sol e nuvens, por que?”
“Você buscava, almejava felicidade espiritual.”
“Isso tem a ver com os meus afazeres em muitas outras coisas?”
“Com a sua juventude toda, aquele impulso estava em todos os seus sentimentos.”
“Eu mirava o céu horas a fio, isso pertencia também a isso?”
“Sim, o desejo de saber, de conhecer a Deus, de possuir felicidade espiritual o levou a esta situação.”
“Quando o meu sol ficou molhado pela chuva senti que tinha a ver com a minha vida; por mais novo que eu era eu tinha este sentimento.
Isso era a verdade?”
“Você já vivenciou isso, você sabe que a sua vida foi destruída.
Mas eu fiz você sentir isso na juventude.”
“Você sabia isso muito antes?”
“Sim, eu via na sua vida.”
“Isso é curioso, você via muito à frente.”
“Eu esclareci já que o Homem é sondável, mas só quando se possui aquelas forças.
Eu via na sua vida da maneira que você percebe agora.”
“Portanto, você não podia intervir?
Quero dizer, você não poderia ter alterado a minha vida?
Isso tinha que acontecer?”
“Sim, tudo está predeterminado, é uma lei divina.
Na sua situação anterior, no mundo da inconsciência eu esclareci-lhe isso.
Portanto, você retornou à Terra com um objetivo determinado e nisso não se pode mudar nada.
Nem por um Espírito ou um Homem, por mais alto que eles alcançassem.”
“Se eu o sinto bem, a minha transição, quando eu terminei a minha vida, não tem significado e fica fora daquela lei?”
“Não, você teria falecido a seu tempo.”
“Portanto, eu agia por mim, não sob influência cósmica?”
“Sentiu claramente, é assim.”
“Portanto, todo aquele sofrimento foi em vão?”
“Não, isso não, você foi despertado.”
“Sim, aprendi, por mais difícil que possa ter sido.
Mas donde me conhecia aquele que me instigou a isso?”
“De uma outra vida.”
“Então ele estava consciente disso?”
“Sim.
Ouça bem, eu lhe esclarecerei.
Você estava consciente do seu sentimento artístico?”
“Sim, eu estava.”
“Bem, por que ele não estaria?
Nele havia ódio, um ódio por um ou outro Homem.
Aquele Homem era você.
Ele o odiava, podia odiá-lo porque um dia, há muito, você o atormentou, o torturou.
Aquelas forças e aqueles sentimentos dissolvem-se só quando tudo é consertado, cessam de existir.
Você o encontraria na sua vida terrena e isso aconteceu.
Portanto, tudo, meu Lantos, causas e efeitos.
Você vivenciou o efeito de uma causa.
Ele sabia o que lhe aguardava e por isso, só por isso, você estava em ligação com ele.
Um dia você o torturou – logo contemplará – e por isso você tinha que consertar algo.”
“Mas o que aconteceria se eu não tivesse terminado com a minha vida terrena?”
“Você teria vivenciado que os Demônios o tivessem aguardado neste lado.
Você teria sido atacado e eles o teriam arrastado, torturado e batido.
Pois também naquele momento você teria sentido a causa deste acontecimento.
Depois então ele partiu, algo havia mudado nele e em você.
O passado dissolveu-se nisso, assim também a lei de causa e efeito, assim também o Homem, a alma que vivenciaria isso e que tinha de consertar.
Inconscientemente ele foi atraído por você, mas mais tarde tudo se tornou consciente para ele e aquele sentimento transitou a consciência.
Pois, você não se tornou artista?
Não eram estes os seus desejos?
Isso não aconteceu?
Portando sentimentos, mas causas e efeitos, nada mais.”
“Saberei por que e como isso aconteceu no passado?”
“Depois, quando poderei ligá-lo com o passado.
Então estará feliz que isso já está consumado, que você tenha consertado.”
“A minha morte e a transição teriam chegado alguns anos mais tarde?”
“Muito bem, você sentiu bem, é assim.”
“Agora está muito claro, mestre e agradeço.
Você também atuou sobre os meus pais?”
“Não, eles viviam a sua própria vida.
Não eram alcançáveis e transitarão em outras vidas para chegar neste estágio de sentimento, de amor.
Eles têm muito que aprender.
Em que eles virão agora significa que terão que trabalhar muito para a sua existência.
Disso precisam eles e mil outros, o que é possível só na Terra.”
“Mas por que eu tinha que vivenciar tudo isso e eles não?
Eles não são da nossa estirpe?”
“Você pertence a mim, o que ficará claro daqui a pouco.
Você é e era o último da nossa estirpe.”
“Ah, agora começo a entendê-lo.
Se eu sinto isso, você é a causa e eu o efeito.”
“Nós somos um, Lantos, temos ligação, assim como a lei de causa e efeito tem o mesmo significado.
Uma causa será consertada e isso aconteceu agora.
Você vivenciou isso.”
“Portanto, por mais que os meus pais quisessem, eu não poderia ter dado sucessores à nossa estirpe?”
“Isso também é muito bem sentido.
Não, escute, o seu ciclo da Terra terminou.
Fui eu a pessoa que fixou tudo isso.
Você era o meu filho e, portanto ambos consertamos.
Os seus pais viviam da nossa posse que eu, um dia, tirei de um outro.
Mas séculos atrás.
Mas na sua última vida na Terra este passado revelar-se-ia e isso vale para cada pessoa.
Todos vivenciarão, retornarão e consertarão, ninguém escapa disso.
Tudo isso é luta, dor e tristeza.
Você vivenciou isso.
Em você havia aquela luta, mas eu o apoiava em tudo para ir e aceitar, fazer o que sentia interiormente.
Eu lhe pergunto, você quereria ter a posse de outros sabendo que lhes fora roubado?”
“Não”, eu disse, “eu não quereria.”
“Bem, você iria embora e deixar tudo isso para trás, porque interiormente você chegou a este ponto.
Senão ter-se-ia tornado um soberano.
Está claro?”
“Sim, mestre.”
“Os seus pais viviam todo aquele tempo de bens roubados, da posse de outros, mas um dia lhes será tirado e tudo se dissolverá.”
“Portanto, na nossa posse descansava uma maldição?”
“Sim, a maldição do passado.”
“Então, isso também ficou claro, eu senti.
Agora sabendo isso, entendo a minha partida.
Eu queria ir, algo me impulsionava fora de casa e isso significou que me iria livrar do passado.
Como tudo é poderoso, mestre, como é maravilhoso e natural.”
“Estas são leis, meu filho, leis naturais, é a condução santa de Deus.”
“Outros voltam e doam os seus bens a outros, esta é uma situação igual a minha?”
“Às vezes, nem sempre, mas geralmente é a mesma força, não existe outro significado.”
“Mas então não é praticar o Bem, é consertar?”
“É assim, mas o Homem não está ciente disso, ele acha fazer Bem, mas salda as suas dívidas.”
Profundo, muito profundo, pensei.
Não era bem nem mal, ele só cumpriu uma lei e consertava o que, um dia, praticou de errado.
O que me era esclarecido, neste momento, era poderoso e agradeci intensamente o mestre.
“Outros o forçam a fazer isso?” perguntei.
“Sim, outros os instigam e naturalmente têm a ver com eles.”
“Como tudo se encaixa, Emschor.”
“É a vida.
Uma coisa tem ligação com a outra, transita à anterior.
Estas são leis, as leis santas de Deus, situações, ligações e sintonizações no Espírito, portanto, causas e efeitos.
Você sente, tudo é a vontade de Deus, Deus conhece todos os Seus filhos e sabe o que farão na vida na Terra.
Seja o que for, em que situação nascerão, pobre ou rico, tudo está traçado e acontecerá.
E este acontecer é a vontade santa de Deus que governa e conduz tudo.
Deus sabe o que alma vivenciará na Terra, porque o Homem volta ali para receber, seja o Bem ou o Mal, felicidade ou pobreza, luta ou miséria.
Devido a uma situação anterior eles chegaram a isso.
Eu vivenciei isso, você também e mil outros ainda terão que vivenciar.
Ainda outros estão na Terra e servem e se entregam totalmente aos outros.
Mais tarde isso lhe ficará claro, você verá e vivenciará.
Você está ouvindo, sempre de novo vivenciar, até que tenha adquirido o amor espiritual e entrar nas Esferas de luz.”
“Você conhece a Marianne?”
“Sim, conheço-a.
Aqui você brincou com ela, eu o segui em tudo.”
“Você sabe como ela transitou?
Pode me contar sobre isso?”
“Sim, mais tarde, quando chegarmos a este ponto, portanto, tenha mais um pouco de paciência.”
“Por que, se me permite colocar esta pergunta, ela agia tão estranho?
Quero dizer, na minha juventude.”
“Nela havia os mesmos sentimentos que você sentia, sendo a ligação com você, mas nem ela estava consciente disso.
Nem estará quando nascer de novo.
Mas um dia chega a este ponto, então saberá que ela é a sua.
Você já sabe, mas ela transitará neste sentimento.
Ambos têm que consertar, ela na Terra, você neste lado.
Por isso também ela agia segundo um impulso interior.
Mesmo assim ela terá que vivenciar a sua própria vida, assim como você.
Então deve estar claro que isso pertence ao passado, o que o Homem não entende na sua vida terrena e sente assim mesmo.
Porém, um dia se torna consciente e isso será neste lado.
Ali, portanto na Terra, isso não é possível.
Você não vê atrás do véu, não sente a profundeza da sua própria vida, não pode ver através de todos aqueles séculos.
Isto, eu já lhe disse, podem só os que possuem as forças e que são os despertados cósmicos, os mestres que alcançaram as Esferas mais altas, os que ajudam você e a mim para convencer a humanidade na Terra do seu prosseguimento eterno e do ciclo da alma.
Ao mesmo tempo, que eles estão ali para consertar e a aprender a amar, o que é a vida de Deus.
Este é o caminho que eles percorreram e eu e você e milhões hão-de percorrer.
Portanto ela, a Marianne, agia segundo o sentimento interior que estava escondido profundamente nela.
Vocês dois são almas gêmeas, são um em tudo, em sentimento, em entender e em amar.
Mas esta ligação receberá só primeiro neste lado.
Só mais tarde, meu Lantos, pois você está trabalhando para merecer isso, ouviu bem; merecer.
Agora você não poderá amar mais ninguém.
Aquela união de sentimento transita em vocês dois.
Nisso vocês se sentem, se conhecem, nisso sente o Amor santo de Deus.
Este amor é poderoso, por ser poderoso terá que merecer aquela grande força que significa felicidade e a benção.
Você deste lado, a Marianne na Terra.
Agora ela terá que consertar o que, um dia, fez de mal ao seu amigo Roni.
Também isso eu lhe mostrarei, mas depois.”
“Então senti bem quando eu andava aqui e carreguei a estátua da Marianne nos meus braços?”
“Sim, mas os sentimentos eram os meus.
Eu depositei aquela verdade em você, que sentiu, mas não entendeu.
Neste momento tudo está claro e aconselho-o a aceitar isso.”
“Eu já me tenho encontrado com ela na Terra?”
“Sim, você a conhecia e ela a você há muitos séculos, mas ambos destruíram a sua felicidade.
O Homem destruirá o que não conhece apesar de pertencer a ele, à sua vida interior.
Mas você não alcançou este ponto ainda.
Por isso todos os Homens ainda não são conscientes, não ao ponto para receber este grande e sagrado amor.
Eles acham que possuem este amor, mas são pensamentos e desejos próprios que não contêm verdade espiritual.
Eles não têm noção do amor espiritual, nem da união espiritual e compreensão.
O que sentem pertence à vida material e são terrenos, portanto sentimentos materiais.
Este sentimento está longe da felicidade espiritual.
Todos, seja quem for, terão que se desenvolver.
Mas isso custa luta, dor e sofrimento; mas só por isso se pode adquirir aquela felicidade grande e poderosa.
Nesta, portanto na vida do Espírito, todos os Homens serão ligados.”
“Portanto, na Terra, ninguém recebe este amor?”
“Recebem sim.
Na Terra vivem Homens juntos que já chegaram aquele ponto, mas todos aqueles seres pertencem aos abençoados, porque em tudo são um.
Mas se houver um pensamento apenas que um emita ao outro e não é entendida, aquela ligação não tem significado espiritual e esta é uma ligação terrena.
Só então aquela ligação será espiritual, quando os Homens, portanto homem e mulher, possuem este amor e o carregam interiormente.
Mas então eles pertencem ao nosso mundo e são crianças no espírito, ouve bem; crianças.
Amor de gêmeos que você aguarda e que você está trabalhando para merecer, é a ligação mais sagrada que conhecemos deste lado, é a felicidade mais alta que Deus possa doar aos seus filhos.
Este amor doa, serve; ela transita nele e ele nela, eles vivem através do seu sentimento, em oração e na fé e trabalham para um fim, para fazer feliz o Homem e toda a outra vida que Deus criou.”
“Então não precisa de me dizer mais nada.
Não cheguei neste ponto ainda.”
“Agradeço; é maravilhoso que começa a me entender.
Continue assim, assim poderei lhe esclarecer e esclarecerei muitos milagres.”
“Por encontrá-la, sempre me tornei consciente do amor dela?”
“Sim, é assim.”
“Portanto nós tínhamos que nos separar?”
“Isso foi necessário e ao mesmo tempo não foi.
Você poderia vencer isso pela luta, aceitando uma vida como um Inferno, pelo que começaria a aprender a amar.
Quem quer isso na Terra?
Mesmo assim é este o caminho.
Portanto o ser, a alma, encontrará aquele ser que pertence a ele cosmicamente.
Novamente é a vontade de Deus e uma lei em que ninguém poderá alterar alguma coisa.
Mas o Homem não aceita, ele parte em busca até pensar ter alcançado o tão desejado objetivo e nisso vê o seu amor.
Por isso o Homem, portanto a alma, retornará à Terra, as pessoas se encontrarão, sempre de novo, por serem um só, vivenciam uma só vida, o que representa o seu ciclo da Terra da sua vida de alma.
É para isso a Terra, meu Lantos, o planeta ao qual pertencemos.
A Terra e a nossa vida servem como Esferas de purificação.
Uma vez completadas essas Esferas, a alma se prepara para entrar no quarto grau da sintonização universal.
Há sete níveis e você deve sentir que passarão milhares de anos até que estejamos preparados.”
“Você já recebeu esta grandeza?”
“Sim, Lantos, me deram esta grandeza.”
“E você está sozinho?”
“Não, nunca mais poderei estar sozinho porque esta posse está dentro de mim.
Você sente o significado profundo disso?”
“Sim, sinto, pois você transitou naquela posse.”
“É isso mesmo.
Uma separação não é mais possível, porque eu vivo naquela sintonização.
É a minha posse.”
Também a dela?”
“Somos um, Lantos, e permaneceremos um, também à distância.
Na nossa vida não há mais distância quando almas são um só, sentem um só amor.
O que eu vivencio e sinto, ela vivencia.
Você entende como é profundo, e como é sagrado esta ligação?”
“Ainda está longe de mim.”
“Não, se continuar a procurar pelo bem, você receberá esta grandeza dentro de alguns séculos.”
“Você diz, séculos?”
“Séculos, Lantos.
Mas que significado tem, você afinal não vive na eternidade?
O que é um século?
O que é uma idade terrena?
Não é nada.
Você se dignificará para receber aqueles tesouros espirituais.
Um dia você rezará a Deus para poder aguardar mais um pouco.
Você Lhe clamará que ainda não chegou no ponto e estará com medo que mais uma vez não entenderá este amor.
Sente como é poderosa aquela posse, a força e a felicidade de sentir aquele amor?
Poder sentir num outro ser um amor igual ao amor que você é e possui?
Mais uma vez, o que são séculos?
Que seja necessário e que demora tanto tempo posso lhe esclarecer com um pequeno conto.
Escute:
Uma criança nasce na Terra e alcança a idade masculina ou a feminina.
Então se torna ela mesma.
Transita conscientemente - pelo menos para a Terra - naquela vida.
Agora siga esta vida e veja, não sobe, mas desce, cada vez mais para morrer depois.
Passaram-se mais de setenta anos.
Esta pessoa não adquiriu nada.
Está ouvindo?
Setenta anos, quase um século.
Está claro o que significa um século neste lado?
Quantos séculos necessitará para poder receber o mais sagrado?”
“Aceito, mestre, não pode ser diferente.
Aguardarei, prometo.
Na minha infância eu sonhava em me tornar um artista, estes eram os seus sentimentos também?”
“Os meus, Lantos.
Eu depositei aquele sonho em você e fiz você sonhar coisas que um dia aconteceriam.
Portanto, eu via adiante, mas estava em você.”
“Também aquele sonho que eu mataria?”
“Também, pois você se iria esquecer.
Com isso você aprendeu e também que no futuro você se controlaria.”
“Não era possível ir contra isso?”
“Mais uma vez, você tem que vivenciar a sua própria vida e não através de mim e, portanto também não através dos outros.”
“E o mal então?
Eles me levaram até aqui.
Isso eles não podiam fazer, mas aquela força não é a mesma?”
“Eu lhe pergunto, Lantos, é bom fazer o Mal?”
“Não”, eu disse, “isso não.”
“Bem, eles fizeram e terão que consertar isso.
Você expiou, porém ele continuou destruindo outros.
Mas, um dia, também isso terá um fim e ele procurará pelo Bem.
Se, um dia, o encontrará e ele pede para ajudá-lo, o que você fará?”
“Ajudar!”
“Assim tem que ser, Lantos.
Um dia, ele também possuirá aquelas forças e só então vocês serão irmãos no espírito.
Mas ele terá que consertar até o último ato o que fez de mal aos outros.
Porém, você está no início da vida eterna, mas terá que se desenvolver espiritualmente.”
Tornei a perguntar: “A tranquilidade que entrou em mim quando os meus pais, principalmente o meu pai, falaram comigo tão bruscamente, era a sua?”
“Sim, a minha.
Era a minha vontade.”
“Ele me bateu e chutou, ele terá que consertar isso?”
“Ele consertará, não escapará disso e, um dia, fará com prazer.”
“A felicidade que eu senti foi a sua, não é?”
“Sim, Lantos, eu estava feliz que você prosseguia este caminho a qualquer custo.”
“Eu não poder-me-ia ter controlado?”
“Não, os efeitos não teriam sido previsíveis naquele caso.”
“Agradeço, mestre, eu entendo isso perfeitamente.
Esta posse entrou noutras mãos agora?”
“Sim.
Os donos legítimos a receberam de volta, porque era a sua posse.
Muitos séculos atrás eu roubei a posse deles.
Mas você vê, um dia, o dono legítimo receberá a sua posse de volta.
Você vivenciou tudo isso na sua vida terrena anterior, outros percebem isso apenas séculos mais tarde.
Saiba que Deus não conhece soberanos e que Deus é apenas Amor.
Portanto, os pensamentos dos seus pais estavam errados.
Porém, eles não sabiam nada disso e aceitarão isso numa outra situação, quando conhecerão a si próprios e a vida.
Portanto, eles seguem o caminho de você e também eles terão que se desenvolver espiritualmente.
Esperamos que na próxima vida na Terra eles cheguem até este ponto.
Você era o último, como eu já disse e iria embora.
Mas nesta vida tudo se revelaria para você e isso todos vivenciam.”
É poderoso, pensei, nisso o Homem não pode mudar nada e nem sabem disso.
Tornei a perguntar e disse: “Quem destruiu este prédio?”
“Os elementos.”
Então senti bem, pensei, mas ouvi: “Eu o fiz perceber através da minha vontade e forças.”
“Onde estavam os meus pais naquele momento?”
“Na casa, eles foram esmagados.
Aqui jazem duas pessoas, o seu pai e a sua mãe.”
“Eles foram enterrados neste lugar?”
“Não, num lugar na floresta, foi o desejo deles.”
“Era a vontade de Deus que isso desmoronasse de repente?”
“Não, isso não, não tem nada a ver com a vontade de Deus, embora pertença a esta ação.
A transição deles estava marcada”
“Portanto, coincidência?”
“Não, ação, portanto acontecimento, mas só o fim deles, não este desmoronamento.
Mais tarde conhecerá estas leis, agora não me é possível para esclarecê-las.”
“Você fez me vivenciar tudo isso e ver antes, com que fim?”
“Para neste momento convencê-lo do seu ciclo da Terra.
Senão não poderia aceitar.
Mas você vê, todos aqueles acontecimentos têm ligação e se encaixam.”
“Você é poderoso, mestre Emschor.”
“Não diga mais isso, porque sou apenas uma criança em espírito.
Só Deus é poderoso.
Agora também aceitará que não há milagres e problemas e que estes se dissolvem assim que os conhecemos.
Portanto, uma lei espiritual teve ligação com um acontecimento terreno – neste caso os elementos que destruiu a posse deles – e isso significou a transição deles.
Isso diz, que matéria e espírito são um.
Sente o que quero dizer?”
Pensei muito e disse: “Quando eu sofrer um acidente, isso não precisa estar marcado?”
“Sim, isso eu quero dizer.
Quando um acidente acontecer por descuido não é um acontecimento cósmico.
Mesmo assim isso tem significado espiritual, é profundo demais para falar agora sobre isso.”
“Como foi a sua vida terrena e como era a minha vida quando eu pertencia a você?”
“Mostrar-lhe-ei.”
A Terra sumia diante de mim e toda a vida sumia diante dos meus olhos.
Porém permaneci no lugar onde eu estava.
O velho castelo diante de mim tomava formas, tudo mudava e parecia reviver.
Vi isso claramente diante de mim.
Depois vi uma outra imagem.
Num dos quartos deste lindo castelo vi um ser que eu reconheci imediatamente.
Emschor, eu disse em pensamentos, pois era ele.
Ele usava uma veste estranha, mas eu a conhecia porque o meu pai e eu também usamos algo semelhante.
“O que você verá agora pertence a uma altura antes de eu poder chamar esta posse a minha.”
Então aquela imagem desvanecia e outra se tornava visível para mim.
Vi o Emschor a cavalo, mas ele era um mercenário.
Ele usava uma veste como os Homens usavam naquele tempo.
Era travada uma batalha e ele, com muitos outros, circundava a posse de um outro que venceram.
Portanto ele triunfou, mas traiu o seu mestre.
Muitos eram mortos entre os quais o senhor dele.
Vi tudo isso claramente.
Também esta imagem desvaneceu e revi-o nos quartos do castelo onde ele estava de cama.
Num canto do quarto agora se formava um ser e neste ser reconheci a mim.
Ali estava eu grande e esbelto.
Eu sentia que algo não estava bem e em sentimento eu era ligado comigo para que eu entendesse o significado desta imagem.
O meu pai estava doente e ele queria que eu fosse embora e legasse a sua posse a outros.
Era um plano Demoníaco.
Entendi isso totalmente, porque o Emschor me mostrou tudo isso antes.
Porém, não cumpri o seu pedido e continuei negando.
Eu não me deixava afugentar da minha posse.
Ele falou para mim e insistia para que eu consentisse o seu pedido.
Continuei negando e o achei um doente espiritual.
Ouvi claramente cada palavra falada naquele tempo.
Depois conversei com ele e o convenci.
Depois desta imagem vi outra.
Diante de mim vi alguns seres, eu estava entre eles.
Tomei lugar na mesma mesa onde estava o meu pai.
Vi o levantar me olhando e ouvi-o pronunciar estas palavras: “Quero que ele, que carrega o nome de Lantos Dumonche, tomará esta posse e cuidará de esse... e daquele...
Você está de acordo?”
Esta pergunta foi dirigida à mim.
Estipularam um valor e os nomes foram escritos.
Respondi consentindo e então lavraram e selaram documentos.
Também aquela imagem desvanecia e vi outra pela qual eu tremi.
Diante de mim vi o meu pai, ele tinha terminado a sua vida.
Eu sabia porquê e entendi tudo isso.
Novamente vi outra imagem.
Diante de mim vi outros seres e eu estava com eles.
Lavraram um outro documento e rasgaram o primeiro.
Nesta continha: “Quero que ele que carrega o nome de Lantos Dumonché, tomará a posse quando está maior de idade e se fará valer como um soberano.”
O legítimo foi falsificado.
Depois me vi com algumas crianças e a minha esposa.
Ela me deu dois meninos e uma menina.
Nesta imagem seguiu uma outra e me vi a cavalo.
Eu estava pronto para ir à luta e tinha o comando sobre centenas que me seguiam.
Ao longe vi o objetivo da minha jornada.
Rápidos como o vento seguimos em frente e conquistamos a posse de outro, mas muitos foram mortos.
Porém eu conhecia o meu adversário.
Era o homem do meu cárcere, aquele Demônio.
Então vi outra imagem de que me assustei.
Estávamos em nossa sala de tortura e forçamo-lo de abnegar da sua posse.
O seu rosto era como o de um Demônio e ele me amaldiçoava.
O que lhe causei estava claro neste momento.
Mas ele também era um ladrão e assassino.
Também a sua posse era um bem roubado.
A imagem se desvanecia e eu vivenciava o meu fim, mas de maneira natural.
O meu filho me sucedeu e depois uma geração após a outra.
Os meus pais faziam parte delas.
Tudo isso se encaixava maravilhosamente e eu tinha que aceitar.
O passado é poderoso, pensei.
“Você vê, Lantos, luta, roubo e violência.
Mas a violência está destruída.
Aqueles de quem roubei a posse, a recuperaram.
Os seus pais foram os últimos que viveram aqui.
Você foi embora e terminou a sua própria vida.
Assim eu me poderia prolongar e esclarecer e mostrar mais situações e acontecimentos, mas isso nos afasta longe demais.
Eu quero parar aqui e você aceitará.
Você consertou muito, eu também.
Você vê que, quando o pai toma posse por roubo, as crianças entregarão tudo.
Você tem que vivenciar a sua própria vida, eu a minha e ambos sofremos.”
“Onde está a minha mãe, a sua esposa?”
“Ela está neste lado, mas possui uma sintonização mais elevada que eu.”
“Ela é a sua felicidade?”
“Não, ela não, ela pertence a outro.”
“Onde estão a minha mulher e crianças?”
“Neste momento há os que estão na Terra e alguns já vivem nas Esferas de luz.
Uma geração seguia a outra, Lantos.
Portanto, você retornou aqui e partiu.
Por isso retornei à Terra.
Só por causa disso fomos ligados e consertaremos.
Também você sente que para mim não foi possível consertar isso naquele tempo, porque você era o meu filho.
Você me forçou a deixá-la, mas eu não podia consentir e terminei a minha vida.
Você não fez o que eu lhe pedi, você falsificou os documentos e mandou lavrar outros.
Mas o meu ato permaneceu, não era destrutível, tudo descansava em mim.
O meu falecimento não era o suficiente ainda.
Porém, você continuou destruindo.
Mas agradeço a Deus que tudo isso aconteceu.
Os meus pecados me foram perdoados.
Eu expiei isso com a minha vida e neste lado, assim como na Terra, portanto noutras vidas, tornei a consertar.”
“Quantas vidas foram percorridas, perguntei.”
“Muitas”, ouvi dizer, “mas nesta vida estávamos juntos.
Em outras vidas transitamos você e eu, para mesmo assim retornar a esta posse.
Agora você sente como é profundo o Homem, a alma, a vida, o que leva e conduz a matéria?
Tudo isso é insondável, meu menino, portanto deixe isso ser o suficiente.
Também vê que laços de amor não podem ser rompidos.
Pelo bem, pelo mal, um dia ficaremos um diante do outro e consertamos ou recebemos.
Todos nós amaldiçoamos, todos nós partíamos corações, roubávamos e torturávamos.
Os que alcançaram as Esferas de luz sabem tudo isso.
Na Terra nenhum Homem se conhece a si mesmo.
Ninguém tem o direito de amaldiçoar o outro.
Os que vivem na Terra terão que abandonar o que é da Terra.
Também os que vivem na escuridão têm que consertar, porque todos seguimos um caminho, o caminho de desenvolvimento espiritual.
Um dia todos estaremos juntos.
Um dia estaremos de volta ao passado e somos irmãos em espírito e iremos adiante sempre.
Portanto, os que na Terra estejam de posse de muita felicidade material o perderão se esta posse pelos seus antecedentes fora roubada.
Na Terra tudo está sujeito a sucumbir.
Tudo há-de mudar e mudará, Homem nenhum pode impedir isso.
Homem nenhum na Terra possui a força para ver tudo isso.
São leis, nada além de leis, Lantos.
Você pode ser grato que partiu na sua juventude?
Você pode dizer isso do mais profundo do seu coração?
Você sente vontade para ser grato a Deus?
Sabe que é uma graça contemplar tudo isso?
Pude mostrá-lo tudo isso, mas neste momento sentirá e entenderá o significado do passado.
E tudo isso anunciaremos à Humanidade.
Eu aguardo você até que tenha entrado nas Esferas de luz.
Eu poderia continuar mostrando-lhe imagens de minha juventude e muitas outras, mas eu já lhe disse, tudo isso vai longe demais.
A mim só interessa esclarecer-lhe que tudo tem que ser consertado.
Se o pai rouba e as crianças vivem da posse roubada, um dia o pai retornará à Terra para atuar nelas, ajudá-las e apoiá-las, todavia da maneira que eu faço neste momento.
Mas pai e mãe e filhos têm que vivenciar a sua própria vida e o que fazem dela é a sua própria vontade.
Os meus pecados me foram perdoados, neste momento o seu e o meu passado se desvanecem e transitaremos nesta vida.
As esferas mais elevadas estão abertas para mim, mesmo assim fico com você e o apoiarei em tudo.
Você continuará para trabalhar a si mesmo e eu o sigo em tudo.”
Depois senti uma corrente forte passar por mim e uma mão apertou carinhosamente o meu ombro.
Eu sabia de quem eram aquela força e aquela mão.
Lágrimas brotaram dos meus olhos.
Chorei pela primeira vez e senti o calor daquele que me amava.
Fiquei em silêncio e pensei muito tempo.
Tudo era incrivelmente profundo, mesmo assim eu aceitei, porque pude presenciar.
Eu não poderia aceitar se isso não me fosse esclarecido.
Aquele que me tinha destruído, este pude perdoar neste momento e ser lhe grato.
Como tinha já mudado neste tempo tão curto!
Verdades mudavam as pessoas num segundo.
Estas eram verdades que eu sentia dentro de mim.
Foi me mostrado aqui e curvei a minha cabeça.
Agradeço ao meu Pai.
Mesmo assim continuarei a chamá-lo de mestre.
O meu pai pré-secular era o meu líder e mestre.
Como era possível, come era profundo e incrível.
Mesmo assim você terá que aceitar, sempre, Lantos, falei assim comigo.
Não tem outra maneira e nem há como escapar.
O que vivenciei até agora era poderoso.
Agora entendi que Deus não criava espécies de Homens, mas que o Homem faz dele mesmo uma espécie estranha.
Como o Homem era animalesco nas suas vidas de séculos atrás.
Eu não estava feliz ainda e não pertencia aos que viviam nas Esferas reluzentes.
Mais uma vez eu agradeci ao meu pai e perguntei: “Os meus pais sabiam que estavam vivendo de dinheiro roubado?”
“Sim, eles sabiam e você também teria sabido.”
“Eles têm que passar fome na Terra?”
“Não, isso vai longe demais, mas terão que trabalhar duro para o seu pão.”
“Mas diga-me mestre, como pode que o passado está escondido na alma humana sem que eles saibam?”
“Porque o corpo material não consegue assimilar isso.
Mas o que o Homem tem que vivenciar ele sentirá conscientemente.
Por exemplo, a sua arte.”
“Sim, sinto e entendo você.”
“Todas aquelas outras experiências de vida se dissolvem naquela vida terrena, porque naquela vida não conseguem aceitar nem aceitarão o significado.
Muitos nem acreditam que há um prosseguimento, agora outros sim, mas haverá poucos apenas que aceitarão o passado.
Mesmo assim, está no Homem, está escondido profundamente no ser.
Você tem perguntas ainda a fazer?”
“Talvez, mas neste momento não sei fazer mais pergunta alguma.”
Bem, meu menino, então seguiremos, tenho mais para mostrá-lo.
Neste momento o ligarei com a sua penúltima vida.
Você retorna ao lugar onde viveu.
Seguiremos dali.”
Voltei a mim e a Terra se tornou visível para mim novamente.
Olhei só mais uma vez a tudo isso e parti.
“De volta ao seu atelier”, ouvi dizer, “ali começa a nossa pesquisa.”
Logo cheguei no lugar e imediatamente senti a influência já conhecida.
No mesmo instante o meu atelier tornou-se visível e via novamente aqueles pedaços daquela imagem velha.
Porém agora eu sentia que estava sendo ligado com a radiação dela.
Depois me levantaram e ia adiante, ao encontro do desconhecido.
Novamente eu flutuava sobre a Terra e aprendi a me ligar rapidamente.
Ia sempre mais rápido até que senti que as forças que me empurravam, diminuíam e ouvi o meu líder dizer: “Chegamos onde eu queria.
Aqui, Lantos, você adquiriu o seu sentimento pela arte.
Neste momento estamos no sul de Egito.
A cidade onde nós nos encontramos se chama Memphis.
Séculos atrás florescia aqui a arte.
Você era um daqueles mestres.
Você chegou a grande altura e o desenfreava totalmente na linda arte.
A sua arte foi conservada até agora.
Guardam as suas imagens em palácios e templos.
A Marianne também vivia aqui.
Você a conheceu neste lugar e ela era a sua amada.
Porém, você trouxe dor e sofrimento e roubou de outro a felicidade.
Agora você expiou e consertou.
Daqui a pouco o ligarei com a sua arte, a qual também pertence o que se desmoronou na sua própria morada.
Você se questionara como esta imagem foi levada até você.
Bem, tudo isso é o meu trabalho, eu queria isso e liguei-me com uma outra vida.
Quando fazemos trabalho para poderes mais elevados, ao mesmo tempo somos ajudados em tudo.
O que fiz foi simples.
Impus a minha vontade naquele que partiria a Roma, para que levasse uma das suas imagens.
Despertei-o para esta arte antiga, o que consegui por completo.
Depois o inspirei para levá-la até você.
O que aconteceu depois, você sabe.
Você iria fazer uma outra, mas a velha se despedaçou.
Eu sabia que isso iria acontecer.
Mas era a minha intenção apenas de ligá-lo com esta arte que no passado você realizou.
Mas tarde conhecerá e aceitará todas estas forças, como é simples fazer e executar.
Para você são milagres, mas tudo é mera concentração.
Mas contar-lhe-ei de um outro milagre.
Não se assuste se lhe comunico que aquele que levou esta imagem a você, era o seu próprio filho.
Portanto o seu próprio filho deste tempo, desta vida em que você viveu.”
“O que diz?”
“O seu próprio filho, você me ouve bem.”
“Com a Marianne?” perguntei rapidamente.
“Não, ela não.
Você abandonou a mãe do seu filho”
“E a Marianne?”
“Ela também.”
“Por quê?
Se me permite a pergunta.”
“Porque você era um sedutor e ela era uma leviana.
Ela não lhe deu um filho.
Ela não possuía o sentimento de receber aquela pureza e poderosa.
Ambos não amavam.
O que você achou possuir em amor era nada mais que paixão.
Você abandonou também ela, mas mais tarde você voltou.
Você continuou procurando até na sua última vida na Terra.
Mas neste momento você sabe que ela é a sua.”
“E depois disso?”
“Depois você se meteu na vida dela e destruiu a felicidade dela e de um outro.”
“A felicidade de quem?”
“De Roni.”
Meu Deus, pensei, que milagres vou ter que vivenciar.
“Como você sabe de tudo isso perguntei?”
“Eu o segui durante muitos séculos.”
“Você vivia aqui?”
“Sim, mas deste lado tive que segui-lo e prossegui este trabalho.”
“Eu morri aqui?”
“Sim.”
“Onde está o meu filho, você sabe isso também?”
“Nas Esferas de luz.
No momento ele é seu irmão no espírito.”
“Eu o reverei?”
“Isso acontecerá também e muitos outros.”
“Então, qual é o propósito de todas estas vidas?”
“Vivenciando todas aquelas vidas você conhecerá o amor verdadeiro.
O que você tem que aprender é o amor fraterno.
Todos que conhecemos e já conhecemos são nossos irmãos no espírito.
Não pode ser diferente.”
“O meu filho retornará?”
“Não, ele segue como todos os outros que já chegaram ali.”
“Meu mestre e pai, quem quer que seja, aceito tudo, mas como o homem da Terra poderá aceitar isso?”
“Eles têm que sentir isso, sentir bem, senão, não é possível.
Mesmo assim, alcançaremos muitos.
É a vontade de Deus que isso aconteça.”
“Eu me entregarei a você, porque entendo e aceito tudo e vejo que é a verdade.
Sou lhe imensamente grato e prometo piamente que me entregarei totalmente.”
“Agradeço-o, Lantos.
Saiba, que eu lhe mostro e esclareço a sagrada verdade.
Se você não pudesse aceitar tudo isso eu teria que parar e aguardar até você chegar neste ponto, até estar disposto a me seguir novamente e me ouvir.”
“Não”, eu disse, “não farei isso, fique comigo, estou pronto.”
“Maravilha, então iremos adiante e alcançaremos o nosso propósito.”
“Quando a Marianne estiver na Terra poderemos visitá-la?”
“Você a verá, mas mais tarde, quando chegar a hora.
Tem perguntas ainda?”
“Não.”
“Bem, então nós nos ligaremos.”
Agora senti que eu transitava totalmente e andava nas ruas de Memphis.
Era estranho, porque me sentia como se nunca tinha saído daqui e ainda vivia ali.
A minha vida anterior voltou dentro de mim, conscientemente transitei nela.
Como eram grandes as forças espirituais!
Eu entrei num lindo palácio.
Diante de mim via arte linda e poderia eu chamá-la de minha?
Eu tinha que aceitar isso, porque eu estava ligado a ela e sentia a mim mesmo naquelas estátuas de pedra.
Nada poderia me mostrar com mais clareza que, na verdade, eu tinha a ver com isso.
Como era profundo tudo isso!
A minha arte era maravilhosamente linda.
Em Roma não pude alcançar aquela altura.
Eu sabia isso apenas agora, porque sentia e percebia isso.
Entendi que eu tinha me desenfreado naquela vida.
Então me ajoelhei a agradeci a Deus por tudo que recebi até agora.
Enviei minha primeira oração a Deus em simplicidade infantil.
Continuei agradecendo a Deus por muito tempo.
Aqui eu tinha vivido e adquiri a minha arte.
O homem era profundo, muito.
Eu descia sempre mais na minha própria vida e ainda não conseguiria perceber os mais profundos enigmas de alma, porque assim não haveria fim nenhum.
Agora também entendi que isso era o suficiente para poder aceitar.
Perguntei ao mestre: “Você sabe quem era o meu professor?”
“Você tinha muitos.”
“Onde vivia a Marianne?”
“Você quer ir até lá?”
“Quero muito”, eu disse, “se for possível.”
“Isso é possível também, siga-me.”
Continuei a observar o Emschor como se estivesse numa bruma, mesmo assim, eu sabia que era ele que me conduzia.
De repente ele me fez parar e disse: “Está vendo aquela água diante de você?”
“Sim”, eu disse.
“Este é o Nilo.
Porém iremos algo mais longe, venha, siga-me.”
Andamos um bom tempo adiante.
Novamente ele parou e disse: “Está vendo aquela construção diante de você?”
“Sim”, eu disse, “nítidamente.”
“Você vê o que vejo, sente o que sinto, mas tudo é vivenciado, um dia, portanto, realidade.
Esta construção tem muitos séculos.”
Agora vi uma linda construção diante de mim.
Estátuas raras ornamentavam o todo e à esquerda e à direita eu vi a esfinge.
No mesmo instante um ser entrou pelo portão e andou até a entrada desta construção.
Eu conheci aquele andar e aquela aparição toda.
Eu estava vendo direito?
Eu sentia nitidamente?
Aquela que senti e percebi era a Marianne?
Então ouvi meu mestre me dizer: “É ela, Marianne.”
Meu Deus, como esta imagem é poderosa.
De ver ela num outro corpo.
Mas agora senti entrar em mim toda a sua personalidade.
Era estranho.
Assim eu a senti no meu cárcere.
Sim, era ela.
O meu sentimento não me traía.
Eu quereria dar a minha vida para isso.
Brotaram lágrimas em mim, mas eu me controlei.
O meu amor por ela era profundo, porque agora o meu sentimento era consciente.
Amar conscientemente, ah, que tesouro, que felicidade.
Ela era uma personalidade totalmente diferente nesta vida e, mesmo assim, senti em alguma coisa que era ela.
O amor dela, aquele sentimento não havia como negar, nisso reconheci-a.
Como era linda a sua figura!
Eu a segui para dentro.
Alguns servos a aguardavam.
Agora ela entrou numa sala grande e foi recebida por um outro ser.
Eu senti-me afundar ainda mais e entendi aquele sentimento, porque o mestre iria me ligar mais profundamente.
Eu reconhecia imediatamente o ser que a aguardava.
Era Roni,o meu amigo.
Que problema!
Vi muita posse à sua volta.
Agora senti a ligação com ela e ele e entendi que eu estava entre eles.
Mas como era possível isso?
Sondei novamente e senti a pureza da minha percepção.
Agora eu ouvia os falar.
Ele sente e sabe que está sendo traído, pensei.
Então vi um acontecimento do passado.
Era estranho.
Depois a imagem desvaneceu e ouvi o mestre dizer: “Ele estava casado com ela e você era o seu amante.
Venha, siga-me.”
Retornamos à beira do Nilo.
O que pertencia a Terra desvanecia.
Eu desci até que senti que eu estava sendo ligado com a minha própria vida.
Diante de mim vi dois seres, dois amantes e imediatamente os reconheci.
Eram Marianne e eu.
Eu era esbelto e lindo, ela como um tigre e impenetrável.
Ambos nós éramos falsos e ordinários.
Aqui eu vi verdade e problemas imensos foram me esclarecidos.
Segui aqueles dois e senti a situação interior de mim, mas também a da Marianne.
Nós não tínhamos posse nenhuma em nada.
Éramos pobres espiritualmente, mesmo assim, amávamos, amávamos intensamente, mas aquele amor era só paixão.
Ela não era honesta, mas eu também não.
“Ambos eram levianos”, ouvi o mestre dizer e eu aceitei.
Aqui senti e a vi que ele estava falando a verdade.
Isso não era amar, mas egoísmo rude.
“Estranho”, eu disse ao mestre, “muito estranho.”
“Eu não disse que vivenciaria milagres?
Estes milagres você consegue aceitar só porque os observa.
Você tem que aceitar, ou não tem utilidade nenhuma, assim você continua procurando.
Isto é o suficiente para você.”
“Aceito”, eu disse, “não tenho outra saída.
Agradeço a Deus e também a você.
Farei o possível, diga-me o que deseja.”
“Você sente esta graça, Lantos, que Deus dá a você e a mim?
Acorde, mais não tenho a dizê-lo.”
Fiquei em silêncio com tudo isso.
Ajoelhei-me no lugar onde andei, séculos atrás, com a Marianne e rezei ardentemente e a minha oração ganhou mais e mais em força.
Rezei como criança ao meu Pai e neste lugar pedi a Deus para não romper o meu amor.
Senti que comecei a amar verdadeiramente e queria manter esta força interior.
Um dia este grande e santo amor seria me dado e para isso me empenharia.
Agora me senti muito animado.
O meu mestre tinha retornado à sua própria vida, mas perto do meu lado o sentia e eu sabia que ele continuaria vigiando e me seguiria.
“Venha”, ouvi o dizer, “meu Lantos, seguiremos, tenho mais ainda para lhe mostrar.”