O desenvolvimento dos dons de André teve um percurso rápido, na maior parte eram aplicados para curar.

Numa manhã chegou a ele um senhor com o retrato da sua mulher, perguntando se ele podia dizer algo sobre a sua situação de saúde.

André o tomou dele, enquanto ouvia Alcar dizer que precisava ficar calmo e deixar que isso fosse trabalhado calmamente.

Isto era necessário para fazer um diagnóstico exato.

O Alcar contou-lhe que isto era possível pelo sentir do médium e que isso não poderia acontecer de outra forma, a não ser pela mistura das suas auras, o que não entendeu ainda, mas, mais tarde, lhe seria esclarecido.

Após alguns minutos sentiu surgir uma dor forte nos quadris e, pouco depois, obteve do Alcar a seguinte mensagem.

“Esta senhora sofre muito de uma infeção nos rins.

Vejo uma pedra no rim esquerdo e você sentiu a dor que é provocada por isso.”

Agora, foi lhe mostrado o lugar onde estava a pedra, o que achou milagroso.

De repente, viu dentro da pessoa e pôde concluir que parte do corpo estava doente.

Isto foi-lhe mostrado nitidamente.

O Alcar prosseguiu:

“Mostro-lhe a causa da doença, o cerne, em torno do que tudo gira; portanto, nada de floreio ou rastreio, nada além da causa.

Diga-lhe agora, sem rodeios, o que a sua mulher tem.”

André obedeceu imediatamente, mas o seu visitante não parecia estar convencido.

“Sim,” ele disse, “minha mulher já esteve com vários médicos, mas ninguém falou de infeção de rins.”

“Você acha isso tão estranho?” André perguntou.

“Talvez eles não viram.”

Todavia, não se sentiu seguro e perguntou ao Alcar se ele tinha visto e ouvido bem, o qual respondeu afirmando.

“Tenha confiança, André, o que vejo está certo; não duvide disso, você terá que passar por isso, senão não progrediremos no seu desenvolvimento.

É que você mesmo sente e o que viu é bom, passa isso para ele.”

Pela segunda vez o André assegurou que a paciente sofria de uma pedra no rim.

E o visitante disse: “Bom, senhor, então você deve tratar a minha mulher.”

Depois disso André contou-lhe ainda alguns pormenores sobre os seus filhos e ele o olhou curioso, estranhando que sabia que tinha filhos.

“Estas são provas pequenas, senhor, mas espero que sejam convincentes para você.”

Na manhã seguinte foi ao endereço indicado para tratar a doente e quando chegou lá, ela estava com uma dor horrível.

Imediatamente pôs as mãos nas suas costas, porque Alcar lhe disse para tratar bem a região dos rins.

Ela sentia na hora que o calor agradável que as suas mãos radiavam lhe fazia bem.

O Alcar disse que durante a magnetização devia rezar; então ele examinaria a paciente.

Alcar não tinha sido médico na Terra, mas, nas Esferas, na vida após a morte, concluiu este estudo e agora poderia exercitá-lo.

O tratamento estava concluído e demorou mais ou menos dez minutos.

Alcar o fez ouvir que a pedra logo soltaria.

“Diga-lhe isto, André e acalme-a”

Na manhã seguinte ele atendeu aquela senhora no mesmo horário por dez minutos e combinou com ela que, se a situação melhorasse, ela iria à casa dele, porém, se isto não acontecesse ele retornaria a ela na segunda feira.

Quando, na manhã seguinte – domingo – estava no seu quarto, de repente, ele viu esta paciente diante dele e ouviu Alcar dizer:

“Vai lá, André, estes dois tratamentos já deram resultado.”

Ele andou o mais depressa que pode à sua casa e maravilhada ela disse: “O senhor aqui?

“O senhor aqui?

Nós, não combinamos que eu iria à casa do senhor, e senão, o senhor retornaria à minha, na segunda- feira.”

“Sim, senhora, eu sei, mas deixa-me ver a pedra.”

“Como o senhor sabe que ela se soltou?”

“Como sei?

Pelo meu líder, senhora.

Eu acredito que agora o seu marido recebeu provas suficientes que o meu líder viu bem.

Conto-lhe como sei tudo.

Eu estava em casa no meu quarto.

De repente, vi você nitidamente diante de mim e tive a notícia que a pedra do rim se soltou.”

“Para mim, isso é uma prova convincente, senhor.

Esta noite tive dores terríveis e agora estou tão contente que fiquei livre desta coisa desagradável.

Mas como você pôde ver isso tudo?”

No início o André não sabia o que responder, mas então ouviu Alcar dizer: “Eu o ajudarei, André, entregue-se.”

E como num clarão, viu a situação toda diante dele.

Então começou a falar.

“Como isso foi possível, senhora?

Veja.

Eu estou sob o controle de um médico espiritual.

No momento em que a vi, entendi que algo deveria ter acontecido.

Eu não teria vindo antes de segunda-feira de manhã, se o meu líder não tivesse dito que eu precisava vir até você e que o tratamento já tinha dado resultado.

Imediatamente vim para cá e a caminho ouvi tudo o que aconteceu com você.

Assim pude perguntar-lhe:

“Mostre-me a pedra.”

Você estava surpreendida.

Naturalmente tudo depende – e isto é o essencial, sim – da maneira que o médium está sintonizado.

Com isso quero dizer, o contato entre o Espírito e o médium.

Isto deve ser bom, porque precisamos executar o que nos é confiado.

O Espírito vê através de tudo, senhora.

Naturalmente, o meu líder sabia de antemão o que aconteceria com você.

Assim as pessoas são ajudadas, assim recebem provas e experimentarão que, aqui, não se brinca com as suas doenças.”

“Ah, eu acho esplêndido, senhor, e contarei a todos os meus conhecidos.

Como é possível que tudo isso pôde acontecer sem operação!”

“Precisaremos tratá-la mais algumas vezes, visto que você precisa ficar um pouco mais forte, mas, então estará totalmente sã.

O seu pior momento, agora, já passou; era o soltar da pedra que provocou todas essas dores.”

Chegando a casa, o Alcar contou-lhe tudo que aconteceu naquela manhã.

“No momento em que queria contar àquela senhora como foi possível que você pôde ver tudo isso, ajudei-lhe a esclarecê-la.”

André perguntou ao Alcar como ele sabia que iria acontecer esta manhã.

“Veja aqui, meu filho, lhe esclarecerei.

As vibrações dela, isto quer dizer, os seus pensamentos, me alcançaram.

Isso aconteceu à meia-noite, ela então, tinha dores horríveis e pude ajudá-la a partir deste lado pela minha força.

Assim pude dar-lhe uma noite tranquila.

Também vi que a pedra estava soltando e aos poucos ia deixar o corpo.

Fiz os meus cálculos e constatei que passariam algumas horas ainda, antes que desaparecesse totalmente.

Durante o seu sono fui mais algumas vezes vê-la e de manhã, quando ela se quis erguer, novamente teve dores fortes quais foram causadas pelo soltar da pedra.

O resto você sabe, pois você mesmo já viu.

Quando ela queria tanto saber do sucedido, paralisei os seus pensamentos, enquanto deixei passar os meus.

Ela mesma não percebeu nada disso.

Assim você vê, André, que por nosso laço de amor podemos formar um contato forte.

Através disso eu poderia até dar-lhe temporariamente o conhecimento de uma ou outra ciência.

Isso então acontece em meio transe, enquanto o seu espírito ainda está no corpo.

Por trabalhar os seus pensamentos, você nada poderá dizer, a não ser aquilo que eu quiser que diga, o que só pode acontecer devido a uma ligação boa.

Dessa maneira poderemos ajudar todas as pessoas que virão até você.

Escute bem, entregue-se sempre como fez esta manhã e tenha confiança em tudo que lhe farei ver e ouvir.

Siga as minhas ordens de imediato, mesmo que lhe pareçam estranhas ; então você será fortificado e logo o seu desenvolvimento estará concluído.”

Mais tarde, o André teve que ouvir que tudo era apenas obra do Diabo.

Isto proporcionava-lhe muito sofrimento, não só pela ingratidão das pessoas, mas, mais pelo Alcar, que ajudou a paciente, em silêncio, sem que ela soubesse.

Sobre isso não pensavam.

Primeiro era contado, como era lindo tudo; depois, isso chamava-se trabalho do Diabo.

Homens, que julgam assim, não têm como ser ajudados.

Para o André este acontecimento era uma prova incontestável do prosseguimento de amigos passados, que querem fazer tudo, para oferecer ao Homem físico a convicção que, do lado do Além, querem apóia-lo e podem ajudá-lo.

Agora,o Alcar era tratado como “Diabo”, enquanto foi ele quem livrou a paciente de dores e doença.

Tão ingrato é o Homem e tão rápido seu julgamento.

“Quem de vocês estiver sem pecado, atire a primeira pedra.”

Estas palavras eram para se aplicar aqui, se não tivessem julgado por ignorância.

O André sentia sim, que precisava ser fortificado para poder aguentar tudo isso.

Felizmente, também agora, o Alcar o ajudava com todo o seu sofrimento.

“Eu sabia que precisaríamos ouvir isso,” Alcar o consolou, “mas siga o meu conselho.

Não espere nada, os Homens não sabem o quanto são ignorante e ingratos.

Se mantém acima de tudo e faça fielmente o seu trabalho; então, pode estar seguro que, quando chegar a sua hora de partir da Terra, você descansará e ficará feliz, por ter concluído, apesar de tudo, a tarefa que lhe foi dada por Deus.

Deus o recompensará por isso, nunca se esqueça.

Só Ele nunca esquece algo que é feito por amor.”

Assim, o André podia suportar tudo e logo teve a notícia do Alcar, que iria viajar com ele pelo Além.

“Cuida, meu filho, para que hoje à noite, às nove horas você esteja no seu quarto.

Então, você irá comigo às Esferas.

Diga aos seus pais, que ninguém, mas ninguém poderá perturbá-lo!

Conta-lhes o que nós vamos fazer e deseja-lhes uma boa noite antes de ir ao seu quarto.

Então, não precisarão mais ir até você e poderão dormir.

Cuide também de estar calmo e se entregue de bom grado.

Vá dormir tranquilo, todo o resto eu faço.”

Após ter passado esta notícia aos seus pais, ele se preparou, aquela noite, para ir com o Alcar.

Ah, ele estava tão tenso; ele iria acompanhar o Alcar às regiões desconhecidas.

Antes o Alcar já tinha lhe contado que o seu Espírito já tinha saído mais vezes do corpo, inconscientemente; porque este, ao voltar para o corpo físico, não poderia assimilar toda aquela sabedoria nova.

Um dia chegaria tão longe, que retornaria cientemente e guardaria a lembrança de tudo que o seu líder lhe mostrou.

E agora chegou o momento.

Ele estava esperando cheio de entusiasmo e aguardando por aquele momento.

Foram horas de tensão.

Ele não ouvia nada ainda e também não via o Alcar, embora já fosse nove e quinze.

Música ou batidas não ouvia.

Nada disso.

Como tudo se desenrolaria ele não sabia, mas ficaria fiel a tudo que foi lhe dito e iria para a cama.

O Alcar quis que ele fosse dormir tranquilo, mas ele pensou: “Como agora poderei dormir nesta tensão toda?”.

Então ele bocejou, um sinal que estavam atuando sobre ele.

Já se sentia ficar sonolento e cansado.

Se afundava cada vez mais, até estar mergulhado num sono firme.

As primeiras palavras que vinham até ele, eram: “Venha, meu menino, olhe quem sou.”

Ele olhou ao redor e viu nada mais que uma luz azul, clara, a alguns passos à esquerda dele.

Depois viu uma grande luz branca se aproximar dele, o que o amedrontou.

Era-lhe tudo tão estranho, tão poderoso.

A luz branca se aproximava cada vez mais.

De repente, viu o Alcar diante dele e clamou: “Alcar, aquela luz é você?”

Com um grito abraçou o Alcar.

“Alcar, Alcar, agora reconheço você.

Oh, Deus!”

André caiu de joelhos de alegria e felicidade e agradeceu a Deus por poder ver o seu Espírito protetor desta maneira.

“Quieto, André, fique calmo, menino.”

Alcar pôs ambas as mãos na sua cabeça para magnetizá-lo e alguns momentos depois tornou-se algo mais calmo.

“Fiz bem, meu menino, em não me mostrar de imediato; a sua alegria se tornaria grande demais para a sua veste material e isso teria sido desfavorável.”

André, agora sentia, como se o sangue corresse para a sua cabeça com toda a força.

Primeiro ficou frio, depois quente, depois tonto e precisou procurar por apoio para não cair.

Tudo isso, porém, não demorou muito.

Então abriu os olhos e percebeu que o Alcar ainda o segurou nos braços e o apertou contra ele.

“Esta bem, meu filho, assim está melhor.

Agora você pode suportar tudo.

Agora somos só um pelo seu desejo grande e sua vontade forte para fazer o nosso trabalho.

Demasiada emoção não teria sido bom para você, como lhe disse ainda agora; essa teria dado um choque à veste material que você largou agora e, num clarão, teria voltado ao seu corpo e sentido uma ou outra perturbação.

Mas, preveni isso.

Agora, que o irradiei e o envolvi com a minha força espiritual, o meu fluido, poderá contra qualquer emoção.

Nesta radiação poderá entrar no Além.

Sem esta, o seu corpo espiritual não estaria à prova de tudo.

Quando você quiser saber alguma coisa, me pergunte; então, farei tudo para lhe explicar o mais claro possível.

Primeiro contar-lhe-ei tudo o que aconteceu aqui.

Escute-me, André.

Antes que pudesse acontecer a saída do corpo, coloquei-o neste sono.

Você estava tenso, sim, mas para nós é muito fácil, influenciar alguém a partir deste lado.”

Alcar ria, André calou-se, tímido.

“Fique sossegado, meu filho, saberá tudo.

Não quis falar com você, pois isso aconteceria logo; senão eu teria falado a você antes de ter saído do corpo.

Li os seus pensamentos.

Para os habitantes da Terra, agora você dorme, mas na realidade, é só a sua veste material que está na cama.

Agora, o seu espírito está pronto para me seguir, para ir comigo onde eu quiser, seja onde eu o levar.

Estas são as maravilhas dos seus dons mediúnicos.

Quero lhe mostrar como, ainda durante a nossa ausência, continuará ligado ao seu corpo.

Olhe, o raio fino de luz que você vê sair do seu lado esquerdo, é o cordão fluídico que liga o seu espírito ao corpo material.

Este é o fio de vida, que quase não dá para se ver e, mesmo assim, dá para distinguí-lo da luz que o seu corpo irradia.

Se esse cordão fosse rompido, você não poderia mais retornar ao seu corpo.

Mas, mesmo indo agora o mais longe que puder, continuará ligado, mesmo que não possa ver o cordão.

Portanto, este cordão invisível é o fio da vida do Homem físico.

Também o chamamos de, a vida, porque está unida com a matéria.

É necessário que você se lembre bem de tudo isso.”

O André agora se colocou junto à cabeceira da sua cama e olhou para si mesmo como se estivesse morto.

Ele estava muito pálido, mas, mesmo assim, o seu peito subia e descia calmamente.

Do lado terreno seria muito difícil constatar que aqui só estava um corpo material, enquanto o espírito tinha saído.

“Este corpo não pode ser perturbado, como já lhe contei antes; por isso lhe pedi para avisar os seus pais, é que, ao menor distúrbio o cordão poderia romper e diante da Terra você morreria.”

“Como é interessante tudo isso, Alcar.”

“Com certeza isso é interessante.

O Homem também é a coroa da criação.

Deus criou-o à Sua imagem.

Quando, daqui a pouco, formos embora, os meus ajudantes ficarão aqui para vigiar o seu corpo.

Sair do corpo é perigoso, mas quando são tomadas as devidas providências, não pode e nem acontecerá nada.

O menor distúrbio poderia, porém, provocar uma paralisia cardíaca como consequência e, em todo caso, causar perturbações nervosas, é que o coração não poderia superar o choque, causado pelo rompimento do cordão fluídico.

Nós, portanto, precisamos tomar as nossas providências.

Veja, ali estão os ajudantes que vigiarão o seu corpo.”

Agora, André viu aparecer seis jovens que estavam na grande luz azul, atrás dele.

Eles o cumprimentaram cordialmente e ele viu que estavam felizes e de rosto lindo.

“Na realidade não são tão jovens quanto parecem, visto que todos já estão algumas centenas de anos nas Esferas.

O Espírito, aqui, adquire o aspecto do seu ser interior e um Homem que, na idade de oitenta anos, deixe a Terra e ali viva praticando o mal, no lado além do túmulo parecerá mais velho ainda.

O aspecto aqui é o espelho da alma e desenhará assim como é a sua força interior.

Assim, reencontram aqui, mais velho, aquele que se desprezaram a si mesmo por completo na Terra.

Ali, não podiam ver que, atrás daquelas bochechas murchas, se escondia uma alma, que tinha afundado muito, portanto se encontrava espiritualmente muito baixo.

Mas, uma vez chegada aqui, essa alma está totalmente nua e o corpo espiritual toma a forma daquilo que era a sua realidade.

Por isso torna se irreconhecível e terrivelmente velho.

Aquela pessoa não fez grande coisa da sua vida terrena e espiritualmente estava completamente afastada do seu caminho.

Você vê a beleza dos meus amigos, André; eles são jovens, embora tenham atingido a idade de duzentos anos.

A idade não dá para ver aqui, visto que estão rejuvenescidos pela sua força espiritual.

Veja, a luz e a radiação; estes são sinais da sua sabedoria e do seu amor por Deus.

Mesmo assim, haverá muitos que precisam de mil anos para adquirir esta sabedoria, esta luz.”

André olhou de um para outro e chamou-lhe a atenção que o Alcar tinha a luz mais pura de todos.

Nisto podia ele ver que o seu líder era superior.

“Aqui está, André, agora você contemplará o Além antes de muitos outros irmãos e irmãs.

No entanto, não pense que você é o único visitante, é que, quando estivermos nas Esferas, perceberá que virão mais da Terra.

Em todos eles poderá ver que são habitantes da Terra.

Isto é visível na sua radiação dupla, assim como a sua própria luz dupla agora está à sua volta.

Esta força é transparente, por isso o seu corpo espiritual é visível através da sua radiação.

E nisso você os reconhecerá, quais, como você, acompanhados pelos seus protetores, visitam as Esferas.

Eu lhe explico isso, porque ninguém, a partir da Terra, pode entrar no Além sem aquela radiação espiritual.

Daquela radiação dupla, uma é mais clara que a outra.

A menos clara é aquela do corpo espiritual do Homem físico.

Depois verá muitos, quais, como você, são levados às Esferas, enquanto ainda vivem na Terra.

Os meus ajudantes precisam vigiar mais contra o perigo que ameaça, do nosso lado, das inteligências que querem privar estas pessoas que saíram do corpo, isso quer dizer, que querem romper o cordão fluídico.

Mas os meus amigos cuidarão de tudo e nos avisarão o mais rápido possível.

Como isto acontece e como podem nos avisar, ainda devem ser enigmas para você, mas também tudo isso lhe mostrarei.

Agora partiremos, André; pelo caminho lhe contarei tudo.

Venha comigo.”

De mãos dadas, flutuando, deixaram a Terra.

“Não são levados apenas médiuns para trabalho espiritual, André, mas também há Espíritos controladores, que levam seus instrumentos para trabalho científico.

Estas pessoas então saem inconscientes do corpo, o que sempre será assim.

Você, ao contrário, saiu consciente do corpo fisíco.

Porém, desta viagem, de início você poderá lembrar apenas uma parte, mas aos poucos, também a outra parte penetrará em você.

Aos instrumentos que servem a ciência, só lhes é dado aquilo que o seu líder quer dar e quando voltam à Terra, primeiro são velados nas Esferas, para que a lembrança prossiga, tão pura quanto possível, na sua subconsciência.

Sente como se atua em tudo de maneira maravilhosa?

Quero dizer: quanto é dado à Terra?

Agora, ainda é incompreensível para você, mas aos poucos também isso lhe ficará claro.”

André balançou a cabeça, achou tudo maravilhoso e não podia dizer nada.

“Com isso quero dizer, meu garoto, que quase tudo que tem a ver com o Cosmo é dado do nosso lado.

Porque ninguém, mesmo o maior dos grandes entre seus sábios, pode descobrir algo importante, se os caminhos que o levam aí, não lhe fossem mostrados por inspiração das regiões mais elevadas.

Isso, naturalmente, só vale para aquilo que é útil e bom para o Homem.

Mas, infelizmente, eles também são ajudados pelo Mal, pelos que vivem nas Esferas inferiores.

Porém, se atua no Homem que está receptivo e aberto para as más influências, as quais o incentivam a fazer o Mal e o errado.

Assim, então os Homens são influenciados, um para o Bem, o outro para o Mal.

Mas cabe a eles escolher o caminho a seguir.

Muitos não pensam nisso, é que esquecem-no por egoísmo e vaidade e, o interesse próprio é a causa para passarem além do caminho que os leva acima.

Felizmente há muitos “sábios” sublimes na Terra, mas há muitos mais ainda que apenas querem mérito e glória, que são apenas temporários e lutam para isso, tanto quanto podem, não entendendo que aquela glória não é graças ao saber próprio, mas à direção do Além.

Para esclarecer-lhe isso lhe contarei algo do qual você perceberá como são terríveis as situações na Terra.

Há muito tempo atrás eu visitava o planeta regularmente a partir da minha própria Esfera, porque tudo que o Homem fazia na sua ignorância me interessava; e muitas vezes precisei ver como ele entendia tudo errado e impossibilitava os seus líderes de ajudá-lo.

Eu considerava a mim mesmo como um estudante invisível, vigiando, e me interessava sobre o que vivenciava daquela maneira.

Isso demorou muito tempo.

Então, sabia o que tinha para fazer e tracei o meu plano, é que eu queria tirar a humanidade das suas ideias erradas, para dar-lhe o saber puro e canalizá-lo melhor.

Vi situações terríveis e vi cenas tristes se desenrolarem; tudo por ignorância, imperícia, má fé e desconhecimento das leis de uma vida superior, que é o prosseguimento da existência terrena.

A mim e a muitos outros atrai fortemente, salvar a Humanidade das mãos do Mal e a partir daí, convencê-la da triste verdade, que a Terra e seus habitantes estão doentes; o que sabemos porque vemos através de tudo.

Queremos mostrar toda a miséria e esperamos que, finalmente, os Homens reconheçam que agem erradamente e facilitam o Mal, pelo que vai tudo contra as leis de Deus.

Muito tempo tentamos oferecer ajuda em silêncio, levar felicidade e criar situações melhores.

Muitos de nós trabalham na Terra através de um contato com um médium, porém, poucos conseguem manter os seus instrumentos fora das garras do Mal, é que a maioria é consumida pela inveja, estilhaçando a sua força e rejeitando os seus líderes, esses esforços, então, são mal recompensados, porque não conseguem nada com isso.

Nosso trabalho é difícil, porque se precisa sempre lutar contra o conceito que a vida terrena é mais fácil, se se deixam levar como ela é.

Porém, com esse conceito, a grande causa não é ajudada e nem a nós mesmos.

Assim, então eu via que, pelo trabalho em silêncio, eu não poderia chegar além e pedi ajuda e força a Deus para poder fazer o meu trabalho por meio de um médium.

Assim, tive apoio das regiões superiores, porque, no nosso lado, éramos ajudados pelas nossas preces, as quais Deus atende, e pude ver você.

Em tudo há direção, André.

Porém, você ainda não estava preparado para o nosso trabalho e precisei ter paciência.

Mesmo assim, de tempo em tempo vinha até você, enquanto você era direcionado e protegido pelos meus ajudantes que, agora há pouco, você viu; eu mesmo tinha outro trabalho a fazer então.

Sobre tudo isso eu poderia me prolongar a falar, porém, não posso me desviar daquilo que quero lhe dizer.

Finalmente podia começar.

Você sabe tudo que se passou e que agora estamos juntos no Além.

Peço-lhe com insistência: André, fique firme.

Muito lhe compensarei.

Agora, de certo você entende o que é o meu objetivo e quais os meus planos.

Através de você quero anunciar tudo ao mundo.

Nas nossas primeiras aulas contei-lhe, claramente, que tudo isso serve à nossa grande causa: convencer os Homens de uma vida após a morte.

Nós lhes contaremos das nossas viagens e de tudo que você adquire de nós.

Esta partilha espiritual, despejada sobre o mundo inteiro, fá-lo progredir.

Numa das minhas viagens vi um acontecimento algo triste.

O Homem vive na matéria, em volta da matéria e com ela, esquecendo o espiritual, o bonito, pelo qual precisa crescer a alma humana.

E o surpreenderá, perceber como ela é obstruída no seu crescimento, porque não pretendem aceitar a realidade da existência de uma vida após a morte.

Num laboratório, uma vez, vi dois irmãos procurarem por invenções novas.

Eles estudavam química, para a ciência já tinham conseguido muito e o nome deles se tornara conhecido até além-fronteiras.

Mas, do jeito que eram ambiciosos, não estavam contentes com isso, sempre aspiravam por fama nova.

Se estas duas pessoas estivessem convencidas do prosseguimento da vida terrena, elas teriam encarado os seus estudos de forma bem diferente.

Quando cheguei perto deles, estavam a ponto de inventar um dos mais perigosos explosivos e enquanto o irmão mais novo se ia ausentar da casa por alguns dias, o mais velho prosseguia, loucamente, as pesquisas.

Ele estava sob a influência do Mal.

Numa noite, devido a uma explosão, o laboratório estraçalhou-se e tiraram os seus restos materiais debaixo das ruínas.

Então, na Terra, foi anunciado que o professor A.,durante as suas pesquisas científicas, tinha falecido por um acidente fatal.

O seu irmão achou que os testes químicos tivessem sido aprovados.

E construíram para ele um laboratório novo no qual pudesse prosseguir as suas pesquisas.

O que ele procurava, na Terra não perguntavam, desde que tivesse sucesso, este conceito, segundo nós, é uma das maiores burrices, porque isso leva o Homem direto às mãos do Mal, porque ele mesmo abre os canais para isso, pelo que tudo vai contra as leis de Deus.

O quê agora acontecia do nosso lado?

Quando o acidentado, após a explosão, descobriu que ele, embora tivesse morrido na Terra, prosseguia como Espírito, reconheceu, que se deixara influenciar por maus Espíritos.

Agora ele via, que, por ações e conceitos errados, passou cedo demais e resolveu acionar todas as suas forças para proteger e guardar de desastre o seu irmão, que não estava ciente da má influência que estava agindo sobre ele, enquanto ele invocava poderes superiores para ajuda-lo, porque via que de outra forma, o seu irmão estaria perdido.

Vivenciei situações dessas.

Quando o Homem esquece a si mesmo, irrevogavelmente se torna um brinquedo nas mãos do Mal.

Nisto você vê, André como é necessário abrir-lhe os olhos.

Muitos se perderam dessa maneira.

E o quê essas pessoas agora conseguiram?

Evidentemente conseguiram pouco.

A sua vida fracassa porque esquecem o espiritual, que serve de alimento para a sua alma.

Assim, há muitos que se perdem por ignorância.

Já estamos longe, André, sem que você percebesse, chegamos a um lugar que nos liga com a Terra e com as Esferas.

Nós percorremos esta distância em muito pouco tempo, porque nós nos movimentamos a flutuar.

Antes de prosseguir, veremos agora a Terra na qualidade de espíritos.

Olhe, lá em baixo, aquele disco escuro, cinza, esta é a Terra.

Lá está o seu corpo, lá você vive e habita.

Mas agora você pode se convencer que pode viver fora do seu corpo material.

Esta é uma das maiores provas que receberá, porque isso poderá confirmar pela sua saída do corpo físico.

Você vê que a Terra quase não tem luz; a pequena luz que vê com ela, não é a luz do sol que você contempla com os seus olhos terrenos, enquanto o seu Espírito está dentro do seu corpo.

Porém, essa luz significa a pouca força espiritual que a Terra irradia.

As nuvens que vê com os seus olhos físicos neste momento também sumiram.

Tão sombria aparente espiritualmente a Terra.”

“Eu acho bonito e interessante, Alcar, vê-la assim.”

André olhou o seu líder que o olhou sorrindo.

“Seguramente vale a pena poder vê-la daqui.

Mas, depois, quando lhe contar qual a causa da Terra ser tão escura, você rezará comigo e suplicará a Deus por salvação.

Então não mais a achará bonita e interessante, meu filho.

Vê lá aquele risco pequeno, fino e cinza, que circula, algo iluminado, em volta da Terra, esta é a radiação total que tem.

A luz da Terra não é branca, mas turva.

Isto é o Mal que vemos neste lado, o Mal que nela prolifera.

Este planeta afundou de maneira arrepiante.

Veja a diferença entre essa radiação e aquela dos outros planetas.

Lá também vivem homens, mas esses são afinados, muito mais subtis, de espírito e sentimento, então, por si, também mais perfeitos.

Não vê que a sua luz é muito mais pura e não lhe conforta e o deixa feliz poder ver algo tão lindo assim?

Agora, torna a ver como a Terra é escura.

Lá não conhecem nenhum amor puro e nem fidelidade a Deus.

Tudo é deformado e os Homens aspiram apenas por tesouros terrenos e fama terrena, como aqueles dois irmãos.

O Homem quer progredir, mas anda no caminho que o leva para baixo.

Mas nós tentaremos clarear aquela luz e muitos nos ajudarão.

Que a Terra possa, um dia, radiar assim como os planetas aqui acima, então, também nela encontrar-se-ia amor novamente e os Homens viveriam segundo o mandamento de Deus.

Eles radiariam como Deus quer ver irradiar todos os Seus filhos.

Porém, por enquanto, provavelmente não acontecerá, porque eles se combatem; um irmão briga com o outro.

Um rouba a felicidade do outro, cobiça e amaldiçoa a vida do outro.

Assim prosseguem no caminho que, cada vez mais, os afasta do caminho certo.

Na sua cegueira não enxergam mais os caminhos de Deus e não sentem os raios soberanos, quentes, que iluminam estes caminhos.

Tudo para eles é frio e seco e não sentem necessidade de elevar o seu nível espiritual.

Vão um atrás do outro pela vida, brincam de esconde-esconde um com o outro e têm medo de mostrar as boas qualidades um ao outro.

Não ousam mais isso e também não carregam mais a cruz visivelmente, para mostrar abertamente a todos.

Tão profundamente afundou a humanidade, tão turva é a luz espiritual da Terra e tão mal entendida é a mensagem, que Cristo, um dia, levou a ela.

Por isso nós tentamos e milhares, não, milhões connosco tentam salvar a Terra, convencendo-a novamente de uma vida do outro lado do sepulcro, para, finalmente levar os Homens ao caminho que os leva ao alto.

Isto, meu menino, é o alimento espiritual que os levará de volta a Deus, o Pai de todos nós.

Recebemos o Seu amor e a Sua força e por Seu amor e sabedoria somos capazes de levar-lhes outra luz e também outra influência, a influência santa das Esferas.

Nós levamo-lhes a semente fértil que será alimento para a sua alma, que crescerá e florescerá acima de todo o Mal e que os levará de volta ao caminho certo que deixaram há muito tempo e que os conduz montanha acima, novamente.”

Alcar estava como uma estátua, com o braço erguido, de mãos dadas com André e era como se tivesse falado cheio de amargura a Deus lá em cima para pedir perdão para a pobre Terra e pedir força para o trabalho que ele queria fazer.

“Não é fácil, meu rapaz, levar melhoria a isto, porque o Homem prefere fazer aquilo que lhe parece mais fácil, aquilo que não está ligado à luta.

Assim, uma vez, é o Homem e, porque não ousa combater, é levado ao encontro da escuridão.

Afunda cada vez mais, até que ameaça sucumbir na miséria e finalmente pede por ajuda e salvação, pela miséria que ele mesmo criou, porque desviou-se do caminho certo.

E então, iremos daqui para ajudar aquele pobre filho do Homem.

Porém, primeiro precisa pedir ajuda a Deus, antes não podemos alcançá-lo e ele não poderá ver as nossas mãos estendidas.

Mas se ele suplicou por ajuda ao Pai, ele não se perde, porque Deus ama todos os Seus filhos, tanto os maus como os bons.

Assim, um dia, virá o tempo em que Deus verá todos os Seus filhos em amor perfeito e puro.

Quando, mais tarde, vier aqui para sempre, juntos continuaremos o bonito trabalho que faz o Homem subir espiritualmente.

Venha, iremos adiante.”

André olhou mais um pouco àquele disco escuro que deveria ser a Terra.

Lá embaixo ele vivia, lá ele precisava trabalhar, convencer as pessoas.

Com a ajuda de Deus, levar até elas a luz.

A pouca luz, que a Terra radiava como força espiritual, ele devia ajudar a aumentar, para que, um dia, se tornasse uma chama.

Assim prosseguiam por um bom tempo e ambos estavam mergulhados em pensamentos próprios.

O André viu que o rosto de Alcar irradiava, mesmo ainda estando triste.

Alcar o olhou e perguntou: “Meu filho pensa que estou triste?”

“Como você sabe que pensei isso?”

“Li os seus pensamentos, André, ou melhor dito: os seus pensamentos me alcançaram.”

“Como isso é possível, Alcar!”

“Nada para nós é impossível.

Podemos tudo,desde que nós assim o queiramos.

Para adquirir este poder precisamo-nos desenvolver.

Isto é a força espiritual: a posse própria.

Aqui, em primeiro lugar, é necessário entender a linguagem espiritual, é que, quando o Homem chega aqui, não possui mais nada daquilo que pertence à Terra.

Nós usamos a linguagem terrena para a Terra sim, porque lá precisamos nos fazer entender daquela maneira, mas, me entenda bem, André, aqui usamos só a nossa força espiritual, assim também para a linguagem.

Eu preciso dela para entrar em ligação com tudo e todos, assim também com os meus seis amigos.

Isso só pode por força espiritual, porque ela penetra tudo e por isso é usável à distância.

Tudo isso só se pode alcançar por uma vontade forte e uma grande capacidade de concentração.

Do nosso lado existe um relacionamento mútuo estreito que nos leva em contato com a Superioridade.

Venha, vamos tentar, um pouco, entrar em ligação com os meus amigos.”

O Alcar pegou num objeto que parecia, de certa maneira, com um pano de seda e fácil de guardar.

À sua volta tinha um cordão solto com alguns contatos.

“Veja, este é o meu aparelho receptor; carrega uma força grande, porque pode me unir com o Cosmo onipotente em que há tantos segredos escondidos ainda.

Este aparelho está sintonizado à força humana e feito um com a nossa vontade poderosa e a nossa capacidade de concentração.

Portanto, está sujeito à minha vontade.

Assim, as imagens que quero atrair para mim, serão forçadas a se tornarem visíveis, tão nítidas quanto eu quero.

O instrumento é feito de metal líquido e o segredo disso ainda só é conhecido nas Esferas.

Um amigo meu o projetou e, como ele disse, nos primeiros anos ainda não será dado à Terra.

Se agora eu quiser me ligar a algo, portanto unir, eu deixo a mão esquerda à esquerda e a mão direita à direita do pano, com esse contato aqui e aquele botão ali, no lado direito.

Assim, André, agora estou unido com o Cosmo.

O Universo tem, como já lhe disse, muitos milagres.

Isso é um milagre pequeno, mas útil.

Há planetas, dos quais os habitantes já podem chamá-lo seu e o usam.

Mas estas pessoas estão muito adiante no caminho espiritual, então muito mais perfeitas do que aquelas que vivem na Terra.

Tenho a certeza que, se fosse dado à Terra esse produto nobre, seria usado para destruir outros, é que tanto já foi dado à Terra e que foi usado para fins bélicos o que não foi o propósito.

Agora me concentrarei em tudo que eu quero ver, então aquilo que concentro firme nos meus pensamentos aparecerá neste pano, em cor e forma, totalmente como é na realidade.

Nós aqui chamamos por instrumento de espelho espiritual, ou também espelho mágico, porém, o meu amigo disse – e isso é assim também - que é televisão de pensamento.

Agora, atente bem; verá algo lindo, mas não fale e venha atrás de mim.

Assim, poderá ver sobre meu ombro.”

O André percebeu que o Alcar usou todas as forças, mas nele nada mais se movia.

Por alguns momentos ele estava imóvel e então André viu aparecer no pano, não só ele próprio, mas também o seu quarto com tudo dentro, tão nítido como se tivesse sido fotografado.

Os jovens na luz azul, ele reconheceu na hora.

Esta imagem continuou muito clara por alguns momentos, depois diminuiu um pouco para finalmente desaparecer totalmente.

“Oh, Alcar, como isso é lindo.

Pude ver a mim mesmo no meu quarto e também os seus ajudantes.”

“Achou bonito, meu rapaz?

Era isso que eu lhe queria mostrar.

Eu também poderia ter contato com Adonis e falar com ele na linguagem espiritual, mesmo estando distante um do outro.

Há ainda outros meios para fazer ligação com os nossos amigos, porém, este para mim é o melhor, é que não preciso de ninguém para isto.

Este método já me proporcionou muitos serviços e você pôde ver que quando deixei diminuir um pouco os meus pensamentos e vontade, logo a imagem ficou mais fraca.

Os que podem alcançar algo com os seus pensamentos, os que se concentram, os que conseguem alcançar alguma coisa podem conseguir isso.

Para outros este instrumento não tem qualquer valor.

Tudo então se resume à concentração e vontade poderosa.

Quando o meu amigo puder dar o instrumento à Terra, ela o receberá por inspiração.

Experimente uma vez as suas forças também e pense intensamente no seu corpo físico.”

O André experimentou, mas não conseguiu efetuar nada a não ser umas vibrações ligeiras.

Então desistiu.

“Eu não consigo nada, Alcar.”

“Isso prova, meu rapaz, que terá que ficar mais forte ainda.

Não consegue segurar o objetivo com os seus pensamentos e isso também não é fácil.

Mas aos poucos chegará lá.”

“Quem é o Adonis, Alcar?”

“Esse é o meu ajudante e o líder dos meus outros amigos.

Você o verá quando nós retornaremos ao seu quarto.

Agora quero voltar um pouco àquilo que eu já referi com o dar à Terra.

Na Terra já fizeram pequenos progressos sim, mas os inventores que o meu amigo quer usar como instrumentos ainda terão que ter paciência, senão eles trabalharão para os fins errados.

Agora seguiremos direto à Terceira Esfera, o lugar aonde quero ir com você.

Há sete Esferas, das quais a primeira e a segunda parecem muito com a Esfera terrena, embora sendo em forma espiritual.

Mas lá se começa a se desenvolver, aos poucos, para se poder alcançar as regiões superiores.

Estas não são mais Esferas de purificação, estas já são contadas como as Esferas de existência.

O que queremos ver não ocorre nestas Esferas, então iremos à Terceira Esfera.

Os Homens que lá vivem, atuam todos sobre o desenvolvimento do seu nível espiritual.

Muitos deixaram a Terra há pouco, outros já há muito tempo.

Tenho muitas surpresas para você André; logo chegaremos.”

“Ouço música, Alcar, de onde ela vem?

Oh, como é esplêndida!”

“Daqui a pouco você terá oportunidade de ouvir e ver tudo que nos é dado.

As inteligências que verá chegaram, para este evento, de diversas regiões.

Você deve ter notado que depois da última parada, subimos muito rápido.

Mesmo assim não pôde observar nada de especial.

Não é mesmo?”

“Sim, Alcar, nada vi, a não ser um espaço vazio”.

“Nem a Terra, nem os outros planetas, não há mais como ver.

Flutuamos no infinito.

Mesmo assim passamos por outras Esferas sem que percebesse algo disso; isso é porque só terá para ver aquilo que eu me propus, porque não seria possível você assimilar tudo.

Tornar-se-ia demais para você.

Também não poderíamos nos deslocar tão rápido, se eu não lhe segurasse com a minha vontade e os meus pensamentos.

Agora você está protegido e aguentará tudo que veremos e encontraremos.

Já lhe disse que podemos nos deslocar com a velocidade dos nossos pensamentos o que, naturalmente, só é possível para os que vivem neste lado.

É o meu desejo que memorize bem o que verá daqui a pouco, porque precisa contar tudo na Terra, para todos que querem ouvir.

Grave bem tudo na sua memória, quando tiver retornado à Terra, tudo voltará devagar para você.

Novamente verá tudo cientemente diante de si, assim como pôde vivenciar.

Mesmo assim não poderá explicar como realmente é.

Isto uma vez é impossível, transpor em linguagem terrena; devem ver e sentir por si mesmos.

Mesmo assim os Homens serão felizes quando você lhes contar da vida após a morte e dar-lhes a segurança que, se viverem na Terra uma vida correta, aqui virão para a luz e participarão da felicidade celestial.

Cada um virá aqui, como é interiormente e então entrará na Esfera a qual pertence espiritualmente.

Segundo a lei de causa e efeito, colherão aquilo que semearam.

Muitos vêm numa situação infeliz e então muitas vezes precisam ficar nas Esferas escuras e frias por um bom tempo, antes deles poderem seguir espiritualmente e alcançarem uma Esfera superior.

Outros porém, que já entenderam durante a existência física, que é o propósito de Deus que dediquem esta vida aos outros e ajam de acordo, sentir-se-ão logo em casa depois da sua passagem e estarão felizes numa Esfera que sintoniza com o seu interior.

Eu voltarei a este assunto mais uma vez porque é de inominável importância.

Os Homens precisam saber que, os que terminaram bem a sua vida, viverão nas Esferas de luz e amor, mas, aqueles que se esqueceram, encontrarão seu lugar nas Esferas de frio e escuridão.

Diga-lhes, André, que aqui encontrarão tudo assim sintonizado com a sua vida interior, na Terra.

Pronto, chegamos na Terceira Esfera.

Você deve ter percebido que a luz celestial se alterou.

Assim poderá perceber em todas as Esferas.

Torna-se cada vez mais bonita, cada vez mais perfeita; tudo se comunica e está ligado entre si na maior harmonia.”

Agora eles viram chegar e partir muitas inteligências, em grandes colunas e também em grupos menores.

Todos se deslocavam a flutuar.

“Todos eles são Homens que ainda vivem na Terra, Alcar?”

“Em parte, meu filho, porém a grande maioria compõe-se de transferidos das regiões daqui de baixo.

Todos eles vão à festa onde nós também iremos, por ser permitido assisti-la.

Isto também é, outra vez, um processo soberano, um saber soberano, porque não são chamados, mas porque o sentem pelo que há de mais alto neles.

Isso nos indica novamente a onipotência de Deus que aqui regula tudo, assim como na Terra.

Vê, agora alcançamos o lugar onde nós pretendiamos chegar, ao fazermos esta viagem.

Lá no vale encontraremos um lugar onde poderemos enxergar bem, tudo.”

O André via diante dele uma terra linda.

A natureza parecia com aquela da Terra, mas era mais suave e linda de luz, que atuava magnificamente nela.

“Como é calmo aqui, Alcar.”

“Todos que vivem aqui são felizes, embora eles, da Terra, tenham alcançado apenas a Primeira Esfera, porque a vida nesta Esfera está num nível infinitamente mais elevado que na Terra.”

No vale havia milhares e milhares de inteligências que se posicionaram num cortejo comprido, que serpenteou ali e lá longe apenas era visível como uma ponta.

Venha, André, vamos ficar naquele morro para ver o cortejo passar.”

“Como aqui é lindo, Alcar!”

“Tudo está em harmonia com o infinito e todas estas pessoas moram na casa que já na Terra construíram para eles.

É aqui a sua morada espiritual.”

“O que de fato acontece agora, Alcar?”

“Vou lhe dizer.

O vale é um lugar de consagração, onde muitos irmãos farão o seu juramento espiritual.

Eles se encontram no cortejo e farão provas de um ou outro estudo em que se aperfeiçoam; logo poderemos ver isso.

Escuta!

A música que ouviu agora há pouco começa a tocar de novo.”

André ouviu melodias lindas e todo o seu corpo tremeu com essa música linda.

Ele sentiu-se como se estivesse sendo carregado, como se quisessem levá-lo a regiões superiores.

Nunca ouviu algo tão bonito e estava profundamente impressionado.

Parecia-lhe que eram instrumentos estranhos que eram tocados.

O Alcar o olhou e percebeu que estava chorando.

“Fique forte, meu rapaz, virá mais que vai comove-lo profundamente.”

“Choro de felicidade, Alcar e não sei como agradecerei a Deus e também a você, por me ter levado.”

“Você ainda verá muito mais, mas terá que ser forte, é que doutro modo será impossível absorver tudo.”

Devagar, o cortejo passou, à frente deles.

André, agora via muitos Espíritos em vestes lindas, de cores diferentes.

“Estas vestes têm significado para os que as usam, Alcar?”

“Sim, seguramente.

A maioria destes Espíritos estão ligados a uma ordem e a roupagem que usam é o símbolo da sua força espiritual.

Todas estas inteligências vêm de regiões superiores a esta.”

André podia ver tudo claramente.

Atrás da música andava alguém, vestido numa veste maravilhosa, que carregava uma cruz reluzente diante dele.

“O que é isso, Alcar?”

“Isso, é o que você tem que memorizar com toda a sua alma, é a Luz Divina que a cruz irradia.

Eu sabia que veríamos isto.

É santo, meu rapaz.

É a luz pura e santa que a cruz pode nos dar, é que quando olhamos a cruz, pensamos no nosso Mestre.

Esta é a luz do Filho Perfeito de Deus.

A Sua Radiação.”

Todos se ajoelhavam agora, porque era para eles como se o próprio Salvador estivesse no meio deles.

“Ajoelha-se, André, e agradecemos a Deus por esta luz magnífica.”

Ambos ajoelharam e agradeceram ao Pai por esta grande graça.

“De tudo que verá aqui, é isto, sim, o maior e o mais santo.

Isto não é uma luz como um artista na Terra pinta em volta da cruz como símbolo do amor divinal, não, é a radiante Luz santa, do próprio Cristo.

Por isso quis trazê-lo até aqui.

Por Ele recebemos toda essa sabedoria, essa luz santa.

Você poderá entender isso, porque agora você mesmo viu o significado da força espiritual do símbolo da cruz.

A felicidade perfeita, a magnificência da luz, que o filho de Deus, o filho perfeito de Deus deu aos Homens na Terra.”

O André tinha se agarrado ao Alcar; ficou-lhe poderoso demais, dominante demais.

“Venha, menino, mostre a sua força e ouça.

Pelo brilho desta luz os espíritos infelizes virão a outros pensamentos e tentarão elevar-se de tal forma que, uma vez, serão dignos de possuí-la para sempre.

Aquele que carrega a cruz foi o meu líder e ele é digno de carregá-la.

Muitos que aqui estão não fazem parte desta Esfera, mas da primeira, segunda e de muitas outras que vieram para este vale, para contemplar a luz que a cruz radia.

A todos foi proporcionado presenciar esta festa e quando depois voltarem, o estímulo para se desenvolverem, se revelará neles.

Assim como você, são conduzidos, senão eles recairiam ao lugar de onde vieram, porque não poderiam suportar a luz e o calor desta esfera.

Por isso também precisam ser envolto pela radiação do fluido dos seus líderes.”

Ao lado do carregador da cruz andavam dois homens mais novos, também vestidos em vestes magníficas, para os quais André olhou com muito interesse, porque ambos carregavam um livro enfeitado com fitas e flores lindas.

O que estava escrito ele não conseguiu ver.

“Você não consegue ler, meu filho?”

“Não, Alcar, mas você então sabia de novo em que eu pensava.”

Não li apenas os seus pensamentos e o que está nos livros, mas também o que significam os títulos.

São os livros da vida que carregam, livros que significam sabedoria, força e amor, três propriedades que têm a ver com a Terra e vários outros planetas.”

O Alcar achou excelente que o André quisesse saber tudo e que podia satisfazer a sua curiosidade.

“Como pode saber, Alcar a uma distância dessa?”

“Também, novamente por força espiritual.

Quando mais tarde você chegar tão longe, que possua essa força espiritual, você, assim como eu, poderá constatar isso e muitas outras coisas.

Isso, você será capaz, enquanto ainda vive na Terra; preparar-lhe-ei o seu desenvolvimento.

Só por concentração conheço o conteúdo destes livros.”

Seguiam atrás desses Homens novos uns cinquenta jovens que estavam vestidos em vestes roxas azuladas e tinham muitas insígnias de ordem no braço esquerdo e no peito.

“O que significam estas ordens?

São sinais de mérito, não é?”

“Seguramente, André, mas não as compare com as da Terra.

Lá muitas vezes são atribuídas sem razão e ainda por cima muitas vezes só por coisas materiais e não por feitos espirituais.

Como são merecidos não é questionado.

Tudo é visto apenas por olhos materiais e não tem nada a ver com as leis de Deus.

Que valor têm estas ordens quando o Homem espiritualmente está a um nível baixo?

Entende o que quero dizer, André?”

“Sim, Alcar.”

“Se não são merecidos espiritualmente, não têm valor aqui.

Os que usam insígnias de ordens nas Esferas, assim como estes jovens, as têm por mérito espiritual.

Eles são reconhecíveis pela sua luz, a sua radiação, a sua força e pelo seu amor por todos e tudo.

Os seus graus e títulos são bens espirituais, sagrados.

Depois voltarei a falar sobre isso; e visitaremos lugares onde estão muitos da Terra que tinham os seus peitos enfeitados com insígnias de metal, só por presunção e vaidade.

Eu poderia falar muito tempo sobre isso, porém deixe-me dizer ainda que muitos são ridicularizados quando se gabam da posse antiga ou daquilo que um dia foram.

Muitos de importância, segundo os conceitos terrenos, estão aqui nas esferas escuras e o que isso tem de utilidade, enfeitar-se daquela maneira, se na sua alma tudo estiver escuro.

Não, brilho exterior aqui não tem mais valor; o Homem deve radiar interiormente.

Isto, primeiro, o caracterizará como um Homem que dá e só vive porque carrega a luz de Deus por dentro e à sua volta.

Então ele é bonito, carrega ordens de força espiritual e ajudará a todos.

Por isso, meu filho, enfeite-se com as insígnias de Deus; estas são: sabedoria, força e amor, merecidos em simplicidade e humildade.

Então poderá apoiar os Homens, que compreenderão que tudo é amor.

Deus deu ordens espirituais a estes jovens que as usam em simplicidade, porque se dão para fazer o Bem e querem amar tudo o que faz parte da vida de Deus.

Assim prestarão mais uma vez provas, no estudo poderoso das leis da vida.

Por isso estes livros foram trazidos.”

André viu que, em todos os rostos, estava legível a felicidade radiante.

No meio do vale tinham-se montado lindos carros de cortejo, que estavam enfeitados com as flores mais lindas das Esferas e levavam como símbolos; sabedoria, força e amor.

Tudo era composto harmonicamente e formavam um todo.

Ao lado dos jovens andavam os estudiosos que precisavam examiná-los.

Todos esses Espíritos irradiavam felicidade e sabedoria.

“Estes homens, André, na Terra seriam velhos, mas o que é velho aqui, o que é o tempo aqui?

É nada em comparação com a Eternidade.

Todos eles são jovens porque possuem força espiritual.

Na Eternidade não se torna velho, porque o espírito continua jovem eternamente.”

André achou tudo imponente.

Não conseguia encontrar palavras para explicar como se estava sentindo.

Um era mais lindo que o outro, mas isso ele sentia: Aqui ele estava na Eternidade, via isso em tudo.

Agora sentia com toda a segurança, que Deus é amor.

“Eles conhecem o amor verdadeiro André e o possuem.

Esta é a sua maior força; por isso estão repletos de felicidade e de pensamentos santos e harmoniosos.

Como o cortejo agora vai para aquele Templo ali que pode ser visto daqui, nos apressaremos para chegarmos quanto antes.

Lá lhe mostrarei algo lindo antes de começar a solenidade; senão perdemos a oportunidade.

Lá há mais que o impressionará.”

Durante o prosseguimento, o Alcar perguntou se não viu algo especial nas várias inteligências.

“Sim, Alcar, sei o que quer dizer.

Quando fomos embora você falou sobre isso.

Não é assim?”

“Isso, meu rapaz.”

“Vi muitos, não só homens mas também mulheres, que têm a luz dupla à sua volta.

É isso que quer dizer.

Não é, Alcar?”

“Toca-me que você mesmo pôde constatá-lo, porque há Espíritos que já estão aqui há anos e anos e ainda não podem senti-lo e nem podem ver se tem a ver com um Espírito de um homem físico, ou com um Espírito astral.

Isso quer dizer: Com um espírito de um habitante da Terra ou com um habitante das Esferas.

Os espíritos inferiores também não podem senti-lo porque na Terra deixaram passar a oportunidade de enriquecerem-se espiritualmente, pelo que, quando chegam às Esferas, têm uma pobreza espiritual grande.

Aqui, agora estão muitos Espíritos de proteção, quais, assim como eu, estão a fim de desenvolver os seus instrumentos, de mostrar-lhes tudo como é na realidade e dar-lhes a convicção da graça que nos é dada por poder viver aqui.

Aqui chegamos ao “Templo da Verdade” que agora é usado como examinário.

Se não soubéssemos que estavamos nas Esferas pensaríamos que este prédio teria sido levantado por mãos terrenas.

Parece muito com um templo de tijolos da Terra, mas mesmo assim, nele não há nada de matéria a descobrir.

Mais tarde explicarei e dar-lhe-ei um esclarecimento completo sobre isso.

Nós tiramos tudo do Cosmo.

Lá dentro há muitos segredos ainda escondidos, não só os que têm a ver com a arte de construção, mas também os que têm a ver com muitas artes e ciências.

Não é maravilhosamente lindo, André?

Será que acreditariam na Terra que no Além se acha casas, prédios e templos?

Mesmo assim, aqui temos tudo que é pensável, mas numa forma muito mais perfeita, enquanto a substancia disso, naturalmente, deve ser pensada espiritualmente.

Assim, como tudo na Terra está presente em forma física, em situação mais grossa, assim no reino do espírito é construído em forma espiritual.

O semelhante atrai o semelhante.

Nós, habitantes das Esferas somos seres astrais, então tudo deve acomodar-se a nós.

E em proporção da superioridade da Esfera em que estamos, tudo lá dentro será mais perfeito, até que, nas Esferas mais altas, é alcançado o mais perfeito, o etéreo total.

Mais tarde falaremos de perto também sobre este ponto; agora há tanto que precisa ver, porque terá que leva-lo adiante espiritualmente.

Vamos entrar então.”

Entraram num vestíbulo grande onde já estavam presentes muitas inteligências.

Também aqui André via muitos Espíritos que ainda viviam na Terra e portanto estavam fora do corpo fisíco.

Lá estava totalmente calmo e quieto.

Nitidamente se sentiu que tudo foi dirigido por uma mão poderosa.

No meio do Templo havia uma fonte grande, rodeada de flores magníficas, de lindas cores.

Atrás disso tinha uma cátedra, também enfeitada com flores.

Isso era duma riqueza de beleza, que o tocou profundamente.

O conjunto completo era um jardim perfeito de flores.

O centro da fonte foi retratado por uma apresentação simbólica; a água, a jorrar, regava todas as plantas e flores.

Todos receberiam a sua parte, nem uma só planta era esquecida.

Tudo era regado em harmonia e amor.

A flor grande recebia um pouco mais que a menor e a planta grande mais que a planta menor; tudo era regado de tal modo que recebia a quantia de acordo com o tamanho e a necessidade.

“Em tudo há harmonia, meu rapaz, e é marcante que algo que na Terra parece muito comum, aqui é sentido de modo tão diferente por todos.

Isso, novamente é porque todos estão sintonizados para esta harmonia.

Esta é a grande atração que dela emana.

O Homem terá que senti-lo.

Não é maravilhoso, André?

Você vê que cativa todos.

Os que fizeram-na são Espíritos superiores que, com certeza, possuem em grande medida, a força espiritual harmoniosa, que colocaram nessa fonte, é que ela fala a nós e força-nos a pensar em Deus, porque Ele está em tudo e a Sua Sabedoria e força harmoniosa pelo espiritual em nós, precisa ser entendido.

Ela ensina então a fazer tudo em harmonia, assim como Deus deseja de nós.

Com certeza esta fonte tem um significado profundo.”

“Sinto, Alcar, que ela foi feita com este objetivo.”

“Também essa observação é muito justa.

Agora há pouco já lhe disse o que ela nos ensina, não é?

Você vê que, todos os que estão aqui presentes, são cativados pela sua influência.

Isto é o grande mistério que há em tudo que tem a ver com o Divinal.

Os caminhos e leis de Deus são insondáveis para o Homem.

Mesmo assim tudo é simples quando se quer estar unido em harmonia com Deus.

Isso não quer dizer pessoalmente com Deus, mas viver assim como Ele propôs a todos os Seus filhos.

Assim, esta fonte é a representação simbólica do Homem, o que significa harmonia, sabedoria, força e amor.”

“Agora entendo tudo, Alcar.”

“Fico feliz, meu rapaz.

Quando queremos ser um com Deus, sentimos que existe contato, que O amamos, que somos os Seus filhos, como deve ser.

Nós todos deveremos ser filhos de Deus que aspiram por sabedoria, força e amor.

Assim, o Homem progride, ele irradia.

Os que vêm daqui a pouco, também entenderão o objetivo dessa representação simbólica.

Para eles estas palavras foram bem escolhidas: “E não se esqueçam que até um só pedúnculo no seu campo, e tudo, seja mesmo insignificante, tem direito de existir, direito de viver.”

Está tudo claro, André?

Ela rega tudo e não esquece nada.

Assim nós também deveremos praticar tudo em amor.

Isto é o nosso alimento espiritual e a nossa força.

Os mestres espirituais esclarecerão aos seus alunos em toda harmonia, como a fonte completa o seu trabalho.

Isto eles podem por seu amor mútuo a Deus.

Em tudo caminham pelo caminho do amor, porque o amor é o mais alto e o mais santo, criado por Ele.

Logo um dos líderes falará a eles, que farão a prova, a eles que vivem aqui e aos que, como você, vieram da Terra para presenciar este acontecimento.

Ele indicará a todos a grande força interior que possuem.”

Agora, ressoou o toque de corneta, sinal que o cortejo todo tinha chegado e que podia dar início.

No púlpito, um dos estudiosos tomou lugar, vestido numa veste esplêndida.

Acima dele estava a cruz reluzente, que agora, como sinal de pureza era enfeitada com lírios.

Esta era a luz santa, branca-pura que Cristo irradiava como Filho perfeito de Deus.

Caiu o silêncio e todos se ajoelhavam; o solene momento sagrado chegou.

André estava profundamente comovido com isso.

“Este líder é conhecido aqui como um Espírito de amor, nome de honra pelo mérito dos seus feitos.

Ele falará sobre “Autoconfiança”, André; também isso já sei.

Dará apoio a todos e força para o seu desenvolvimento.”

De voz clara e bem sonora o orador começou:

“Minhas irmãs e meus irmãos!

Vocês que vão fazer esta prova, vocês que ainda moram na Terra, mas também vocês que já moram neste lado, vocês todos que estão encarregados e carregados, a todos vocês quero falar.

Quando lhe ficar pesado demais a vida e você não souber para onde ir, então tenha confiança.

Cada luta na vida é difícil, mas digo-lhe: cabeça erguida, o olhar virado para Deus e o olhar em direção à luz de Deus.

Seguindo esse caminho, alcançará mesmo muito.

Irmãs e irmãos!

Tenham coragem.

Queremos ajudá-los no atravessar da batalha pesada.

Venho como o seu amigo no seu meio e trago-lhes palavras de apoio e de consolo.

E é para mim uma necessidade, dar a confiança a vocês mesmos, porque, o que é um Homem sem autoconfiança?

Não é um destroço no oceano da vida?

A autoconfiança em toda a sabedoria, que proporcionar-lhe-á a alcançar algo, conseguir algo, não é isso o essencial na existência do Homem, aqui nas Esferas e na Terra?

E isso então serve para encarar o mais elevado, na nossa autoconfiança.

A palavra é tão simples.

Confiar em você mesmo.

Isso quer dizer: primeiro virar você mesmo de dentro para fora e ver o que tem de bom e o que você pode considerar sem utilidade.

E quando então, sobrou alguma autoconfiança, você terá a tarefa pesada para se humilhar e fazer crescer o pouquinho que tem de bom em você.

Isto embeleza o Espírito e o invólucro do Homem.

Mas então, principalmente, seja cuidadoso, que a sua autoconfiança nunca transforme em presunção e zele para que isto nunca aconteça.

A autoconfiança é a fonte da energia, qual deve levar o seu caminho ao Bem.

Falta de autoconfiança o torne pequeno, mesquinho e dá-lhe um sentimento de inferioridade.

Autoconfiança lhe dá força, não só para a sua posição social, mas, em primeiro lugar, deve ser a fonte onde tudo que é bom na vida da Terra e nas Esferas, encontre a sua alimentação.

Isto então, não se aplica só para o Homem nos seus afazeres terrenos, mas também, e isso em primeiro lugar, no seu amor pela criação de Deus, pela Onipotência de Deus, para o seu próximo e para o Bem.

Tudo isso vocês necessitam, aqui e na Terra.

E quando Deus lhes dá uma ordem, a mais difícil que seja, então terão que aceitá-la e confiar que pode terminá-la.

E então, sentirão a santidade disso e dirão: “Como sou grato, que Deus me deu essa ordem e que poderei cumpri-la.”

Então, queridos, a sua autoconfiança cresceu e se fortalece e sentem, após toda a sua luta e a sua dificuldade, que juntaram forças para cumprir a tarefa que lhes foi encarregada e com isso, vocês mesmos terão chegados espiritualmente mais acima.

Então, a autoconfiança é lhe devolvida e pode afastar todas as ideias sombrias e compreender que foi Deus Quem lhes deu essas forças e que Ele lhes encarregou da tarefa, mas, ao mesmo tempo, entender que o seu Pai clemente não exija nada de vocês que não possam cumprir.

Tenha confiança que vencerão o seu combate de vida.

Tenham confiança, apesar das dificuldades que todos encontrarão no seu caminho de vida.

Mas, principalmente, tenham confiança no Amor, que Deus, como dom maior, deu aos Homens.

Autoconfiança e auto-conhecimento, automaticamente lhes conduzem ao Amor sagrado de Deus.

Para todos vocês, a luta de vida não é fácil, mas saibam, quanto mais pesada for a luta, mais linda será a vitória.

É que, apenas os que, apesar de todas as dificuldades e cuidados, querem vencer, receberão a bênção de Deus.

Submeter-se-ão à vontade de Deus, acharão tudo bem e aceitarão tudo.

É que, os que não conhecem a batalha, também não poderão evoluir.

Eles se afundam cada vez mais, porque lhes falta a única coisa que o Homem precisa para ser ele mesmo.

Isso é a autoconfiança.

Combatam na sua batalha para o Bem, mas cuidem que saiem vitoriosos e que a confiança de fazer e manter acordado o Bem em vocês o está dentro de vocês.

Tenham autoconfiança, então também confiarão em Deus.

Mas, embora lhes pareça verdade esta lição de vida, muitas vezes ela é tão difícil de seguir, não é?

Pensem sempre então que são filhos do Pai Todo Poderoso, que nunca esquece os Seus em todos os seus cargos e preocupações, mas apóia-os em tempos escuros, assim na Terra como nas Esferas.

Por isso, olhem cheios de esperanças para Ele, que vocês chamam do seu Pai.

E, se um dia, tiverem de curvar a cabeça e clamarem do mais fundo do seu coração: “Pai, não posso mais,” então levantem-se de novo e olhe de cima para todas as suas preocupações.

Então, vocês as verão diferente, é que Deus, em Sua grande bondade, devolveu-lhes a autoconfiança que faltava.

Homem, reze muito, reze para o seu trabalho e para o seu estudo.

Reze na alegria, mas também nas dificuldades.

Reze quando lhe é possível mas queira rezar sempre.

Reze por autoconfiança, porque saiba, que sem isso não pode ser filho de Deus.

Reze, para que nunca lhe seja tirada, porque então experimentará como é pequeno, porque então seria apenas: matéria sem força.

E eu rezo para o Pai de todos nós, para ajudá-lo, apoiá-lo, fortificá-lo e dar a você sabedoria, força e amor.

Dar-lhe a autoconfiança que precisa para poder alcançar o Bem.

Possa, a bênção de Deus, pousar em todos vocês.

Amém.”

Ficou tudo em silêncio profundo depois do discurso e da oração desta alta inteligência.

Depois, um outro Espírito, numa veste de outra cor, subiu o púlpito e dirigiu as seguintes palavras aos presentes:

“Meus queridos, irmãs e irmãos!

Também eu quero dirigir-lhe algumas palavras.

Quando tudo lhe ficar pesado demais na vida, aqui nas Esferas assim como na Terra, rezem, rezem, rezem.

Amor é o mais alto, o mais altíssimo, o mais santo e o mais santíssimo.

Deus abençoa toda a vitória conseguida sobre si mesmo.

Mas é difícil e muitas vezes vocês enfrentam casos, quase insuperáveis.

Deus diz então: “Você precisa seguir a minha vontade!” e você responde: “Meu Deus, não posso!”

Mas Deus diz implacável: “Você precisa!” e toda a vez você sente a Sua vontade inabalável.

Você precisa, meu filho; assim precisa ser, Eu quero assim.”

Então você pensa que não pode e quer resistir até o extremo.

Mas Deus persiste e finalmente você chega tão longe e curva a cabeça perante a vontade severa, mas santa de Deus, e você consegue a vitória sobre você mesmo na batalha tão renhida, pesada e dolorida que lhe fez sangrar o coração.

E assim mesmo, foi preciso.

Então, muito suavemente, Deus põe as mãos na sua cabeça curvada e diz: “Muito bem, meu filho, Estou com você.”

Para todos vocês, virão estas horas difíceis; não as evitem, é que, não poderão escapar delas.

Encarem a luta pura, e não tentem escapar delas, porque não é a sua vontade, mas sim a vontade de Deus que deve ser feita.

Amém.”

Todos estavam profundamente comovidos e sentiram a santa influência das palavras que lhes foram dadas aqui como apoio e força.

Também o André estava muito comovido pelas orações íntimas, todavia, tão simples, pelo apoio espiritual e por tudo que pôde contemplar nas Esferas.

Isso tudo agiu muito fundo nele e no coração agradeceu ardentemente a Deus por esta olhada no Mundo Superior.

“Venha, André, agora chegou a hora de partirmos.”

Oh, Alcar, como aqui é bonito, como é santo.

Se eu pudesse ficar aqui, como eu seria feliz, então!”

“Isso vem depois, meu filho; quando vier aqui para sempre você será feliz eternamente.

Esta festa continua e mais estudiosos falarão, mas nós precisamos retornar à Terra.

Antes de ir, peço-lhe que absorva bem tudo em você, para que possa relatar na Terra.”

André olhou mais uma vez para todos que estavam à sua volta, e à maravilha das Esferas.

“Separar-me daqui é muito difícil para mim, Alcar.”

“Sente bem tudo, rapaz; também a influência soberana destas Esferas deve guardar, porque, por enquanto, não verá mais isso.”

Flutuando, foram de encontro à Terra.

“Agora temos mais duas horas, que usaremos para falar e para adquirir o sucedido pelo caminho.

Agora estamos na mesma altura, como na ida, quando pudemos ver a Terra, porém agora na direção oposta.

Porque veja, agora ela está acima de nós, assim como na Terra se vê o sol.

Olha acima em direção diagonal.

Esta é a Terra.”

Novamente o André viu o planeta com a sua radiação escura.

“Os seus habitantes sempre procuram por coisas escuras, André, e assim fazendo se esquecem de encontrar a luz que deveria ser o seu alimento espiritual.

Um inveja o outro, aquilo que ele mereceu de forma honesta.

Não se está contente com um lucro razoável, mas tenta se juntar o máximo possível às custas das irmãs e irmãos, o que proporciona muito sofrimento e dor.

Assim, o Homem se arrasta pela vida.

Assim ele vive num Inferno escuro que todavia não quer ver.

Agora pode ver a grande diferença entre a influência que percebeu na Terceira Esfera e aquela que a Terra irradia.”

“Todavia, se reza na Terra, Alcar.

Isso não tem qualquer valor, isso então não ajuda?

Podem as orações, enviadas a Deus, não aliviar a Terra?”

Reza-se muito, meu menino, muito mesmo, mas não em simplicidade e respeito, é que o Homem sempre reza para si mesmo.

As suas orações não penetram em Deus.

Naturalmente se reza, mas há poucos que enviam uma oração livre de amor e interesse próprios.

A maioria das orações que passam a nós – porque uma oração escala por nós a Deus – estão cheias de pedidos e cheias de pensamentos egoístas.

Não se procura por Ele, mas se procura em primeiro lugar para si mesmo.

Um pede dinheiro e o outro sabedoria.

Mais outro para ganhar a guerra.

Assim por diante.

Pede-se por sabedoria, para afinal usá-la para o Mal, isso contrasta com as leis de Deus.

Assim se reza, meu menino.

Agora há pouco você ouviu como discursam e rezam de forma simples os Espíritos superiores.

Também nós agradeceremos a Deus e tentaremos nos aproximar Dele em simplicidade.

Os Homens não sabem mais como devem amar a Deus e as suas orações não vêm do mais fundo dos seus corações.

Antes de nos separarmos, enviaremos com simplicidade a Deus a nossa oração, assim como é costume.

Como uma criança ora ao seu pai.

Venha, ajoelhe-se ao meu lado e agradeceremos a Deus pela felicidade que nos deu, por podermos ajudar os Homens na Terra, pela Sua graça.

Agradeceremos pelo apoio e a força que recebemos nas Esferas.”

Perto um do outro, ombro a ombro, rezaram a Deus e o André ouviu tremer a voz do Alcar, quando ele falou: “Pai, Todo poderoso.

Muitos dias se passaram, embora tenham sumido na eternidade.

Amor e dor foram nossos e apoio é o que recebemos.

Nós O agradecemos, Pai, porque somos fracos.

Somos fracos porque queremos e tantas vezes não podemos.

Pai, somos fracos, porque somos humanos, mas alcançar o superior, Pai, e há um chamado santo em nosso coração, um grito por apoio, e sentimos como o espírito nos envolve e leva-nos ao superior.

Tenha piedade, Pai, pelos nossos pecados.

Senhor, Todo Poderoso de amor, conduza-nos e fortifique-nos.

Senhor conduza-nos adiante, sem descanso, ao nosso caminho, para procurar e encontrar.

Nós O agradecemos, Pai, por tudo na nossa vida, pela alegria e sofrimento, pela felicidade e dor.

Pai, o Senhor pode fazer nos carregar tudo, mas não nos abandone.

Sabemos que o Senhor veio até nós em Seu Amor poderoso.

Sabemos que nos apoiará e perdoará e por isso, Pai, O agradecemos.

Nós suplicamos por graça para os nossos pecados e tentaremos nos aproximar do Senhor.

Pai, mais uma vez, perdoe os nossos erros e os nossos pecados.

Arranque de nós o véu do Mal e deixe-nos chegar na sua Morada paternal.

Nós O agradecemos.

Amém.”

Chorando, André olhou o seu Líder.

A emoção ficou-lhe forte demais.

Ele sentiu que a oração de Alcar era simples, mas muito íntima; ele não conseguiu se manter e abraçou o seu líder cheio de felicidade e amor por seu Deus Poderoso.

“Chore, André, chore filho.

Poder chorar bastante, às vezes faz bem.

Chore.

É uma prova que o seu coração está cheio de emoção, porque curvou a cabeça, porque pediu sinceramente perdão a Deus.

Isso o fortifica, fique calmo.

Então, está melhor agora?

Tornou-se forte o suficiente para carregar tudo?”

“Sim, Alcar, mas tudo é demais para mim.”

É isso, meu rapaz.

Mas venha, temos que ir agora.

Esta era a oração que, já como criança, quando ainda vivia na Terra, enviava a Deus e sempre, se pronunciasse do mais fundo do meu coração, sentia pousar em mim uma grande calma e paz.

Sempre me fortificava, é que, quando se reza com humildade, sem amor próprio, quando abraçamos a cruz que Deus nos dá a carregar nos ombros, encontramos força na oração, e nos consola mais e mais.

Não resmungue e não lamente quando, uma vez na vida, ficar-lhe pesado demais.

Com luta ficará mais sábio e crescerá espiritualmente, é que, se nunca fosse escuro à sua volta, não poderia estimar a luz.

Assim poderíamos continuar a falar por horas a fio, mas agora o nosso tempo esgotou.”

Em pouco tempo, retornaram à casa dos pais de André.

Tudo estava num sossego profundo e os ajudantes de Alcar ainda estavam no quarto, imediatamente vieram para cumprimentar o seu irmão.

“Entendeu as minhas notícias, Adonis?”

“Sim, irmão.”

André agora sabia quem era o Adonis.

Este o olhou sorrindo e perguntou se o acontecimento o impressionou.

“Não sei o quê dizer.

As palavras falham para dar uma descrição de toda esta beleza.”

Adonis e os seus amigos agora iriam embora, depois do Alcar ter dito que iria avisá-los sobre outro serviço.

Então o André sentiu que tinha chegado o momento da despedida e um sentimento de medo se apoderou dele.

Agora, novamente, teria que separar-se do seu líder querido, e não conseguia mais conter as suas lágrimas.

“Quieto, André, fique firme, menino.

É que não nos separaremos para sempre.

É apenas por um tempo curto, logo me verá novamente de espírito a espírito.

É que sempre estarei ao seu lado, afinal você me ouve e me vê.

Este é o fim da primeira viagem às Esferas que pôde fazer, pela saída do corpo.

Fique firme; iremos mais vezes, faremos mais viagens e esperamos que todas tenham êxito.

Agora, antes de você retornar ao seu corpo, eu tiro-lhe os meus fluídos e a minha vontade firme, é que, se esquecesse disso, amanhã, apresentar-se-ia com você um fenômeno estranho.

Se eu não o livrasse do meu fluído, isso penetraria no seu corpo físico, o que, segundo você iria perceber, atrapalharia no seu trabalho terreno.

Naturalmente preciso prevenir isso e cuidar para que acorde tranquilo após esta primeira viagem.

O descer no seu corpo provocará um pequeno choque que não poderá ser evitado, sejam quais forem as minhas providências.

Após o seu acordar, tudo que você ouviu e contemplou nas Esferas retornará, aos poucos, à sua memória.”

Agora, o André começou a sentir-se muito cansado.

“ O que isso quer dizer, Alcar?”

“Isso quer dizer que o liberei do meu fluído e da minha vontade firme.

Você estava sintonizado nas Esferas e agora o seu corpo espiritual está disposto a descer no corpo físico.”

Depois sentiu frio; então todo o cansaço sumiu.

“Pronto, André.

Agora o desmagnetizei, o que também fiz durante a nossa ida.

E agora, passe bem!

Está aqui a sua veste, o seu invólucro físico.”

Mais uma vez André ajoelhou-se diante do seu amigo espiritual, agradecendo-lhe por tudo que lhe foi dado.

De repente ficou escuro diante dele e não via mais o seu líder.

Novamente sentiu que estava subindo; era precisamente como se fosse erguido.

Depois era como se descesse.

Então, não podia lembrar de mais nada.

Com um choque acordou, pulou para levantar e viu que eram apenas sete horas da manhã.

“Oh,” pensou, então ainda sobrou algum tempo.”

O seu corpo estava úmido e havia suor na sua testa.

Achou que tinha dormido bem porque os seus olhos estavam pesados; também sentia uma faixa na sua cabeça.

Mas logo estava em descanso profundo.

Depois a mãe veio acordá-lo e de corpo descansado, desceu.

A manhã toda passou tranquila.

Não ouvia nada, tudo era calmo à sua volta; mas durante a tarde, quando estava meditando um pouco, de repente viu o Alcar ao seu lado.

“André,” ouviu-o dizer, “está cansado?

Escuta, tenho algo a lhe dizer.

Você, de certo, sabe que esteve comigo nas Esferas, esta noite?

Por isso sente aquela faixa na sua cabeça que agora logo sumirá.

Amanhã você se recordará de tudo novamente.

Então poderá se concentrar melhor e entender o que vimos juntos.

Agora quero fazer um desenho.”

André arrumou papel e pastéis e em pouco tempo estava ocupado.

Foram desenhadas flores estranhas, mas quando o desenho estava pronto, parecia-lhe que conhecia aquelas flores.

Onde as havia visto antes?

Isso não conseguia lembrar bem.

Em todo caso não eram flores da Terra, porque eram de forma estranha.

Eram flores espirituais, contou o Alcar.

De cores magníficas e feitas em meia hora.

Como o seu líder espiritual era bom para ele!

“Eu me apoderei de você com um propósito especial e não podia fazer melhor do que levá-lo em transe.

Ao mesmo tempo em que eu usava o seu organismo, atuei sobre o seu corpo físico; a faixa na sua cabeça e o cansaço agora sumiram.

Por fazer uso do seu organismo eu o libertei de tudo que o atrapalhava.

Isso só pode fazer aquele que sabe fazer uso das forças superiores e estiver sintonizado nelas.

Esta é a proteção que agradecemos à bondade de Deus.

Ainda essa, André; o que agora você carrega na sua inconsciência, foi lhe dado conscientemente nas Esferas.

Eu o ajudarei a reviver essa recordação.”

O Alcar foi embora.

Também isso se passou.

E André não ficou só mais rico espiritualmente, mas também recebeu um desenho lindo que foi feito por mãos espirituais.

Depois disso passou-se um tempo curto, no qual a sua mediunidade foi desenvolvida rapidamente.

Também a sua situação de clarividente progrediu fortemente e principalmente no ver e no sentir doenças, fez grandes progressos.

As coisas materiais, para ele eram secundárias; de tudo, ele apenas tirava as verdades espirituais.

O Alcar queria também que o seu dom psicométrico o ajudasse a sentir e constatar as doenças e a cura delas.

Os resultados eram magníficos.

Muitos chegaram a ele, para os quais, pelo seu dom mediúnico, podia mostrar com provas, como seria bom para a humanidade se forças verdadeiras fossem aceites, quero dizer: daqueles que possuem estes dons, o que seria um apoio e uma bênção para muitas pessoas.