Quinta Esfera

“Veja de novo os pequeninos, por enquanto não voltaremos aqui.
Mesmo assim, uma vez os reverá, mas então os visitaremos por uma outra razão.
Aqui, pobre e rico vivem juntos, príncipes e princesas, em espírito, todos eles estão ligados.
Eles estão em comunhão em tudo.”
Mais uma vez, André olhou para toda esta beleza.
Aqui ele gostaria mesmo de ficar.
Tudo era magnífico.
Os anjinhos que aqui viviam eram etéreos.
Todavia, estavam poderosos como a sua vida natural.
Ter que separar disso para ele era difícil.
Era como se fosse um paraíso.
E agora proseguimos, André, à Quinta Esfera.”
Flutuaram um bom tempo adiante.
O André pensou em tudo que recebeu novamente.
Quanta riqueza Alcar lhe deu.
Oh, ele estava tão grato.
Ambos estavam em pensamentos.
Sentira-se ficar em silêncio.
E também o seu líder estava voltado para si mesmo.
Algo atuava nele o que o fez ficar tão quieto.
Para onde agora Alcar o levaria?
Prosseguiram sempre, para cima, e ainda o Alcar não lhe dirigiu a palavra.
Estranho, pensou.
Nunca aconteceu ainda.
Sempre o Alcar lhe contava tudo quando seguiam e abandonavam uma situação.
Não ousava perguntar nada ao Alcar, mas sentiu que havia algo.
Nunca ainda o Alcar ficara tão quieto.
Para onde já não tinha ido?
Primeiro à Terra onde vivenciou muitas situações que eram todas terríveis.
Depois à escuridão.
Oh, não queria nem pensar quanto agora estavam distanciados dela.
Também lembrou dos mortos vivos.
Foi magnífico.
Quem será que ali o ajudou?
De onde tirou esta sabedoria, assim de repente?
Para ele foi um enigma.
Enquanto estava falando, viu passar todas estas terras diante dele.
Foi como se ele mesmo ali tivesse vivido, era duma simplicidade para ele.
Estranho que não pensou nisso antes.
Todavia, era muito curioso como ali tudo se desvanecia.
O Alcar o fez vivenciar situações milagrosas.
Depois no Vale das Dores; não, nisso não queria pensar, terrível eram essas situações.
Como tudo era poderoso e, mesmo assim, tão simples.
Da maneira que o Alcar lhe esclarecia tudo, ele entendia os problemas mais profundos.
Então, não havia mais problemas, porque tudo vivia e era verdade.
E agora ia à sua própria esfera, ali, onde ele vivia.
Como era grande o seu líder.
Ele o chamava de seu irmão.
Ele era amor, nada além de amor.
Chamou-lhe a atenção que já estavam longe.
O Alcar, ainda não lhe disse nada.
Será que houve algo?
Fez algo de errado?
Achou estranho.
Ele pensou, mas não estava ciente de nada de errado.
Algo irritava o Alcar?
Não conseguiu imaginar esta mudança repentina.
O André olhou para o seu líder e imediatamente desviou o seu olhar.
O Alcar olhou para cima, como se já estivesse na sua própria esfera e tentasse se ligar com forças invisíveis.
Ficou mais silencioso ainda.
Que tranquilidade sentia aqui.
De repente, ele se assustou muito, o céu rasgou e uma luz soberana, dourada passava pelo véu e os radiava.
O André não ousou continuar.
A luz o barrava.
Que sentimento o barrava?
Foi impossível dele seguir.
Foi como se a sua alma queimasse.
Ele se ajoelhou, curvou fundo a sua cabeça e rezou intensamente a Deus para poder aguentar esta luz dourada.
Quanto tempo rezou não sabia, mas sentiu que foi posta uma mão na sua cabeça pelo que entrou nele uma corrente forte que o fortificava.
Claramente ouviu o seu líder falar: “Venha, André, podemos seguir.
A sua prece foi ouvida.
Também eu rezei, já desde a esfera infantil, para que Deus lhe permitisse entrar aqui.
É a minha própria sintonização.
Aqui as minhas forças cessam, meu filho, agora não posso mais apoiá-lo.
Você precisa implorar a uma força mais alta, a poder entrar aqui.
Deus ouviu a sua prece, porque você mesmo quis.
Nisso eu não pude mudar nada.
Com todo o amor que houver em você, precisava querer.
Aqui não posso me ligar, porque cessam as minhas forças.
Nenhum ser pode subir mais do que as forças que o interior possui.
Ficar-lhe-á ainda mais claro de que neste lado não podem agir acima da sintonização própria.
A sua prece o segurou.
Você sintonizou-se em mim por pedir força e ajuda a Deus; senão nós teríamos precisado regressar.
Você vê como o amor é poderoso.
Por isso, para apóia-lo, rezei para que Deus lhe desse esta graça.
E agora vamos à minha morada espiritual.
Você me conhecerá, saberá quem sou, o que fui na Terra e porque estamos juntos.”
E num relance estavam na Quinta Esfera.
Isso superou tudo o que o André vira até então.
O que contemplou, não havia como descrever.
Em língua material não havia como se fazer sequer uma aproximação.
Isso deveriam sentir, assimilar interiormente, e suplicar para que Deus colocasse no Homem a força para tal, senão, não havia como entender, tão lindo era tudo, tão santa esta esfera.
Tudo estava envolvido numa nuvem dourada.
Onde estava ele?
Na sintonização de Alcar, na sua situação.
Tudo o que via, era celestial.
Até onde o seu líder estava adiantado no caminho espiritual?
Tanta felicidade, tanto amor.
De tudo radiava ouro, a vida espiritual e pureza.
Andavam por uma paisagem magnífica, envolta por um mar de flores.
Ouviu a canção de toda a vida.
Fundo, dentro da sua alma, tremia algo de felicidade santa e grande, era a voz da vida.
Verdadeiramente, aqui tudo vivia.
A vida jubilava, era um canto alegre que se ouvia a longa distância.
Via matizes indizíveis.
Flores como na Terra ainda nunca vira.
Eram variedades estranhas e todas radiavam luz.
Ouvia um canto suave, puro, a vida respirava, o que ouvia eram tons de alma.
A vida de Deus, como estava longe dela o Homem da Terra?
Porque mereceu isso, como Homem terreno?
Poder vivenciá-lo, era uma graça divina.
Ele, o agraciado.
Só agora lhe tomou consciência como era grande o seu dom, como santo poder receber isso na Terra como homem.
Ouro espiritual que havia nele, o que significava o seu dom de sair do corpo, era poderoso possuir isso na Terra.
Ele era rico, só aqui entendeu tudo.
Como poderia agradecer a Deus por esta graça enorme.
Podia observar até longe.
Em toda a parte templos e edifícios lindos foram erguidos num estilo curioso e desconhecido.
Aqui era mais lindo do que com os pequeninos na Esfera Infantil.
Ficou demais para ele e olhou o seu líder para agradecê-lo.
“Que surpresa, Alcar.
Como a minha felicidade é grande!
A que mereço tudo isso?”
“Porque quer trabalhar para nós, André, e nos segue em tudo.
A sua entrega total me dá a força a desenvolvê-lo.
Se continuar assim, poderá vivenciar situações ainda mais lindas.
Veja, lá naquela montanha, minha morada espiritual.”
Numa montanha alta o André viu a posse de Alcar.
Não era uma casa, era um edifício estranho.
Era uma situação própria, como a vida se sentia.
Uma arquitetura estranha que ele não poderia representar.
Era uma situação de forma de bola e viu claramente que o total era apoiado por fundamentos pretos.
Estava envolto por um mar de flores.
Levantado de uma matéria azulada e parecia que a construção inteira radiava luz.
Ele viu uma luz azulada que mudava de cor a toda hora para voltar à mesma nuance de cor.
Também isso achou muito estranho.
Como era possível que uma construção irradiava?
Era tudo curioso.
Não podia comparar nada com a Terra.
Tudo era diferente e, mesmo assim, natural.
Ele chegou mais perto e constatou que a casa do Alcar foi construída de um mármore azulado.
Era uma bola de luz radiante.
Era como um pequeno planeta, mais claro, não poderia descrever.
Com esta descrição mais se aproximou da verdade.
À volta de todo o redor da posse de Alcar somente via luz e vida.
Era esplêndido.
Oh, podia ele encontrar palavras aqui para poder dar uma imagem clara.
Neste momento estava diante da morada de Alcar.
“Entre meu filho.”
Novamente sentiu que não podia ir adiante.
O que seria agora?
De repente sentiu algo nele, pelo que entendeu porque também aqui estava sendo esbarrado.
Ajoelhou-se pela segunda vez e rezou a Deus por força para ligá-lo com o seu líder.
Demorou bastante tempo.
Tudo lhe estava claro.
Nele sentiu subir a verdade de tudo.
Antes das portas da Quinta Esfera se abriram para ele, precisou se sintonizar em Alcar, porém agora entrou em todo o seu ser.
Quase não era possível.
Nele desceria.
Uma moradia era um Homem, no seu líder ele desceu, na sua qualidade de homem terreno.
Um espírito se abriu para ele.
Não, poderia ele entrar?
Oh Deus, rezou, dê-me estas forças, só Deus poderia fazê-lo entrar na vida de Alcar.
A sua alma era a sua casa, a sua casa era Alcar.
Isso o estonteou.
Ele, como homem terreno, não podia entrar assim numa morada espiritual.
Novamente rezou, para isso precisava de sintonização.
Oh, como ele queria entrar no interior de Alcar.
Como era grande o seu amor.
Tudo dependia dele.
O Alcar queria, ele precisava pedir estas forças a Deus para poder entrar.
Rezou com muito fervor.
Não era egoísmo dele?
Ele entendeu que o seu líder se abriu totalmente para ele.
Não era amor próprio dele?
Nenhuma curiosidade?
Teria ele este direito como homem terreno?
Como ele estava distanciado disso?
Um sentimento santo o percorria; pela segunda vez a sua prece fora ouvida.
Quando abriu os seus olhos, olhou nos olhos radiantes do seu líder.
Como nunca antes ardia-lhe na sua alma.
“Estou tão feliz, André, que entendeu tudo isso.
Portanto, eu não estava com medo nem duvidei.
Também este abismo você trespassaria.
Você podia perceber tudo nesta esfera, porém, a porta da minha situação continuou fechada, mesmo eu querendo muito fazê-lo entrar.
Não seria possível se você não teria entendido isso.
Chegou ajuda, porque a sua prece era pura e você se aproximou de mim em humildade.
Porque você quer apoiar a Humanidade na Terra, também venceu nisto.
Na Terra podem perguntar a quem quiserem, aqui não é possível.
Aqui precisa-se possuir amor para poder entrar na moradas de outros.”
André passou pela soleira e entrou na morada espiritual de Alcar.
Passo a passo avançou.
Aqui ele pisava em chão abençoado.
Tudo era sagrado.
Ele pisava na posse de um ser mais alto e este ser mais alto era o seu Alcar, o seu irmão, o seu líder.
O chão tremia debaixo dos seus pés.
Era como se ele flutuasse, apesar de ele se encontrar em chão firme.
O chão que ele pisava era de mármore azulado.
E tudo radiava luz, tudo vivia.
Era milagroso.
Mas como o chão em que ele pisava podia irradiar luz?
Ele estremecia a cada passo dado adiante.
O sangue subiu-lhe à sua cabeça.
E o chão estava duro.
Para pesquisar isso e também para confirmar o seu raciocínio, bateu no chão com todas as forças que havia nele.
Sim, de fato o chão era duro.
Mas o que era isso?
Um medo terrível o assaltou.
Estonteou-o, não sabia fazer o quê.
O som que causou ao sapatear e que se deslocou pelas esferas, era como uma dor pungente.
Ressoava na vida toda, da maneira que dava para ouvir em todos os arredores.
Ficou cada vez mais com medo.
Atingiu-o no mais fundo da sua alma.
Finalmente cessou e também nele voltou a tranquilidade.
Oh, como se assustou.
Ele entendeu que desastre havia causado.
Um sofrimento profundo tomou conta dele.
Oh, como foi estúpido.
Ele se envergonhou com esta violência.
Como ele era grosso.
Perturbou o repouso dos espíritos
Como poderia consertar isso?
Oh Alcar, pensou, perdoe esta minha falta grave.
Estou sapateando na sua alma, fui sentir se a sua alma era dura; Oh, meu Deus, perdoe as minhas faltas, estou manchando a vida espiritual que a mim se abriu em amor!
O Alcar teria sentido isso.
Sem querer ele o torturou e fez o seu líder sofrer.
Não era uma dor material, mas atingiu-o na sua alma.
Isso, só o Homem era capaz de fazer, ele, um ser terreno era capaz.
O seu coração sangrava, suplicou a Deus por perdão.
Que estupidez que, por sua curiosidade, podia se esquecer tanto assim.
O Alcar antes lhe esclarecera tudo.
A sua casa era a sua alma, a sua alma era ele mesmo.
Nela ele estava sapateando.
Não, não havia como consertar, jamais, ele destruiu um laço, manchou o amor grande e santo do seu líder.
Ainda não era o suficiente, não, ele rasgou a sua alma, fez o maior mal.
Ouviram o seu pertubar em qualquer canto.
O seu perturbar só por mera curiosidade sua!
Ele queria fugir, longe daqui.
Que pequeno era ele.
Quanto tempo duraria até também ele possuir este amor?
Oh, como o amor era fogo sagrado.
Ele sapateava neste fogo sagrado, nesta força santa de amor, na vida, no ser que lhe era santo.
Era assim com a Humanidade toda.
Crucificavam Cristo, porque não entendiam o Seu amor.
Também ele fazia, e todavia, não, não foi de propósito.
Quem dera ele poder consertar isso.
Olhou atrás dele, o que o seu líder lhe havia de dizer, mas nem ousou olhá-lo nos olhos.
Todavia, tinha que ser.
Mas quando olhou o seu líder se assustou muito, o Alcar não estava com ele.
O líder não estava em lugar nenhum.
O que significava isso?
Quis suplicá-lo por perdão, mas não era possível.
Não, não precisava.
Ele fez o Alcar sofrer?
Sim, de certeza.
Oh, o que precisava fazer?
Retornar?
Sair para fora?
E quando decidiu retornar, ouviu uma voz, que não era a voz de Alcar, lhe dizer: “Fique, André.
Na Terra, uma pessoa tortura a outra sem querer, até no mais fundo da sua alma; porém também por isso aprenderão quando entenderem o acontecimento.”
Sim, entendeu e aprendeu.
Quem era aquele que lhe falava assim?
O Alcar sempre lhe falava assim e todavia, não era o seu líder, porque ele conseguia reconhecer o tom da voz de Alcar entre milhares.
Porém, no mesmo instante, a voz falava para ele novamente e disse: “O seu amor pelo nosso trabalho, recompensaremos.
Escute André.”
O invisível o conhecia?
“Veja à sua volta,” ouviu o falar, esclarecer-lhe-ei algumas situações depois irei embora.
Conheço-o há muito, deixe isso ser o suficiente.
O seu líder voltará logo.
Continue, André.”
E o André avançou.
Passo a passo.
A sua admiração aumentava continuamente.
Em cada canto via flores magníficas que enfeitavam o todo.
Nesse momento se encontrava num vestíbulo grande.
Era grandioso.
Também aqui, quase não ousava olhar, o piso era de uma mesma matéria como aquele onde esteve agora há pouco.
O interior estava iluminado, mas de onde vinha a luz, para ele era invisível.
Tudo radiava ao seu encontro, em tudo havia vida.
Nunca pode contemplar algo lindo assim.
As paredes estavam enfeitadas e também aquelas paredes, se quisesse chamá-las assim, radiavam luz.
Quase pode ver através delas.
Acima da sua cabeça viu o teto que parecia com o universo.
Não conseguiu encontrar palavras para isso, era o céu, aqui sentia-se um com o Todo e, mesmo assim, estava na casa do Alcar.
Como era possível?
Também lá dentro podia ver, mas nada perceber.
É tudo estranho, pensou.
Aqui ele estava na vida do espírito.
Na Terra, o Homem não podia imaginar isso.
E ele também não, se não o fizessem vivenciar.
Como podia uma casa viver?
Que milagres aqui estavam ocultos?
Refletiu e sentiu o que tudo isso significava.
Pela segunda vez não queria perturbar o descanso do Alcar e menos ainda fazê-lo doer.
Pilares de mármore apoiavam a edificação inteira.
A todo canto viu divãs, envolto de lindas flores.
Eram canteiros de flores.
Oh, que luxo, como tudo era sagrado na casa do Alcar, como o seu amor era grande.
No meio desta sala tinha uma fonte, uma linda peça de arte simbólica que reconheceu da Terceira Esfera, quando saiu do corpo pela primeira vez.
Era a posse de Alcar?
Sim, devia ser.
A fonte na Terceira Esfera representava a sabedoria, força e amor.
O Alcar era sabedoria, força e só amor.
A fonte irradiava como tudo o que via.
De que era tudo isso construído?
Oh, se isso lhe fosse esclarecido duma vez!
É que, como vivia tudo e de onde vinha esta vida?
Era o seu líder, mas precisou reconhecer que tudo lhe era profundo demais e que não estava entendendo.
Claramente ouviu lhe falar: “Esta casa é uma morada espiritual e foi levantada de matéria, mas em substância espiritual que subtraímos do cosmo.
Então, é matéria espiritual, um compacto total que, pela força do amor do ser que nela vive, é mantido.
Ela alimenta e fortifica, só por amor.
Foi construída segundo o desejo do ser e radiará segundo a força que o ser possui.
Por isso tudo irradia, é tudo amor, porque o ser vive e possui este amor.
Quanto mais bonito o nosso amor, mais bonita a nossa casa, em suma, tudo radiará segundo a força de amor que possuímos.
Assim o Homem constrói a sua própria casa e na medida que sobe tudo mudará.
Por isso o Homem é seu próprio criador, o que se estabelece pela sua vontade e força de sentimento.
Tudo vive, em tudo há a sua própria vida.”
O André agora entendeu melhor ainda porque tudo irradiava luz.
Uma morada espiritual era uma morada de força de amor.
Tudo era levantado em arte e estilo, da maneira que o ser sentia.
Então, o Alcar era um grande artista.
Sim, o seu líder era grande.
Novamente falou a voz: “Cada ser sente diferente em arte, porém, nesta esfera possuímos um único amor e somos em comunhão com tudo, só mais tarde entenderá o significado profundo.”
Então ouviu o seu líder invisível dizer: “Está ali a posse, a força interior do seu líder.”
O André estava diante da fonte que ele já tinha visto.
“Você conhece o seu significado, não é?
Isso ao mesmo tempo lhe diz onde você se encontra.
É a sala do amor.
Se eu quiser lhe esclarecer uma morada espiritual, terei que me exprimir na sua língua senão, não é possível para mim.
Tudo é diferente, porém, o significado se resume a isso: Como lhe disse, encontramo-nos na sala do amor e a partir deste lugar o ser construirá a sua casa.
Em volta desta sala de amor há muitas outras, porém, não depende de mim lhe mostrar.
Só posso lhe esclarecer como é levantada uma casa espiritual, como tudo é dividido e termina, em outras palavras, até que cessam as forças que o ser possui.
Siga-me, André.”
Diante dele viu um ser que ficou meio visível para ele.
Era uma aparição magnífica.
Ele, e todo o lugar onde se encontravam, eram iluminados pela luz que ele irradiava.
Ele sempre ia adiante.
Uma vez à direita, depois à esquerda, ele vagueava e andava pela casa do Alcar.
Achou que não ia ter fim.
Nada pôde perceber e, mesmo assim, sentia que ainda se encontrava na morada do Alcar, na sua própria vida.
A substância se fechava como um todo, mas devido às faixas de luz viu que, apesar disso, estava dividida em partes.
Eram partes separadas, mas não conseguiu observar outra coisa.
Também as viu em cores diferentes e cada vez mudava tudo.
Era como ele tinha visto de longe.
Tudo em forma de bola.
A aparição continuava sempre adiante e ele a seguia no rastro.
Nesse momento conseguiu observar mais.
Tornou-se mais e mais claro o que achou muito estranho.
De repente foi iluminado por uma luz dourada: a luz espiritual da Quinta Esfera.
Ele estava na natureza, fora da casa de Alcar, e entendeu o que significava uma morada espiritual.
Ele pôde vivenciar.
Nada era mais claro.
A casa de Alcar desvanecia.
Aqui ele se encontrava numa situação mais rarefeita do que na sala do amor.
Ali tudo era visível para ele, aqui se encontrava em partes desconhecidas da casa do seu líder que podiam ser lhe esclarecidas só desta maneira.
Ele entendeu o que era substância espiritual e como ela era mantida.
Era matéria viva.
“Olhe para baixo, André” ouviu dizer.
E imediatamente viu uma luz muito forte que fendia a substância e fez lhe visível a sala do amor.
Será que ele via bem?
Era o seu líder que achava ver?
A imagem lá no fundo tornou-se cada vez mais clara para ele.
Sim, ele gritou de alegria, era o seu Alcar.
Oh, ainda bem, pensou, Alcar não foi embora pelo horror que aconteceu.
Como estava distante do seu líder.
“Você vê, André, que uma morada espiritual desvanece.
Esta posse sempre subirá mais até que, um dia, terá atingida a Sexta Esfera.
Assim, o Homem vai sempre mais longe para atuar sobre si mesmo, para embelezar a sua posse.
Sempre mais adiante, até que tenha alcançado a sintonização divina e transitarem a sua situação, a sua morada, a sua vida, o seu amor ao divino.
Agora o meu trabalho se completou, levá-lo-ei de volta ao seu líder.”
André quis agradecer o anjo invisível, porém nenhuma gratidão foi aceite.
“Não me agradeça,” ouviu, “é tudo porque o meu irmão assim o quis.
Agradeça a Deus por esta sabedoria, meu filho, e saiba usá-la.”
Num relance foi levado de volta.
A substância se tornara cada vez mais densa, ela novamente tomava formas, até que reconheceu o vestíbulo onde a fonte se encontrava.
Ele estava novamente de volta na sala do amor.
Ali estava o Alcar.
O André correu para o seu líder e diante dele se ajoelhou.
Interiormente, emocionado por todo esse amor, ele chorou, porque também Alcar não quis saber de culpa alguma.
“Venha, meu querido André.
É que você não sabia.
Me olhe, André.”
O André olhou o seu líder de olhos de lágrimas e se assustou.
Agora não de horror, mas de admiração.
Alcar, como você é lindo.
O seu líder vestia uma veste magnífica, reluzente.
Ele está rejuvenescido numa beleza radiante.
Nunca antes vira o seu líder deste jeito.
Ele se encontrava no seu meio, jovem como um anjo.
“Venha, meu menino, sente, tenho muito para lhe esclarecer e desvendar.
Não deixe tudo ser medo e nem sofrimento; também isso aconteceria, senão não teria entendido.
Eu é que quis assim, André.
Agora está tudo diferente?”
O André não conseguiu pronunciar nenhuma palavra.
Agora saberá o que é uma morada espiritual.
O seu medo era o meu.
O seu sofrimento era meu, estávamos como um só e continuaremos a ser um só.
Chamei o meu líder a mim, ele lhe mostrou a minha morada, eu mesmo não poderia, apesar de eu ter gostado de fazer.
Para isto se precisava de um poder ainda maior.
Ainda não consigo me ligar com as partes etéreas.
Só é possível quando também minha situação interior se tenha mudado, o que é o desenvolvimento do meu amor.
Então, tudo que neste momento ainda se mantém invisível para mim, também me hei-de compreender.
Assim avançarei e, novamente, há partes invisíveis, que sempre ficarão, até que eu, a minha morada, a minha alma então, até que todo o meu ser desvaneça no Todo.
Isso está claro?”
“Sim, Alcar, tudo.
Agradeço a Deus por esta graça sagrada.”
“Agora esclarecer-lhe-ei outras situações.
Ubronus guiou você.
Também ele é um espírito de amor e vive na Sexta Esfera.
Também ele trabalha na Terra e temporariamente se encontra aqui.
O que se diz de temporário pode, segundo cálculos terrenos, demorar dez anos.
Nós porém, não conhecemos tempo.
Nós todos, milhares como ele, estamos sob a direção competente de Cesarino que é o nosso mestre.
Porém, mais sobre isso lhe contarei, mais tarde.
Agora veja a fonte e sente-se, André.
Deixe descer a tranquilidade espiritual em você, na Terra precisará de muita força para esclarecer tudo isso à Humanidade, o que vivenciou pela saída do corpo.”
Neste momento, ele viu como a fonte era linda.
Ela estava num pedestal magnífico, numa bacia, em que nadavam peixes de várias cores.
Aqui, na vida após a morte, vivia de tudo que se conhecia também na natureza da Terra.
O Homem estava em comunhão com a vida de plantas e de animais.
Unido em tudo.
Ao redor da fonte cresciam flores magníficas.
Poderoso era este símbolo de amor.
Um grito de admiração após outro ele soltava.
Novamente o Alcar lhe mostrara um milagre espiritual.
“Veja, meu menino, tome destas frutas, elas o fortificarão.”
André viu que na casa do Alcar estava tudo unido.
Aqui ele estava na natureza.
Em todo o lado cresciam frutas e floresciam flores em cores indizíveis.
“Tome tranquilamente, André, elas são para fortificar o Homem.”
André colheu uma fruta.
Era incrível, suco (Port. sumo) suave corria para dentro da sua boca.
Ela parecia um pêssego terreno, porém esta fruta era só suco.
Ele sentia-se forte, não conseguiu encontrar palavras.
“Neste lado temos tudo.
Para quê não teríamos frutas?
Mostrar-lhe-ei mais maravilhas.
Uma morada espiritual em si é um paraíso.
O Homem possui esta sintonização e é um com a vida que vive na sua situação.
Aqui vive e cresce e tudo emana felicidade numa situação mais elevada.
Veja ali, André.”
No mesmo instante entraram voando vários pássaros.
Só agora viu que a casa de Alcar estava aberta.
Espantou-lhe que não se tinha dado conta disso antes.
Ele podia olhar em todas as direções.
Logo ele escutou: “Porque você não estava ligado.”
O Alcar falou para ele na linguagem espiritual, porque os pássaros voavam para dentro.
Se emocionou profundamente que os animais tomassem lugar nos braços, cabeças e pernas do Alcar.
“Meus queridos, André.
Eles sabem que estou de volta e vêm me cumprimentar.”
Amor, André viu só amor.
Nele entrou uma tranquilidade abençoada.
Este era um momento esplêndido para ele.
Um animal dava lugar ao outro, para poder cumprimentar o seu mestre.
Todos cantavam a sua canção, o que lhe emocionava no mais fundo da sua alma.
Era celestial.
Aqui, amor limpo e puro era dado e recebido.
Sentiu e vivenciou só aquela força santa, o que o fez feliz.
Ali viu um pássaro branco voar para dentro pelo que vivenciou um outro milagre.
O pássaro se sentou a beira da fonte e deixou cair na bacia algum alimento do que André deduziu que estava alimentando os peixes.
Amor, de novo lhe foi mostrado amor.
Uma vida alimentava a outra.
Nenhum poder maior que o amor.
Nenhum amor mais puro que a vida de Deus.
O pássaro deixou a fonte, deu algumas voltas para, com uma volta graciosa, pousar nos ombros do seu mestre.
Ele encostou a sua cabeça contra o Alcar, como se quisesse fazer sentir o seu amor.
Os outros deram lugar para ele e cantavam em coro como se consentissem com tudo.
Lágrimas enchiam os olhos do André.
Ele não quis mostrá-las, mas não foi possível.
Como homem terreno tudo foi-lhe demais.
“Que amoroso de nos cumprimentar” ouviu o seu líder dizer ao pássaro.
Ele entendeu que agora o Alcar ia rezar, também ele curvou a cabeça em humildade, porque sentiu vontade de agradecer a Deus por toda essa santidade.
“Amor sagrado.
Que carinhoso, alimentar a outra vida.
Sei que você carrega e sente a vida santa de Deus.
Aqui você é um só, em descanso e em paz.
Como podemos agradecer o Criador por tudo que nos é dado.
Como curvaremos fundo a nossa cabeça para toda a Sua bondade que recebemos.
Realmente, somos um só com Deus.
Em amor nos podemos aproximar de Deus, sabendo que muito nos será dado.
Somente em amor.
Deus nos deu esta tranquilidade, este saber, estas forças sagradas.
D’Ele é a nossa vida.
Também em você há a força sagrada de Deus, em você há o Seu amor, porque carregamos uma só vida, somos uma só vida.
Através da nossa própria vida veremos o nosso Pai, assim O conhecemos para nos entregar em amor.
O Seu caminho, vida valiosa, seguiremos.
Você não pede gratidão, apoio nenhum, você alimenta, porque sabe que precisa ajudar os outros.
Você matará a fome, você dará amor.
Como faz o Homem que vive na Terra?
Lá, onde preciso trabalhar, uma vida destrói a outra.
Um vida sacia-se pelo sofrimento e a dor do outro.
É este o propósito de Deus?
Não, Deus quis que fosse diferente.
Deus levou os homens juntos em amor, porém, o Homem se esquecera da sua sintonização.
Eles seguiram um outro caminho, um caminho que os levou à escuridão de que só poucos escaparam.
Na Terra usam a sua vida para alimentar o Homem; porém, não estão contentes com isso, torturam-no, deixam você passar fome para então subtrair os seus sucos vitais para sarar o Homem.
Para isso se precisa da vida sagrada de Deus.
Tanto se afundou o pensar intelecto.
Eles mancham a vida sagrada de Deus, fazem sem corar de vergonha.
Oh, na Terra tanta maldade é praticada.
Não quero estragar a sua vida imaculada contando-lhe sobre eles.
Disto estarei de vígia, estamos juntos só por pouco tempo.
Tudo é cruel, em nada eles sentem o nosso amor.
Todo o amor é abafado; só conhecem paixões e violência.
Nisto vive o Homem, ele não conhece outra coisa.
Peça comigo por força, que Deus possa me fortificar para poder levá-los de volta ao nosso caminho que os levará à luz.
Reze comigo, para que me possa ser dado força e apoio, que Deus fortificará a minha vontade, aumentará a minha visão, da maneira que poderei continuar a observar na vida deles para fazê-los abrir os olhos.
Peça comigo esta graça, para que possa conseguir que o nosso amor passe aos seus corações, pelo que conheçam uma outra vida.
Só pelo amor, esta força sagrada, o fogo divino, descongelarão os seus corações, mudarão as suas vidas, e abrirão os olhos.
Neste momento, os homens são cegos, espiritualmente surdos e cegos.
Infelizmente eles são.
Possa Deus me dar a força para poder ligar as suas vidas à Sua luz e ao Seu amor.
Possa descansar a Sua bênção no nosso trabalho.
Vá agora ter com o meu irmão, faça ele sentir o seu amor, isso o fortificará.”
O milagroso aconteceu.
O pássaro se levantou, voou em volta da fonte e se colocou nos ombros do André.
Agora não conseguiu mais se controlar e deixou correr as suas lágrimas livremente.
“Venha, meu filho, seja forte.
Receber amor, amor limpo e puro significará só felicidade e força.
Aqui, o amor é poder, suavizará dores, mudará sofrimento e dor em felicidade sagrada.
Aceite tudo.
Deus vive em tudo e aqui se sente a Sua força.
Tudo é concentração, André, nada mais.
Falei para ele para me fazer entender para você, todavia não é necessário.
Ele me sente e agirá segundo o meu sentimento.
Deve estar claro que nós podemo-nos ligar com toda a vida.”
Um sentimento caloroso, feliz, correu dentro dele.
Era o amor suave acalentando do animal.
Também ele irradiava amor e vivia em amor.
Agora quero explicar-lhe a minha morada espiritual.
Tente me entender, André, é muito difícil.
Tentar-lhe-ei apresentar de maneira terrena, pelo que entenderá tudo melhor.
Onde nós nos encontramos você já sabe, é a sala do amor.
E em volta dela há várias outras salas, todas qualidades de caráter.
São as salas da fé, confiança, simplicidade e esperança, humildade, oração, descanso e arte, e muitas outras juntas.
Então se encontra aqui uma sala onde posso ver a minha vida terrena vivenciada.
Lá dentro se acha tudo, nenhum pensamento, nada se perdeu.
Tudo está guardado, por isso a chamamos da sala terrena.
É a sala da verdade.
Poderá vaguear horas sem observar coisa alguma, como já vivenciou.
Então, são qualidades de caráter, todas minhas.
Então, aqui também há muitas outras qualidades, todas elas salas que, porém, eu mesmo não conheço, porque para mim ainda são invisíveis.
Então, com certeza, deve estar claro que ainda não vivo nesta conscientização.
Ainda precisarei vivenciar muito e na medida que eu subo, todas as situações ficarão visíveis, porque nisto, o meu sentimento interior encontra sintonização.
Fiquei muito tempo na sala da verdade para, dali entrar na sala de oração.
Depois aquela da concentração e vontade forte, para me levar em concordância, sim, sintonizar na sala do amor pela qual obtive ligação.
Assim então, continuarei a enfeitar a minha casa, o que só é possível dando amor, significar alguma coisa para os outros.
Assim encontrarei sintonização a situações mais elevadas e passarei, um dia, a situações ainda mais elevadas, então, ao mesmo tempo, a minha casa será mais bonita, eu mesmo possuirei mais felicidade e sabedoria, sim, tudo se encontrará numa sintonização ainda mais alta.
Até que o meu filme de vida será transformado em ouro.
Porém, para isso precisarei de milhares de anos, mas eu sei que, um dia, poderei entrar nesta felicidade, esta situação mais elevada, se eu continuar a seguir o meu caminho desta maneira.
Se sempre sentirmos que subir é possível, nós nos esforçaremos para tanto para conseguir aquela felicidade, o que é a vontade santa de Deus.
Os fundamentos apoiam o todo que é a força de amor de todo o ser que vive aqui na Quinta Esfera.
A sala do amor é enfeitada por várias outras características.
Seja pela arte ou por outras sintonizações que o Homem possui e são desenvolvidos num estágio mais elevado.
Por isso cada morada é diferente, porém, as salas de amor são só uma.
Compreendeu?
Então, ser nenhum é igual, mas todos possuem um só amor e por isso estão ligados.
Também lhe compreenderá se eu lhe contar que um ser é mais forte em arte do que um outro que já está muito mais desenvolvido em outras situações.
Assim, um domina a música, outro a escultura, ainda outro a pintura e, assim a seguir, várias situações na arte que dominam.
Numa outra viagem conhecerá também estas situações.
Então, aqui estão unidos em tudo, como também na nossa morada celestial.
Na Terra se vive alheio de tudo, nós estamos unidos e ligados em tudo.
Deve ser claro para você, porque já vivenciou tudo que um ser espiritual é um com a sua morada e que a sua posse radiará segundo o amor que possui.
Como disse, só lhe posso mostrar a sala do amor e também nela, então onde nós nos encontramos neste momento, não pode observar tudo, porque a você não é possível sondar as minhas forças interiores mais profundas.
Isso também está claro para você?”
“Sim, Alcar.”
“Magnífico, então avançamos.
Ubronus puxou-o na minha sintonização mais elevada, pelo que você recebeu uma imagem clara, senão ter-me-ia sido impossível esclarecer-lhe tudo.
Por isso você viu e sentiu que uma morada espiritual se encontra numa situação de forma de bola.
Como é a minha casa assim é a forma das esferas.
Uma esfera então é uma situação de forma de bola o que, por sua vez, retrata o Universo a nossa casa é como o espaço.
Uma morada espiritual então é o retrato do Universo.
Todas as salas estão ligadas e mantidas pela força do amor.
A divisão delas você observou.
Assim há milhares de situações nos homens, que são qualidades que portanto é o Homem.
Pela concentração e vontade forte todas estas características são alimentadas pela força de amor que está presente, que o ser possui.
E na medida em que uma característica se desenvolve, será iluminada e aquela sala será visível para o ser que vive naquela situação.
Sente, André, como tudo é?”
“Entendo perfeitamente o senhor, Alcar.”
“Magnífico, então continuarei.
Agora tenho sintonização nesta esfera, então, uma situação; e esta situação é minha morada que sou eu propriamente dito.
A minha situação então é uma situação de amor, o que encontra sintonização nesta esfera.
Esta esfera é a vida, e a vida é Deus e então, tudo que vive aqui, é Deus.
Por isso na Terra dizem: Na casa de Deus há muitas moradas.
Milhões de seres vivem na casa do Senhor; na nossa casa do Pai, nela eles vivem.
Então, a minha casa é parte desta esfera, uma parte de Deus, porque cheguei a este grau de sintonização.
Agora, um Homem encontra sintonização numa situação, uma situação é uma esfera, uma esfera é uma parte do universo pelo qual lhe mostro com clareza como é uma esfera.
Agora veja a fonte: Alto do topo descemos para baixo.
Então chegamos à beira da bacia.
Assim são as esferas, assim posso esclarecer melhor a situação.
Porém, não se pode observar, porque uma esfera é infinita.
Quando descemos, portanto retornaremos ao mesmo lugar.
Embora, não é possivel, porque uma esfera é infinita.
Pode se dar uma volta à Terra, porém no espaço não é possível.
Seja onde for que o homem se encontre, ele se sente e é um só, sempre ficará um só.
Onde ele estiver será o centro.
Então não há fim; assim, um dia, será a nossa casa, nosso interior, vida infinita, amor insondável que, um dia, possuiremos, pelo que encontraremos sintonização em Deus e, um dia, seremos divinos.
Em cada esfera vive um mestre.
Em torno do mestre, que encontra sintonização numa esfera mais elevada, vivem todos os outros seres desta esfera.
Um mestre se sacrifica pelos outros e tem a força e o poder de executar a graça.
Nós temos as nossas festas, meu filho, das quais milhões de seres participam, quando se encontrarem nestas situações.
Mas também executando trabalho, eles estão em comunhão e vivenciarão o que é vivenciado na sua própria situação.
Eles são e continuam a ser um só, seja onde fôr que eles se encontrem.
Isso também está claro para você?”
“Sim, Alcar.”
“Então, onde eu estiver, na Terra, aqui ou em outras situações, estou e continuo na minha própria sintonização.
Então vivenciarei como se eu estivesse a ser representado.”
“Como tudo isso é profundo, Alcar.
Como é tudo é maravilhoso.”
“Eu já lhe disse, André, nós não conhecemos milagres.
Tudo é verdade e vida.
Quando já vivenciamos aquela vida da qual não sabemos nada ainda, o milagre se desvanece diante de nós.
Então, não há milagres, tudo é vida.
Então, posso executar um trabalho e participar em festas espirituais.
Mas nem sempre é possível, isso depende do que acontece.
Também nós estamos presos a leis.
Quando nós participamos, vestimo-nos em vestes magníficas.
Nossas vestes irradiam segundo a força de amor do ser.
Os mestres executam música e estão reunidos.
Não compare-os com mestres terrenos, porque o poder deles não se pode comparar com o que possuem nesta sintonização.
Também isso você vivenciará.
Os nossos instrumentos não podem ser comparados com os da Terra.
Aqui se toca pela vida, porque a vida nos serve.
A nossa música é retratada em cores.
Quando entender isso, digo que aqui se toca, sim, interpretam a vida, conforme a radiação daquela vida.
Então nossas notas são nuances de cores.
Daqui a pouco vivenciará uma festa espiritual, que será a coisa mais santa da nossa viagem.
Compreenderá que uma esfera é um céu.
Assim, cada ser possui um céu, e é um céu em si.
Entendeu?
Um ser é um céu separado e assim, muitos seres podem ser um céu e milhares de seres podem formar um céu.
Portanto o Homem pode possuir e ele é um céu, ou um inferno, sozinho ou juntos com muitos milhares.
Assim, dois seres podem formar um só céu, que são almas gêmeas, irmãos gêmeos ou irmãs gêmeas.
Milhares ou milhões juntos formam um céu.
Então, todas as esferas têm outros nomes a partir da primeira sintonização.
Aqui conhecemos o primeiro céu feliz em sintonização espiritual, não é? Como já lhe esclareci.
Depois a esfera das flores, ou céu de flores.
A Sétima Esfera, a esfera de música e arte, é o céu abençoado.
Assim deve estar claro, André, que sempre mudaremos, o que é e significa o ciclo da alma.
Agora você deve saber quem sou e porque estamos juntos.
Na Terra, André, eu era pintor na época em que os mestres viviam na Terra.
Os meus quadros ainda estão guardados em museus, embora já se passaram algumas centenas de anos.
Na Terra eu estava convicto de um prosseguimento eterno, porque sentia que estava sendo ajudado.
Cada artista, ao mesmo tempo, é médium em maior ou menor grau.
Eu sabia que um artista podia receber as suas aspirações de fontes mais elevadas, na medida em que ele mesmo se sintoniza.
Às vezes sentia muito nítidamente uma influência de poderes invisíveis para mim.
Uma ou outra vez eu via aqueles poderes e forças em forma de uma figura e tentava me ligar com aquela força, o que fazia o meu poder se desenvolver.
Porém, a verdade apenas vi neste lado.
Eu faleci de tenra idade.
Eu tinha quarenta e dois anos quando troquei o terreno pelo eterno.
Na minha carreira, pintei mais assuntos religiosos, como a fuga para Egito, Gólgota, a Última Ceia e muitos outros, demais para contar.
A minha arte era a minha vida.
Posso dizer honestamente, André, que não sucumbi.
Não estraguei a minha vida.
Neste lado entendi a grande graça da minha passagem precoce.
Aqui me conheci a mim mesmo.
Aqui entendi o significado da minha vida na Terra e, ao mesmo tempo, a graça do que é poder possuir um dom de Deus na Terra.
Aqui também aprendi que nem em milhares de anos estes mestres retornarão e isso também vale para aqueles que possuem o dom de composição.
Então, não nascerá mais um Beethoven, porque a arte que encontra sintonização na Segunda Esfera, já fora entregue.
Mas também, mais sobre isso, mais tarde.
Quando me convenceram das muitas situações neste lado retornei à Terra.
Por meu susto vi que muitos dos meus amigos seguiam um caminho escuro e podiam ser considerados como perdidos.
Também o meu mestre se encontrava numa situação dessas.
Doeu-me vê-los sucumbir pelo que decidi ajudá-los.
Tentei ajudar daqui, mas precisei abandonar os meus planos, porque deste modo não dava para alcançá-los.
Tomar conhecimento disso me causou muita tristeza.
Os que amei estavam entregues aos Demónios.
Desesperado eu retornei às esferas.
Na Terceira Esfera aprendi como poder atuar sobre os homens.
Se passaram anos.
Ao mesmo tempo conheci o corpo humano, porque também este estudo se pode adquirir do nosso lado.
Dominei este estudo para, um dia, de novo retornar à Terra e ajudar a Humanidade.
Novamente me apressei à Terra e fiquei bastante tempo e caminhava lá.
Vivenciei tudo o que me interessava como espectador invisível.
Depois retornei às esferas e ali desci para ajudar nas esferas escuras pelo que também conheci aquela vida.
Agora você deve compreender porque ali encontro tão bem o caminho.
Os meus amigos faleceram, um a seguir ao outro.
Alguns estavam felizes, porém outros se encontravam numa situação escura.
Logo consegui convencê-los desta vida, porque sabiam que eu tinha morrido antes deles.
Esclareci-os como podiam se desenvolver para chegar a uma sintonização mais elevada.
Novamente regressei à Terra.
Milhares de situações, das quais já mostrei muitas, vivenciei a partir da minha situação.
Também ajudei lá infelizes.
Ao mesmo tempo conheci forças para poder fazer trabalho útil na Terra.
Vi as suas necessidades e miséria, a sua pobreza de alimento espiritual e a sua ignorância de um prosseguimento eterno e senti claramente que primeiro o homem necessitava de conhecer-se a si mesmo.
Anos a fio vivi como espírito na Terra.
Depois voltei e pedi ao meu mestre para me ajudar.
Foi Ubronus que me apoiou em tudo.
Ele me ajudou a encontrar um bom instrumento na Terra capaz, através de quem eu queria passar toda a sabedoria adquirida por mim, para dar a conhecer na Terra.
Em primeiro lugar queria convencê-los de um prosseguimento eterno.
Ubronus me disse: “Ache um instrumento que possui uma sintonização de sentimento igual, pelo que é possível alcançar alguma coisa na Terra.
Precisa possuir as suas próprias qualidades de caráter, senão não alcançará o fim pretendido.”
Juntos visitámos a Terra procurando por um instrumento.
E também aprendi o milagroso, meu filho, porque eu imaginei tudo tão diferente.
Os meus pensamentos eram encontrar um homem adulto que estava ciente da sua própria situação.
Porém, Ubronus me ensinou a seguir um outro caminho.
“Procure uma criança,” assim ele disse, “e se ligue com a vida.
Se sintonize e desenvolva-a nos anos tenros.
Proteja-a e cuide para que não chegue sob influência estranha que será desfavorável à situação interior.”
Foi assim que encontrei você, André.
Todas as outras situações são lhe conhecidas; você sabe como me manifestei a você.
Mas na sua juventude precisei protegê-lo de muitas outras situações de vida.
Meticulosamente segui-lo em todos os seus caminhos.
Também nisso ganhei ajuda e pude me aperfeiçoar em outras ciências.
Tudo tinha a ver com a vida após a morte.
E quando, numa manhã, pude começar executar uma ligação, depois de precisar esperar vinte e seis anos, eu estava feliz que o meu trabalho estava prestes a começar.
Demorou muito até eu chegar tão longe e de convencê-lo que as situações psíquicas, a mediunidade psíquica, significavam o ouro espiritual para você.
Através de você, André, poderei e, muitos comigo, ajudar a Humanidade para esclarecer-lhes a vida na Terra, assim também esta vida.
Desenvolvi-o para que pudesse sair do corpo e neste momento já estivemos algumas vezes juntos neste lado.
Muitas vezes, meu menino, vi todo o meu trabalho destruído.
Você estava em outras mãos, nas mãos do Mal.
Portanto, também passámos por isso, pelo seu amor, mas ao mesmo tempo pela vontade de fazer o Bem.
Oh, como estas horas foram difíceis.
Anos de espera, anos de esforço vi destruídos.
Então suplicava por ajuda, até você estar outra vez nas minhas mãos e tudo abriu os seus olhos.
Para ficar a ver, André, que Demónios se apoderam do mais querido do mestre, é terrível.
Dou graças a Deus que não chegou a tanto que também destruíssem você.
Você pensava que me ouvia, mas não era eu, não mais conseguia o alcançar.
Contornei todos os rochedos perigosos; consegui, porque você aprendeu e sabe como fora lá a sua vida.
E agora o meu filho se encontra, como ser terreno, na Quinta Esfera.
E se continuar a fazer o nosso trabalho, situações mais lindas ser-lhe-ão reveladas.
Muitas irmãs e muitos irmãos que você convenceu e pôde ajudar na Terra, já estão neste lado.
Depois, quando vier para cá todos o aguardarão e receberá felicidade eterna.
Todos o aguardarão, André, e para muitos poderá ser um guia neste lado, na chegada desta vida.
Você anunciará tudo o que vivenciou agora e eu o apoiarei.
E agora chegou o momento que precisamos avançar ao mais sagrado desta viagem, ao Céu na vida do espírito.”