Génios do Mal (2)
“Que terríveis são estas pessoas, Alcar!”
A seguir, o André sentiu-se desmaiar, se emocionara demasiado.
Não sabia quanto tempo ficou inconsciente, porém, quando despertou, olhou nos olhos queridos do seu líder que havia colocado os seus braços em volta dele.
Estavam numa outra esfera, circundada de flores e natureza, como as esferas mais elevadas.
Porém, nenhuma palavra se falou e o André pensava nas barbaridades que ele tinha observado.
Milhares de pensamentos passavam pela sua cabeça.
Foi demais para ele, um homem terreno que ainda vivia na matéria, não podia assimilar isso tudo.
Não esperava por isso, ainda não tinha visto a paixão representada tão terrivelmente.
Seres terríveis, mas, mesmo assim, eram filhos de Deus.
Neles também havia o cerne Divino de toda a vida.
Ele se via novamente naquele edifício e todas as cenas passavam de novo diante dele.
Como ainda estavam longe da situação e sintonização normal humana?
Como as suas almas eram escuras; não podiam ser ajudados por nenhum anjo de luz.
Os pensamentos deles eram demoníacos.
Tinham mães com mães, crianças com crianças.
Todos viviam na mesma vida, mãe e filho eram infelizes.
Todos eram animalizados, voluptuosidade e paixão eram o seu amor.
Transgrediram o estado animalesco.
Eram hienas humanas que usavam o seu intelecto para violência e luxúria.
Seguiam aquele que era o soberano da escuridão e os liderava.
Um dia, todos viveram na Terra e eram seres invejáveis.
Ali eram honrados e idolatrados, mas educados para a escuridão.
Eram mimados, porque eram bonitos, mas onde ficou aquela beleza terrena?
Se na Terra pudessem ver a sua situação interior, ainda gostariam de possuir um ser assim?
Uma pessoa, de raciocínio normal, poderia amar uma pessoa dessas?
Quem mataria uma outra vida para um ser desses, quem poderia tirar a vida a alguém?
Aqui não havia mais moralidade, aqui as suas almas se desfaziam dos véus; todos estavam descobertos.
Aqui se via a sua sintonia interior, mas na Terra o Homem podia se esconder atrás de uma máscara, o que aqui não seria mais possível.
Nesta vida, as suas máscaras caíam; ficavam nus, desfeitos de todos os tesouros.
Aqui cada um conhecia a situação interior deles.
Todo o ser lia na sua própria alma escura, porque todos eram um só, um em sentimento; Queriam e conheciam apenas uma única vida.
Mesmo assim, eram honestos em todos os seus horrores.
Não queriam encobrir nada, mas nada mesmo.
Aqui não sabiam se esconder atrás da sua aparência de ser espiritual, isto todavia na Terra ainda era possível.
Eles eram terríveis, mas isso era visível para outros; um ser mais elevado poder-se-ia proteger contra eles.
Aqui ele pôde ver a verdade.
Não tentavam esconder nada e era isso que suavizava a sua violência.
A sua sinceridade suavizava a sua volúpia e paixões.
Era a faixa (Port.: penso) que cobria a ferida.
Mostravam a outros a sua vida animalesca.
Porém, na Terra o Homem vivia por trás das suas muralhas construídas por ele, mas Deus vê através de tudo, Deus conhece a sua sintonização de alma e sabe onde prosseguem depois daquela vida.
O Homem não tem nada a esconder, Deus vive em tudo e sabe da sua bestialidade.
Aqui eles não se envergonhavam para se desenfrear diante dos outros.
Quem participava das suas festas, era um deles, era igual à sua própria vida.
Mas como tudo era diferente na Terra.
Ali um homem podia se esconder atrás da sua veste material, o seu corpo material escondia um sentimento animalesco.
Na Terra não era tudo muito mais vil do que aqui?
Ali estavam como um livro aberto para todos, mostravam-se ali por inteiro aos outros?
Se mostravam ali como se sentiam e o que pretendiam?
E ali também não viviam seres numa sintonização pré-animalesca?
Ali, uma pessoa não matava milhares e não tinha ela a força de mandar massacrar milhares?
Os que se sintonizavam para isso não estavam todos escondidos por trás de uma máscara?
Não se encontra eles em qualquer canto da Terra?
Aqui, ele viu a verdade, uma verdade terrível, mas todos tiveram que baixar a sua máscara, por trás da qual se mantiveram escondidos durante a sua vida inteira na Terra.
Graças a Deus, um dia, virá um fim a estas suas atitudes terrenas, animalescas e então, também eles serão rasgados e surrados pelos demónios.
Ninguém há-de escapar.
Na Terra, se executa uma sentença em silêncio, porém, aqui se pode se proteger.
Na sua animalidade eram honestos, vão direto ao assunto, na Terra isso não era possível.
Aqui oferecem o cálice ao outro, ali atiram flechas envenenadas aos que não estão cientes de nada.
Ali se vê escondido um instinto animalesco, o homem se curva para o animal em figura de homem, porque não o reconhece.
Não são estes seres cem vezes mais perigosos?
Ele não considera os seres daqui inferiores aos que vivem na Terra.
Em breve eles transitam e terminará a sua vida terrena, aqui serão reconhecidos por milhões, porque vêem nas suas almas escuras.
O que ele viu era unicamente justiça.
Ele olhou o seu líder que seguiu o seu raciocínio interior.
“Deus conhece todos os Seus filhos, meu menino, deixe isso ser a sua força, a sua fé, a esperança e a confiança.
Senão, não poderíamos viver, a vida se tornava insuportável.
Está forte o suficiente para me seguir?
Tenho ainda mais para lhe mostrar nesta escuridão.”
“Precisaremos retornar ali, Alcar?”
“Sim, meu menino, tenho que esclarecer ainda mais situações inferiores.”
Suavemente, de cabeça erguida, o seu líder pronunciou estas palavras e o André sentia o que se passava neste superior espírito de amor.
“Alcar,” disse ao seu líder, “sigo-o onde for que o seu caminho o levar.
Quero aguentar e vivenciar tudo.
Sinto que o senhor pensa: Deus vigiará sobre todos os filhos.
Estou pronto para seguí-lo.”
“Obrigado, André, por isso Deus lhe dará luz e felicidade na vida após a morte, porque quer fazer tudo isso para os outros.”
“Posso lhe colocar algumas perguntas, Alcar?”
“Com certeza, por que não?”
“De onde vem o sangue na vida após a morte?”
O seu líder sorriu e disse: “Você não é o primeiro que colocou tal pergunta; tentar-lhe-ei esclarecer.
Para você é um fenômeno estranho que os seus corpos estejam materializados?”
O André refletia.
“Não, isso não, não pude contemplar isso na Esfera da Terra?”
“Meu filho não sente bater o seu coração?”
“Mas eles já faleceram, Alcar?”
“Mas em sentimento são terrenos e continuarão terrenos, até que mudem interiormente.
Também no meu corpo corre sangue, embora de uma substância espiritual.
Eles fizeram o seu próprio corpo animalesco, sim materialmente grosso, que encontra sintonização nesta situação.
Quando o Homem entrar nas regiões mentais, ele deixará o corpo espiritual, o que significa desdobramento entre o espírito e a alma.
Já lhe falei sobre isso.
Portanto, quanto mais o Homem subir, mais lindo também se tornará o corpo espiritual, sim, mais rarefeito assim como o seu interior.
Está claro?”
O André compreendeu.
Devagar o homem mudaria até se tornar espiritualizado.
“Certíssimo e bem sentido, André, é assim mesmo.
Na Terra mostraram fenómenos a doutores, em que o espírito materializado se construía um corpo, pelo que podiam ouvir o coração bater.
Isso é conhecido na Terra, estes fenómenos mediúnicos foram dados por nós.
Agora, pergunto: se isso é possível para nós – espíritos mais elevados - os demônios não superariam em muito esta situação?
Por isso, nos seus corpos corre sangue, mas como lhe disse, de substância espiritual.
Você vê como é a nossa vida, temos tudo: animais, flores, árvores e plantas, casas e construções, em suma, tudo, mas numa situação mais bonita e sutil do que na Terra.
Quanto mais se desce, mais grosso se torna o Homem.
Quanto mais subirmos, mais espiritualizados nos tornaremos, até que tenhamos percorrido este caminho que tem sintonização ao cosmo.
O sangue que viu correr, não se pode comparar com o material.
Agora, mexe na terra e pegue um pouco na sua mão.”
O André fez o que Alcar quis e olhou o seu líder.
“É terra, André?
Naturalmente, mas de uma substância espiritual.
E o vinho?
Por que não vinho, facas e revólveres, se aqui possuem de tudo?
Você viu como brilhavam as suas pedras preciosas e, mesmo assim, para mim não tem valor; para nenhum ser elevado no espírito.
Assim é com tudo o que se percebe e perceberá no espírito do que vive abaixo da Primeira Esfera existencial no espírito.
Você estranhou de não ver o branco, nem outras cores além do vermelho e o verde falso, não é?”
“Sim, Alcar.”
Com isso André entendeu que mesmo sob o tumúlto, o seu líder conseguiu seguí-lo.
“Eles usam vestes na medida da concentração e vontade forte, e um é mais forte do que o outro.
Pela sua vontade não podem manter nenhum azul ou branco, porque faltam-lhes forças, não possuem esta pureza.
Por isso, quando se encontra um ser, numa veste magnífica, é por que se afundara muito.
Os pobres que estão vestidos de trapos, são por isso os felizes e os ricos nas esferas escuras.
Logo eles passarão; nenhuma influência os mantêm presos.
Eles largaram todo o ouro e prata, assim como as vestes.
Nenhum ser pode entrar numa outra esfera se ainda não largou a posse, o sentimento interior daquelas esferas mais baixas.
Está tudo claro?”
“Sim, Alcar, agora tudo me é plenamente compreensível.
Portanto, tudo é construído por sintonização interior, concentração e vontade fortes.”
“Nas esferas mais altas homens e vestes se transformarão na medida que subirem, também as próprias esferas onde vivem.
Neste lado conhecemos sintonizações espirituais, cósmicas e até divinais.
Aqui podem tudo, André todavia, mudar a sua esfera em luz não podem, para isso se precisa de sintonização.
Vê, aqui estamos onde eu queria chegar e entraremos sem sermos convidados; porém, ficaremos na nossa própria sintonização, porque, de outra maneira, não é possível nos aproximar daquele ser que quero visitar.”
O que André via era um edifício muito estranho.
Era em forma de bola e no Leste e no Sul, no Norte e no Oeste torres pontiagudas se destacavam fortemente que faziam do edifício inteiro algo estranho.
Ele achou esta obra misteriosa; nunca a tinha visto nestas esferas e a achou algo particular.
Se questionava do significado dela.
Era caprichosa e do total emitia uma influência estranha.
Em volta era vigiada; não tinha como furar e entendeu por isso porque o Alcar queria entrar aqui na sua situação.
Eles ultrapassavam os vigilantes sem serem reparados e atravessaram o portão de entrada que estava diante do edifício.
Nada os impedia.
Os que aqui vigiavam, não viam uma sintonização mais elevada, ou teriam que possuir estas forças interiormente.
Aqui não era como na Terra; na Esfera da Terra viviam as sintonizações animalescas e as divinais juntas, porém, aqui só vivia o Mal.
A vida de Deus estava em todo o lado e quem não possuía uma sintonização ou ligação, não sabia nada dessas forças.
Andavam pelos corredores, até que chegaram a um corredor que os levou serpenteando para cima.
Demorou bastante tempo até alcançarem a parte mais alta.
Para onde o Alcar o levaria, o que vivenciaria agora?
Finalmente chegaram a um grande salão que evidenciou ser um laboratório.
Ele viu que à esquerda e à direita estavam instaladas várias máquinas, mas nenhum sinal de um ser vivo.
Estava muito silêncio no prédio.
Dali vinha um riso sardônico ao seu encontro de que não entendia o significado, mas não obstante, sentia claramente.
Quem morava aqui, pois era preciso pessoas para manobrar todas aquelas máquinas?
Chegou nele um sentimento sufocante que lhe tirava o fôlego.
Aqui a influência era mais intensa do que com aqueles onde esteve há pouco.
O Alcar andava na sua frente e ele seguia o seu líder a uma certa distância.
Agora o Alcar parou.
Será que encontrou a pessoa que mora aqui?
Veria um génio?
O Alcar acenou - porque também ele parara - para se aproximar.
Passo a passo se aproximava do seu líder como se tivesse medo de perturbar e com isso estragar tudo.
Porém, o Alcar sorria com o cuidado dele e disse: “Eles não nos ouvem, André, e também nós somos invisíveis; venha sossegado.”
Aliviou-lhe; nisso não tinha pensado, apesar de que o seu líder lhe falara isso antes.
Alcar estendeu o seu indicador para algo e disse: “Vê André, aquele ser ali é o maior génio que conhecemos neste lado.
Um génio do Mal.
Ele abastece a Terra das suas invenções que são passadas pelos seus ajudantes e são transmitidas ao homem material que aspira por fama e honra.
Esclareci-lhe na Esfera da Terra como isso acontece, mas aqui será mais claro do que na Terra.
Acontece pela ligação de sentimento a sentimento, de espírito a espírito, de Homem a Homem.
O que aparece na Terra em horrores foi realizado por ele e muitos outros.
Os que na Terra adquiriram esta sabedoria e dão as suas forças para isso, são instrumentos nas mãos deles.
Ele é o mestre de milhares que o seguem no seu trabalho horroroso.
Um exército poderoso está ao seu dispôr nas Esferas Escuras e na Terra; todos têm uma só sintonização.
Os seus ajudantes estão dispersos pelo mundo inteiro, mas é daqui que recebem as suas ordens.
Ele tem os seus enviados que lideram tudo na Terra, mas ele cuida de todos aqueles horrores.
Eles tentam destruir o Bem na Terra e manter a Terra sob o seu poder.
Não é necessário dizer-lhe como, então, a vida na Terra seria terrível se conseguissem realizá-lo.
Eles querem ver a vida que vive na Terra destruída.
Na Terra vivem inventores que são influenciados por este monstro e, portanto, servem para ele como instrumento.
São os maiores da Terra, porque ele não se confiará a outros, porque estes não o sentem.
Ao mesmo tempo deve estar claro que, quanto mais poder possuem na Terra, quanto maior as suas invenções, mais se afundaram.
Na Terra honram estes monstros; ali vivem estes seres que usam o seu dom divino para a destruição.
Por isso, há poucos apenas que podem absorver e assimilar o seu sentimento muitíssimo ponderado.
Estes poucos se afundaram muito.
Vigiam-no, porque ele é um mestre e sabem quais as forças ele possui.”
Num palanque estava um homem encolhido diante de uma máquina muito misteriosa.
Era um homem alto e magro.
Nada nele se movia, violentamente se concentrava nos poderes invisíveis.
Estava ali como morto.
Por nada revelava o que sentia e percebia interiormente.
Saía dele uma influência tremenda, o que ele já havia sentido antes.
Era o Diabo em pessoa.
“Mas não, André, conhecemos situações mais profundas do que esta, que são todas ainda mais terríveis.”
Como era possível poder praticar um mal ainda maior?
“Também ele conhece e tem os seus mestres e neste momento está em ligação.
Vivenciaremos o que apenas poucos vivenciarão.”
Os seus cabelos compridos escuros iam até aos seus ombros e a veste que usava flamejava e brilhava em faíscas de luz apaixonantes.
A sua situação interior revelava-se na veste, como ele também tinha reparado em outros.
Aquele que estava diante dele devia ser muito aguçado em sentimento, ele podia ver isso na sua radiação.
O André sentia que, interiormente, estava comovido por algo que lhe tomou a atenção.
Todavia, estava calmo; nada revelava a sua tensão interior.
Este homem regia e apoiava a ciência na Terra.
Todos, que se sintonizavam nele, estavam sob o seu poder e perdidos.
Os próprios cientistas da Terra queriam isso, porque queriam juntar riqueza, honra e fama.
Na Terra um cientista enriquecia-se pelo sangue do seu próximo, mas não pensavam nisso.
Procuravam e encontravam, mas não perguntavam se era para destruição.
Ele estava ali como um enigma.
“O que faz ele, Alcar?”
“Ligar-me-ei nele; talvez descobriremos mais.”
O André via e sentia que o seu líder se focava.
Demorou muito antes do Alcar falar com ele.
O homem estava ocupado com o quê?
Quais as forças, ainda desconhecidas na Terra, ele extrairia do Cosmo?
Quantos anos ele estava adiantado na ciência da Terra?
Talvez centenas.
No seu líder se movimentou e também nele, porque o homem se mexia e respirava profundamente.
De repente, virou-se, desceu do palanque e ligou uma máquina.
Depois retornou ao seu lugar para se aprofundar totalmente no seu estudo.
“Conseguiu determinar algo, Alcar?”
“Sim, meu menino; porém ele sente algo, mas não sabe de onde está vindo.
Escute André.
Mostrar-lhe-ei o que vejo.
Ao lado dele vejo um monstro horroroso,” e pela força do seu líder o André também viu.
“Este ser é o seu mestre que se afundara ainda mais que ele.
Mas conhecemos situações ainda mais profundas em que vivem os mestres que reinam sobre estas regiões.
Os que encontramos até agora são inocentes comparados a eles.”
Claramente André reparou a radiação do monstro que lhe influenciava.
Até onde estes seres podiam ir com a destruição da Humanidade?
Não haveria um fim?
Por milhares de anos deveriam ficar no Vale das Dores, mas nisso eles não pensavam.
Quando eles mesmos seriam destruídos?
Ele olhou o Alcar que sentia a sua pergunta.
“A sua profundeza é tanta quanto é a esfera mais alta na sintonização espiritual.
Está claro?”
“Sim, Alcar.”
“Todavia, não podem descer mais do que a sintonização da Terra.
Isso é a sintonização pré-animalesca; todos viveram no planeta Terra.
Mas naquela situação em que vivem agora alcançaram um grau e, portanto são os mestres.
Isso nos diz que, um dia, o Bem vencerá.
Portanto, eles não podem se sintonizar em tudo o que estiver acima deles, de maneira que o Bem vence o Mal.
Escute, ele falará.”
Claramente André ouvia: “Mestre, o senhor está aqui?
Sinto-o, mas ainda não tenho uma ligação boa.
O Norte se espelhará ao Leste e ao Sul, absorverá tudo o que se move.”
Finalmente o André entendeu a arquitetura esquisita deste prédio.
Novamente o génio falou, após uma breve pausa.
“Se o senhor estiver aqui, mestre, faça-me senti-lo, tenho algo a lhe mostrar e estou pronto a seguí-lo e de lhe obedecer em tudo.”
Agora seguiu-se um acontecimento terrível; era a ligação de dois Demónios.
O homem seguia a falar: Com o Sul e o Leste tenho ligação, com o Oeste e o Norte não, porque “cosmoreio” e por isso não posso regular.
Mostrar-lhe-ei, mestre.”
Ele saiu de trás da máquina, andou até ao Sul e ligou uma máquina e depois no Leste.
A outra que foi ligada antes ele desligou e seguiu para ligar as do Norte e Oeste.
O André se assustou muito.
Da máquina que estava instalada no Sul saltavam faíscas e raios de luz para a do Leste.
Dali espirrava uma chuva de faíscas para a da Oeste, mas ele via e sentia que as forças diminuíam e não alcançavam o êxito.
Aqui, algo não andava bem, isso era claramente visível.
Agora, ao mesmo tempo entendeu o que significava “cosmorar”, porque o génio o mostrou ao seu mestre e lhe esclareceu.
Quando todas as máquinas estavam ligadas, ele foi a um aparelhinho e também o ligou, pelo que o som crepitante de faíscas cessou e mudou para um ronco suave.
O André, agora ouvia só um zunido suave e todas as máquinas estavam interligadas.
Depois disso o génio retornou ao seu lugar e colocou-se diante do seu instrumento.
“Agora mostrar-lhe-ei algo, André, pelo que entenderá imediatamente o que ele quer realizar.
Toda a sua concentração em mim é desejada, porque precisamo-nos ligar, mas para ele continuamos invisíveis.
Dê-me a sua mão direita e não me solte, aconteça o que acontecer.”
Passo a passo o seu líder avançou.
Num dado momento ambos sentiam passar pelo corpo uma corrente muito aguçada que lhes tirava o fôlego.
Era tão violento como se o seu peito estivesse sendo pressionado.
O André sentia cada vez mais forte, pelo que entendeu que o seu líder descia mais até que não aguentava mais.
O Alcar tentou alto e baixo, eles subiam e desciam, iam à esquerda e à direita.
À direita não sentiam nada, no Oeste não havia ligação boa.
Se também isso fosse perfeito, não mais haveria como escapar, é que, uma vez entrado no campo era dado como morto.
Neste momento sabia o que este ser ofereceria à Terra.
Diante dele viu o cientista, carregado com fama e honra, que dava vida a este produto natural imenso.
Mas tudo significava destruição.
Era um raio mortífero que podiam afinar à longa distância, para levar à perdição tudo que estivesse no seu caminho.
O Alcar voltou à sua própria sintonização, pelo que o André conseguia respirar novamente.
Todavia, o seu líder não ficou ligado totalmente, porque não seria possível aguentar.
O curioso de tudo era que o próprio génio tinha se desligado e não encontrou impedimento algum.
“É terrível, André, porém, este produto natural, um dia, verá a luz na Terra.
Dê Deus a força a outros para neutralizá-la para que a Terra fique livre desta invenção mortífera.
Sente até onde vai a sua invenção?
Quando um país possui aquilo pode a partir dali matar em outros países, assim que as ligações estejam implantadas.”
“O que ele quer dizer com relaxar, Alcar”.
“Isso é suficientemente claro, é que ele regula à distância.
Ainda não atinge nenhum alvo, quer dizer, não com perfeição.”
“Que monstro ele é, Alcar.”
“A vastidão do seu produto é indizivelmente grande, estas forças não dão para sondar.
Tudo é energia cósmica que ele transforma num raio mortífero.”
“O senhor já esteve aqui antes, Alcar, para visitá-lo agora?”
“Sim, quando eu trabalhei aqui embaixo, fomos visitá-lo.
Ele já tem milhares de anos de idade e não quer parar.
Porém, nós fomos levados até ele por guias qualificados, para conhecer estes poderes e estas forças, da maneira como também lhe mostro tudo desta vida.
Sei que ele já trabalha mais de cem anos na sua invenção e ainda precisa de vários anos até ela estar perfeita.
Então, deve estar claro que, na Terra, se alguém recebe algo sobrenatural é lhe dado do nosso lado.
Tudo que a Terra possui neste momento seja Bem ou Mal, vem do espírito.
Aqui vive o génio pensador e repassa a sua maravilha ao Homem.
Esperamos que inventem forças que neutralizem a dele.”
“Se senti bem, Alcar, um aparelho capta o que o outro transmite e repassa.”
“A ação é assim, assim ele quer ver em ação.
Tudo que se move e vive neste campo é dado como morto, de forma que passarão milhões simultaneamente.
Mas antes desta invenção ver a luz na Terra, muitos cientistas serão vítimas, porque não conhecem a ação.
Porém, sempre nascerão génios a quem será passado o seu saber e que estarão dispostos a dar as suas forças para isso, até estar perfeita.
Em cinquenta anos farão grandes progressos.
E não se esqueça que tudo que vimos neste momento, já se encontra na Terra, em outras palavras: o que ele inventa, levam à Terra.
Ali trabalham alguns cientistas sob a sua vontade, como já lhe contei, que chegam cada vez mais perto da verdade.
Também ali não conseguem ligar o Leste e o Oeste.
Se porém, um dia, isso se tornar realidade, tudo torrará até o mais fundo do ser e será considerado como morto.
De toda matéria a vida é retirada, porque o seu raio é mortífero.”
“Portanto, conhecem forças assim na Terra, Alcar?”
“Com certeza, já inventaram raios mortíferos, mas esses ainda não são comparáveis a esta força.”
“Ainda vê chegar outras invenções à Terra?”
“Ah, várias.
O homem da Terra vive na era da tecnologia.
Já vivenciaram a era da música e da arte; neste momento, encontram-se na era das maravilhas tecnológicas.
Vejo uma Terra daqui a cem anos, em que o Homem vive em todas as suas maravilhas e que serão muitas.
Eu poder-lhe-ia nomear milhares desses milagres, talvez, um dia, posso lhe mostrar a Terra de daqui a cem anos.
Depois o Homem retorna e eles passarão a uma outra geração.”
“Isso já se pode ver neste lado, Alcar?”
“Os mestres que possuem a sintonização cósmica, sabem disso também.
Para mim não é possível, porém, meu mestre conhece muitas daquelas maravilhas.
Porém, tudo fica para mais tarde; quando for necessário, você também poderá registrar isso.”
O milagre que vemos agora, Alcar, é enorme e terrível.”
“Correto, André, estas forças eram para fins mais úteis.”
“Nas esferas mais elevadas sabem o que ele conseguirá?”
“Também isso os mestres sabem e, por isso, descerão espíritos de luz para dar aos homens algo que neutralizará a sua invenção.
Assim, um trabalha para o Bem, o outro para o Mal, até que o Homem chegue a uma sintonização mais elevada e tudo será usado para a felicidade dos Homens.
Mas, enquanto vivem pessoas na Terra numa situação pré-animalesca, haverá elementos que destroem a felicidade de outros e invenções que serão usadas para perdição e destruição, porque o ciclo da alma encontra a sua origem na sintonização pré-animalesca.
Se muitos cientistas na Terra soubessem em que mãos se encontram e tivessem a coragem de parar e quisessem o Bem, haveria só felicidade na Terra.
Mas o que um realiza para o Bem, o outro usa para o Mal.
Por isso, muitos não entendem o que é dado por nós.
Mas o que vier do nosso lado servirá para a felicidade dos Homens.
Todas as outras invenções servem para fama, honra e destruição, mas Deus não deu dons aos homens para isso.
Pobre Terra, pobre Humanidade.
Neste momento avançaremos a uma outra situação.”