A verdadeira clarividência e o seu perigo.

O André foi chamado por uma senhora, que quis consultá-lo.
Ele perguntou ao Alcar se concordava e este respondeu: “Sim, vamos lá.”
Na hora marcada ele estava presente.
As senhoras não estavam em casa, mas poderiam chegar a qualquer momento.
Aquela que quis consultá-lo, chegou de fora da cidade e estava hospedada com uma amiga.
Esperou por algum tempo, mas como demorava demais, quis ir embora, porque em casa tinha que tratar de pacientes, porém Alcar disse para esperar; tornar-se-ia algo especial.
Ele refletiu.
Tornar-se-ia em algo especial?
Então, o Alcar deveria estar já sabendo disso.
Ele sentiu uma atuação forte nele, o Alcar estava agindo dalguma forma.
O que era não entendia ainda com clareza.
As senhoras chegaram em casa e ele foi apresentado à hóspede.
“Ouvi falar muito de você, senhor Hendriks, por isso quero consultá-lo.
Deixe-nos subir, assim não seremos perturbados.”
Chegando lá em cima, pôs uma foto e uma gravata diante dele e perguntou se poderia contar algo sobre a situação de saúde do seu marido.
Tomou a foto nas suas mãos.
“Farei o meu melhor, senhora, porém não me deve contar nada.
Só quando lhe contar algo do que vejo, você pode me dizer se está certo, ou não.”
Após alguns momentos, contou quais as impressões que ele recebeu a respeito do seu marido.
Um estímulo forte para dormir o atacou e depois ele ficou sem ar.
Quando este estímulo atuou nele, transmitiu isso também à senhora e ela respondeu que estes sintomas se apresentavam no seu marido.
“Então, senti corretamente, senhora?”
“Sim, seguramente, está correto.”
“Bem, então lhe direi com que isto está relacionado.
Vejo alguns médicos com o seu marido; também vejo que os medicamentos que lhe dão, são para tratar do seu coração.
Está certo?”
“Sim,” respondeu.
“Vejo o seu marido assim, senhora”, e deu uma descrição da sua personalidade.
Também agora só se limitou a dizer que isso estava correto.
O seu caráter também era descrito corretamente.
“Vejo o lugar, onde você mora, o local, onde o seu marido faz o seu passeio toda a manhã, as ruas por onde ele tem que passar para alcançar o seu escritório.
Também vejo o nome da rua, onde se encontra.”
A mulher teve que reconhecer que tudo estava correto.
Depois não viu mais nada e aguardou as coisas que viriam.
Após alguns instantes a senhora perguntou: “Você vê algo mais?”
“Não, senhora, mas aguarde mais um pouco.”
Ela ficou impaciente, mas o André estava preparado e ficou calmo.
O Alcar já lhe dissera muitas vezes que precisava afastar a influência que as pessoas lhe mandavam, senão iriam perturbá-lo e não veria puro, mas influenciado pelas pessoas.
Precisava estar calmo, o Alcar sempre dizia.
Os Homens mandavam muitos pensamentos a ele que ele recebia telepaticamente.
Ele então podia dar-lhes provas, mas estas baseavam-se naquilo que eles mesmos sabiam e pensavam.
Com isso não ia adiante.
Agora também era assim.
Com força repelia estes pensamentos.
De repente viu, muito claramente, quatro pessoas diante dele.
Eram três senhoras e um senhor.
Assim que viu esta imagem diante dele, ouviu o Alcar dizer: “Estes são quatro clarividentes que ela já consultara antes.
Eles tiveram a foto e a gravata nas mãos e por isso a sua influência ainda está presa nestes objetos.”
Ele passou esta notícia.
Também tinha visto bem.
Então o Alcar disse: “Olhe para a sua cabeça, André, concentre-se firme e tome os pensamentos dela.”
Ele a olhou e viu que da cabeça dela vinha um raio de luz até ele.
Foi como um clarão, de tão rápido que aconteceu.
O Alcar seguiu: “Agora você vê os seus pensamentos na luz.
Telepatia, André, tenha cuidado.
Todos estes clarividentes tomaram os pensamentos dela e agora quero lhe mostrar como um clarividente é influenciado, como ele capta os pensamentos da pessoa que o consulta.”
O André sabia qual o significado da luz que vinha a ele.
E quando a senhora lhe perguntou se ele via algo diferente ainda, pôde lhe contar o que viu e captou.
“Sim, senhora, lhe direi o que vejo.
Os quatro clarividentes que a senhora consultou, disseram-lhe que o seu marido morrerá antes de Dezembro.
Ouço claramente as palavras que eles lhe falaram e que recebi de você.
Repetirei para você, palavra por palavra: “Você sabe, que brevemente será viúva?”
Ela se assustou e começou a soluçar.
Agora, pela quinta vez, isso foi definido por um clarividente.
Quatro outros já tinham lhe profetizado antes e um deles era de renome Europeu.
Portanto deveria ser verdade, porque todos tiveram a impressão que o seu marido não viveria muito mais.
O André tinha pena dela, porque disseram de modo tão pertinente que o seu marido logo morreria e porque ela acreditava nisso, mas ele prosseguiu:
“Portanto, o que lhe contei é o mesmo que os outros clarividentes profetizaram?”
“Sim, seguramente, a sua sentença coincide com o que eles disseram.”
“Maravilha, senhora, mas lhe asseguro que eles apenas captaram por telepatia os seus pensamentos e lhe contaram o que você pensava, porque você tem um poder de concentração forte e com isso os influenciara.
Também não puderam lhe contar nada diferente, referente à situação de saúde do seu marido, do que aquilo que você mesma já sabia e de que estava convencidíssima.
Agora eu estou sozinho diante dos quatro outros clarividentes e sinto que não me acredita.
Todavia, quero fazer tudo, senhora, para tentar receber a verdade pura para você.
Vou perguntar ao meu líder que está comigo, se ele pode mostrá-la a mim.”
Ele perguntou ao Alcar e este respondeu: “Entregue-se e veremos o que é a verdade.”
Ele se entregou docilmente ao Alcar, mas antes de se concentrar suplicou a Deus se poderia receber a verdade, a verdade espiritual.
Agora, mais do que nunca, precisava ver puramente, não só pelo doente, a quem interessava, mas também para esta pobre mulher que já passara por um medo terrível por aquilo que lhe contaram.
Ele implorou que desse força ao seu líder, para que este, usando ele como o seu instrumento, pudesse lhe dar em tudo a verdade pura.
Ao seu lado ouvia também o Alcar rezar e pedir por força.
Os quatro clarividentes deveriam saber quanto mal o seu trabalho já fez e como deveriam ser cuidadosos com os seus dons.
A pobre mulher passava por uma tensão nervosa tão grande, que ela, se a situação demorasse muito ainda, seguramente passaria antes do seu marido.
Após a sua oração ele entrou em transe e nesta situação o véu que encobria a verdade foi levantado para ele.
Quando ele pôde ver, ouviu Alcar dizer: “Conta o que vê.”
Ele primeiro pediu para escrever tudo o que ele dissesse e então seguiu:
“Escute, senhora.
Vejo diante de mim, 1 de Dezembro; sucessivamente vejo passar todas as datas de Dezembro.
Quase parece um filme.
Agora vejo Janeiro e também vejo o seu marido que ainda aparenta estar de saúde, apesar de, segundo a conversa dos clarividentes, ele já deveria estar morto.
Em Janeiro também não vejo acontecer nada, mas vejo o seu marido.
Toda a vez é me mostrado como ele está.
Agora é a vez de Fevereiro e a primeira semana passa devagar diante de mim.
Oito de Fevereiro o filme pára.
Isso significa alguma coisa.
Agora vejo o seu marido doente, está de cama: mas não se preocupe, o filme começa a rodar novamente.
Dez, doze, quatorze, dezesseis de Fevereiro; agora vejo que já está melhor.
Foi apenas uma leve indisposição.
Agora Fevereiro passou.
Vejo quatro de Março, sucessivamente os outros dias deste mês.
Abril.
Agora os dias e os meses passam cada vez mais rápidos.
Nada, nada acontece.
Ainda vejo o seu marido ao seu lado, vigoroso e saudável.
Também o mês de Novembro passa e agora é um ano mais tarde da data em que deveria ficar viúva, mas vejo que não chegou a altura.
O filme é enrolado, senhora: o meu líder diz que isso é o suficiente.
Tudo passou.
Não vejo mais nada e você pode ser feliz novamente.”
Mas a senhora não sabia o que pensar disso.
Também escreveu amargamente pouco; só: 8 de Fevereiro.
Ela olhou o André, mas nada disse e ele sentiu que ela não acreditou nele.
Aqui ele estava como um contra quatro, e em quem deveria acreditar?
Os outros, aos seus olhos, também podiam ter razão e disso parecia estar convicta.
Era para ele uma situação insustentável e o Alcar disse: Fique por aqui, meu rapaz.
Não tem valor para ela e embora nós vejamos tanto, não nos ajuda.”
“Escute, senhora, pode pensar o que quiser e aceitar o que quiser, mas peço-lhe amigavelmente: escreva-me tudo o que for acontecendo com o seu marido.
Para mim é de grande importância saber quem viu bem neste caso.”
“Prometo-lhe.”
“Então contar-lhe-ei o que acontecera.
O que os outros clarividentes receberam de você telepaticamente não tem nada a ver com a clarividência verdadeira.
Ver verdadeiramente, senhora, é repassar o que recebemos dos nossos líderes.
Precisamos de nos concentrar firmemente para poder receber puramente aquilo com que os nossos líderes nos ligam.
Se o meu líder não tivesse me avisado sobre o seu poder de concentração, então você também teria me influenciado e também teria visto errado.
O que eu vi e lhe contei, aceito como verdade.
Não acontecerá tão cedo que outros me influenciarem, senhora.
E, por que não?
Porque nunca tentarei dar provas por telepatia, isso quer dizer, através da captação de pensamentos.
Como lhe disse, isso não é ver, mas só sentir.
Um clarividente precisa ter segurança se as impressões que recebe são do seu líder ou se são emitidas por humanos de carne e osso.
Precisamos poder distinguir isso, porque aí se esconde o grande perigo.
Principalmente na doença, é necessário eliminar absolutamente a telepatia e controlar tudo que os nossos líderes nos transmitem.
É que isso não pode estar errado.
Você sente, como é perigoso?
Se não fizermos assim, a nossa observação será muito perigosa para os que vêm se aconselhar connosco.
Agora, você mesma não vê o perigo do que estas pessoas lhe contaram?
Talvez ainda não, porque você não acredita em mim, mas mais tarde pensará nas minhas palavras, em tudo o que lhe disse até agora.
A sua amiga me conhece já há muito tempo e sabe que quero ser humilde e apenas quero servir como instrumento.
Não sou idólatra, senhora.
Viso apenas ajudá-la com tudo o que há dentro de mim.
Tudo que observamos num caso como da senhora, deve ser espiritual.
Isso me diz que um líder, um Espírito, portanto um dos nossos ajudantes, por quem faremos e recebemos tudo, precisa nos apoiar.
Digo-lhe isso, só porque confio no meu líder; isso quer dizer, que tudo o que ele lhe transmitira é verdade, porque sempre me transmite o puro em tudo.
Mas também, porque nunca zomba com a saúde de uma pessoa, que lhe é sagrada.
Acho horrível para a senhora que a perturbaram tanto.
Os próprios clarividentes que têm culpa nisto, nem sabem mais se estão em contato puro com os seus líderes, senão, nunca poderiam ter lhe contado isso.
Um Espírito mais elevado, que está na luz não transmite uma mensagem assim.
E embora fosse a verdade e também os dados confiáveis, ainda assim nunca ter-lhe-ia dito que logo ficaria viúva.
E quando estas pessoas ousam alegar que vêem, não falam a verdade e eliminam os seus líderes.
Nunca podemos esquecer que somos instrumentos e precisamos cuidar para que os nossos próprios pensamentos não venham a predominar, que estes não se imponham.
Isso é uma tarefa pesada para os médiuns.
Cada médium trabalha com um médico espiritual, mas neste caso têm os eliminado.
E se o clarividente não continua honesto, quero dizer, se não conhece a diferença entre clarividência e telepatia, irreversivelmente tudo se torna um fracasso.
Assim ele dá-lhe provas daquilo que os pensamentos da senhora estão repletos.
Entende agora, senhora, como tudo é simples?
Se você não tivesse influenciado estas quatro pessoas pelo seu medo de perder o seu marido, também eles teriam lhe dado outras mensagens.
Assim este medo foi-lhe prejudicial.
Os clarividentes tomaram os seus pensamentos e acharam que tinham observado bem.
Por isso precisei vigiar.
Os seus pensamentos poderiam ter me induzido em erro; por isso afasto os pensamentos emitidos para mim.
Sente o que quero dizer, senhora!”
“Sim, eu entendo você.”
“Contar-lhe-ei mais uma prova linda do meu líder.
Algum tempo atrás chegaram – num sábado à tarde – um senhor e uma senhora e o senhor perguntou se eu poderia contar algo sobre a saúde da sua mulher.
Para obter contato tomei a sua mão nas minhas, então o meu líder poderia observá-la e me passar o que viu.
Nós o confirmamos três vezes, é que isso é necessário para eliminar receber mensagens telepaticamente de pensamentos de que muitas vezes não se é ciente.
Recebi a informação que ela era surda do ouvido direito e no mesmo instante ficou silêncio no meu ouvido direito.
Depois a vi interiormente e seguiu-se a terceira verificação; então o meu líder me perguntou se senti e vi bem.
Esta verificação aplicámos a nós mesmos e quando o meu líder me diz que está bom, eu posso contar tudo o que vi, porque está correto.
Eu então, também contei àquela senhora que, do lado direito ela estava surda e ela reconheceu que era assim.
Ela achou lindo, mas isso não era tudo ainda.
Precisei ajudá-la e magnetizei o seu ouvido por cinco minutos.
Durante o tempo que a tratei, o meu líder mostrou-me que o abscesso no seu ouvido estouraria segunda-feira de manhã às oito e quarenta e cinco e então ela estaria curada.
Também isso lhe contei, sem duvidar de mim mesmo, nem do meu líder.
“Veremos se isso se realiza,” eu disse.
Na manhã seguinte – Domingo – pensei muito naquela senhora.
Eu estava tenso, mas confiei inteiramente no meu líder.
Chegou segunda-feira e, de manhã, às nove e quinze, tocaram à campaínha e o marido me contou que tudo aconteceu exatamente como falei e que a mulher voltou a ouvir.
Ele achou esplêndido e estava muito feliz que a profecia se tenha realizado.
Estas pessoas, sim, receberam uma prova linda, não só do ver puro do meu líder, mas também da maneira espontânea da cura.
Muitos médicos, sem sucesso, empenharam as suas forças nela mas aqui em poucos minutos a doença lhe foi tirada.
Você não acha isso maravilhoso?
E acha que eu duvidaria do que lhe foi transmitido agora, enquanto já pude dar centenas de provas, da sabedoria e da observação do meu líder, aos homens?
Não, senhora.
Eu lhe conto isso para lhe dar mais segurança e mais confiança naquilo que lhe é transmitido, porque aqui, o que vale é o seu sossego.
Acho de irresponsabilidade dos outros clarividentes que lhe transmitiram que o seu marido iria passar.
É imperdoável ousar dizer: “Sabe que brevemente ficará viúva!”
E se realmente fosse a verdade mesmo assim não necessitava profetizar-lhe meses antes.
Sinto o seu medo e entendo tão bem a sua situação.
Não consigo imaginar que essa mensagem seja proveniente do “Além”.
Isso não é ajudar, mas destruir.
Não abona a favor do seu amor humano.
Recebemos o nosso dom para apoiar os Homens que vêm até nós.
Mas, em vez de ajudá-la e apoiá-la, indevidamente proporcionaram-lhe um grande medo, que demoraria mais de dois longos meses.
Oh, senhora, afaste este medo.
Acredite em mim, não se consumará o que profetizaram.
Reze, para que Deus lhe entregue a minha convicção, reze muito; desta maneira não vai aguentar.
A oração lhe consolará e ajudará.
Não posso fazer mais nada por você e outras provas não poder-lhe-ão ser dadas.”
O André partiu e chegando fora sentiu-se aliviado porque viu o seu líder querido ao seu lado dizendo que falou bem.
“Você fez o seu melhor, meu rapaz, mas temo que as nossas provas não dão para convencê-la.
Porém, não fique preocupado, tudo acontecerá da maneira que lhe mostrei.
Contar-lhe-ei porque acontecerá.
Eu sabia, antes, do que se tratava.
Os seus pensamentos me alcançaram e você sabe que posso captá-los.
Eu vi tudo, cuidei de ter contato imediatamente com o meu mestre.
Naquele momento não lhe pude dizer, mas o meu mestre me mostrou.
Por se referir a algo espiritual, pude lhe perguntar.
Assim dei a você e você deu a ela.
Esta é a grande cadeia da qual somos todos elos.
O meu Mestre vê e pode transmitir a verdade.
A minha pergunta e os meus pensamentos alcançam muito rápido aqueles que podem saber e a seguir sobem a Deus, porque tudo que é espiritual é dado pela Sua ajuda.
Fique sempre pronto para recebê-la.
Reze muito pela sabedoria, a verdade e a força.
Você vê que elas nos são dadas, porque pedimos por apoio espiritual, livre de interesse material.
Peça sempre por isso com toda a humildade.”
Passou um mês e o André não teve nenhuma notícia.
O caso não o deixou em paz.
O mês de Dezembro passara; o tempo fatal, em que o homem passaria, chegara.
Porém, ele não recebeu nenhumas notícias.
Então ligou à amiga da senhora e recebeu a resposta tranquilizante que tudo estava indo bem.
Ela começara a duvidar da profecia fatal e disse que logo se sentiu atraída pela sua sentença.
O mês de Janeiro passou, ainda não ouvia nada.
No dia oito de Fevereiro voltou a ligar, mas não lhe podiam dizer nada.
Finalmente, em Março recebeu uma carta que dizia:
“Prezado André.
Segundo a minha promessa do final de ano, na casa da Sra.V., mando uma notícia breve que, referente à situação de saúde do meu marido, você afinal viu bem.
Ele dorme muito, mas além disso não há sintomas preocupantes.
Se um dos clarividentes tem razão sobre o número três, então poderia significar depois de três anos.
Você não pode escrever diretamente a mim porque o meu marido, naturalmente, não está a par da minha conversa com o senhor.
Com os melhores cumprimentos,
B. v. H.”
A profecia de Alcar se realizou.
Por que se entregavam a fantasias que não levavam a nada?
Porque um dos clarividentes nomeou o número três, deveria acontecer algo “daqui a três anos”!
Homens que dão liberdade à sua imaginação, não há como ajudar.
No início do seu desenvolvimento Alcar disse: “Você verá o que eu quero lhe mostrar,” o que prova, todavia, que um médium, por ele mesmo, não pode fazer nada.
A grande confiança de um médium no seu líder, a vontade de servir só como instrumento, o protegerão de faltas e notícias erradas.
Especialmente aqueles que têm o dom de curar, precisam de se cuidar, porque pode envolver a morte.
Estes médiuns carregam uma responsabilidade muito grande.
O Alcar disse ao André: “ Simplicidade é a força deste grande dom.
E então: Verdade acima de tudo.
Não usar telepatia para convencer as pessoas através dos seus próprios pensamentos.
Veja aqui, o grande perigo de ver.
E não se envaideça, pois se assim o fizer, dentro de muito pouco tempo, estará perdido, seja qual for o tamanho que possa ser o seu dom, porque não poderia mais fazer a distinção pura entre aquilo que eu lhe dou com os seus próprios pensamentos.
Não é possível ver um pensamento na luz se eu não o ajudar.
Seja cauteloso quando estiver diante de grandes causas, porque nisso há vidas humanas em jogo.
Ouvir-nos é o fundamental, para aqueles que têm este dom.”
Uma vez foi chamado a ver um menino de oito anos e depois que esteve com ele algumas vezes,o Alcar disse, que não podia mais ajudá-lo.
Ele não escutou e pensou: “Por que não posso mais ajuda-lo?
A criança não progride bem?”
Quando não deu atenção ao aviso da voz e ainda foi mais uma vez até ele, o Alcar disse: “Você precisa escutar, André.
Você fez de conta que não me ouviu, mas não fará nada fora da minha vontade.
Esta criança passará e para poupar você de todas as situações desagradáveis, estou-lhe retirando do caso.
Tem um médico junto ao menino e isso é suficiente.
Não podemos fazer mais nada, o nosso trabalho terminou.
Aprenda com isso e faça tudo como eu quero, embora possa lhe parecer estranho.
Vejo através de tudo e com tudo tenho o meu propósito.”
Depois de quatorze dias o pequeno passou e o Alcar falou: Você vê, meu filho, que se realizou.
Nós, do nosso lado, veremos através de tudo.
Com grande confiança precisa fortalecer cada vez mais o laço que une você a mim, até que, um dia, se torne um laço de amor.
Então trabalhará como eu quero e assim o poderei ajudar em tudo, mesmo parecendo-lhe muito perigoso.
Continue humilde, isso favorecerá o seu desenvolvimento.
E nunca se esqueça que você é uma ferramenta como todos que têm este dom.
Cada um precisa lutar por si próprio e encontrar o seu caminho.
Mas não só em ações, também em pensamentos.
Sobre isso lhe contarei algo.
Isso cabe a cada um, é que para um o caminho leva à escuridão e para o outro é o caminho que por muitas sinuosidades leva à Luz de Deus.
Já lhe disse tantas vezes e expliquei como poderá ser difícil aquele caminho para você.
Vocês, habitantes terrenos, que têm o seu trabalho a fazer, vocês que procuram o caminho à Luz e carregam em vocês a vontade sagrada para fazer o Bem, digo-lhes deste lado, que ainda vagueiam e procuram muito e que os seus caminhos ainda estão cheios de sinuosidades.
Mas, como então será o caminho daqueles que não procuram a grande luz?
Eles não são pessoas pobres?
Muitos vagueiam e procuram.
Não digo isso como repreensão, porque nós, no nosso lado, sabemos que errarão e precisam errar.
É que, uma vez alcançado o caminho à luz, então você é um de nós e a vida terrena terminou.
Este vaguear não é o tomar de propósito os caminhos errados.
Não, é mais que um desviar de pensamentos do bom caminho.
Ninguém o impede de pensar o que quiser.
Assim os seus pensamentos podem ser emitidos numa direção errada, então, você vagueia e muitas vezes nem sabe disso.
Mas, quando vão na direção certa, então serão felizes e nos facilitarão a alcançá-los.
E será que são sempre bons os pensamentos humanos?
Não há em todos vocês um impulso para o mal, à maldade?
E não há algo, quando formou uma ideia, que fora portanto emitida, que lhe desvia do caminho iluminado ao Bem?
Será assim tão estranho que tenho que falar desta maneira?
E não faço isso para ajudá-lo a continuar a seguir o caminho certo e, inspirado por pensamentos puros, continuar a entregar-se para o Bem?
Será então cruel, quando digo a todos, apesar da boa vontade de seguir o caminho certo para a luz, que andam a divagar?
E então, quando, você que quer o mais elevado, já tem tanta dificuldade em se sintonizar com clareza, de unir-se a nós, quanto mais difícil não é então para seguir o caminho da luz.
E quanto infinitamente mais difícil não deve ser para os que não querem, de toda a sua alma, seguir o caminho ao mais elevado.
Nós, habitantes do mundo astral, clamamos : Vocês todos que vivem na Terra, não sejam só cuidadosos com as suas ações, mas também com os seus pensamentos.
Porque os pensamentos que emitem, são grandes como nuvens e principalmente os seus pensamentos maus rolam como massas pretas pela Terra e sobre ela.
Eles são opacos, frios, úmidos e sujos.
Isso deixa, vocês Homens, com medo, quando chegam dentro de uma nuvem preta assim.
Quando vêem aquela massa preta, se assustam muito.
Então, se sentiu tudo isso com clareza, o seu primeiro pensamento será: Como pude pensar assim?
E é necessário que vocês questionem isso.
Assim virão pensamentos luminosos sobre as nuvens pretas e as iluminarão com o seu brilho.
É o Bem que vocês carregam interiormente e com que estão espiritualmente sintonizados.
Os seus pensamentos puros lançam, então, o seu raio de luz ao escuro e iluminam toda aquela escuridão, mas, ainda voltam a aparecer, aqueles pensamentos escuros, daquele preto, até que a luz do Bem, os também tenha varrido.
Os pensamentos maus podem envolver alguém como nuvens pretas e destruí-lo.
Mas, felizmente, também há raios brilhantes, que vão do mais fundo dos corações em direção a Deus.
E não há, entre os raios azuis, brancos e dourados, milhares de tonalidades?
Quando uma nuvem escura é irradiada por estas cores sagradas esta luz do Bem, então deixou atrás de você mais uma vez uma sinuosidade do caminho e pode ir corajosamente em frente.
E aos poucos todos os pensamentos escuros desviam para o Bem.
Esta então é a sua luta para encontrar o mais elevado.
E, embora pense que possua a luz, mesmo assim, digo-lhe deste lado, você vagueia e ainda procura muito.”
Nunca esqueça isto, meu filho, porque não é bom que haja pensamentos obscuros e, com isso, não quero dizer só pensamentos que são impuros e maus a seus olhos, mas também os de soberba, de vaidade e miragem.
O pensamento de um Homenzinho se julgando uma divindade.
O impulso de proporcionar sensação, o impulso de querer ser algo que, todavia, você não é.
Todos estes pensamentos, que também são escuros, não podem irradiar de você.
Pensamentos escuros, maus, podem provocar infinitamente muitos desastres.
Pense sempre nisso, vocês todos que precisam atuar sobre si mesmos, conhecer-se a si mesmos, não esqueçam que são justamente estes pensamentos maus têm envolto aquele Um e crucificado aquele Um: a figura grande, o homem simples diante de quem nós nos precisamos curvar em humildade.
Todas aquelas nuvens escuras juntaram-se sobre a cabeça do Filho de Deus.
Mas quando O crucificaram, rasgou-se sobre Gólgota a massa de nuvens pretas e a Luz Santa de Deus apareceu no Céu.
Oh, filho do homem, quando reina escuridão em você, dobre as mãos e pense que nesta escuridão dificilmente poderá encontrar o caminho a Deus.
Dobre as mãos, curve a cabeça, agradeça-Lhe pelos Seus dons, reze, que Ele possa lhe indicar, através das nuvens escuras, o caminho à Luz e que isso poderá irradiar de você, ainda durante a sua vida terrena, de que o mundo precisa tanto.
Também, então, nós o ajudaremos em tudo, nunca se esqueça.
E quando isso ficou claro em você, precisa suplicar a Deus para fazer brilhar para sempre aquela luz em você.
Queira Deus, que estas palavras que vieram do mais fundo da minha alma, possam dar a força para você sempre querer fazer o elevado.
Peça-Lhe para fazer sempre brilhar aquela luz azul, aquela branca e aquela dourada na sua alma, para que também possa iluminar os outros que irão até você e levar-lhes mais perto da Luz Eterna, Santa de Deus.
Meu rapaz querido, quando estiver completamente só e curvar a cabeça humildemente, então se questione, se cada dia deu mais luz do que escuridão.
Mas também fale que pretende subir espiritualmente, diga isso honestamente a você mesmo.
Sinta isso com convição e diga então: “Hoje eu fui melhor do que ontem.”
“Ora a Deus por ajuda e diga, que amanhã quer ser melhor do que hoje.
Não se vanglorie, mas também não se avalia baixo demais.
O Nosso Pai sabe tudo, vê e entende tudo.
E quando então chegar até nós com perguntas espirituais, poderemos subir até os nossos mestres, para podermos receber através deles a verdade e transmitir aos outros.
Médiuns, usem os seus dons por amor a Deus.
Assim, o mundo avançará com a sua ajuda, a sua força e o seu amor, o espiritualismo será mais divulgado e levará a humanidade no caminho à Luz “.