Desmaterialização
Na primeira parte desta obra puderam ler como foram desenvolvidos aos poucos os dons mediúnicos do André, por Alcar, o seu Líder espiritual .
André já almejava, há bastante tempo, em poder fazer sessões escuras.
Porém, precisou ter paciência e, antes, saber mais das ciências ocultas.
Portanto, aguardava com calma até que chegasse o tempo em que o Alcar lhe avisasse.
E quando, após algum tempo, recebeu a permissão para começar as sessões escuras e ver ocorrer fenômenos por força própria, estava muito alegre.
Desde algum tempo sabia que os espíritos podem falar através de um megafone – um tipo de corneta – que reforça as suas vozes, se estiver presente um médium de voz direta e que este grande evento também pode ocorrer até sem este instrumento, se as forças mediúnicas presentes forem fortes o suficiente.
O Alcar lhe participou que nele há forças presentes para a voz direta, materialização e desmaterialização.
Porém, estas precisavam ser desenvolvidas, para que precisaria de muito tempo.
Que revelação foi para ele!
E como era grato que, também desta maneira – e por forças próprias – ser-lhe-ia dado a convencer as pessoas de um prosseguimento no outro lado do sepulcro.
Logo formou uma roda com alguns amigos e o Alcar disse que todos precisavam de ser pacientes e calmos, em total entrega, e aguardar o que acontecesse.
Só depois de sentados mais vezes começaram a se apresentar os primeiros fenômenos.
Estes eram tons de batimento, as quais, às vezes, eram ouvidos em móveis e paredes, mas, geralmente, contra o megafone que estava numa mesinha no meio da sala.
Após os sons de batimento recebiam aportes.
Eram tiradas flores de um vaso e postas no colo dos que estavam sentados.
E num piano fechado, eram tocadas as teclas.
Assim, vários fenômenos se apresentaram; uma noite mais que a outra.
Porém, o André não ouvia nem via, porque assim que era tocada música de gramofone – o que é necessário para obter vozes diretas – imediatamente entrava em transe, para só depois acordar ao terminar a sessão.
Mas também neste sentido estava paciente e já se sentia feliz quando lhe contavam que tiveram uma noite maravilhosa.
Porém, finalmente chegou também para ele o momento em que podia observar o que acontecesse.
Numa noite, quando a “corneta” flutuava novamente no ar, perguntaram ao Alcar se “ele” (seu nome não podia ser pronunciado enquanto estava em transe) pudesse ver.
E o Alcar, como resposta a este pedido, o acordou do transe.
Então viu flutuar a “corneta”, alto acima dele, num canto da sala que foi provida de duas faixas luminosas.
Que sensação foi esta!
De repente deu uma volta grande pela sala, para descer em movimentos circulares ao seu lado, no chão.
Nele passou um tremor frio.
A seguir viu a corneta descer e então, entrou novamente em transe.
Estes fenômenos importantes geralmente manifestavam-se durante as sessões semanais, até que, numa certa noite, aconteceu algo diferente, muito especial.
O Alcar falou aos presentes pelo megafone, o que acontecia mais vezes – também por outras Inteligências – e perguntou-lhes, ligar ou desligar a luz quando lhes dissesse e também, a seguir, agir segundo as suas indicações.
Aquele que ligaria a luz, porém, não podia hesitar com isso porque haveria perigo para o médium.
Deveria agir de imediato quando o Alcar desse as suas ordens.
Num dado momento a luz precisou de ser ligada e então, com a maior surpresa, viram que o André fora arrastado pelas grades da mesinha em que estava o megafone, enquanto a distância entre a sua cadeira e a mesinha era de um metro e meio.
Ali ele estava no chão, pálido como um morto.
Como chegou ali foi um enigma para todos.
De repente soou a segunda ordem do Alcar: “Apague a luz!” e alguns segundos depois: “Acenda a luz!”
Como foi grande o espanto geral quando viram que o André estava dormindo calmamente na sua cadeira, como se nada tivesse acontecido com ele.
Ainda estava em transe.
Quando, depois da sessão, contaram-lhe o que aconteceu com ele, tentou passar por baixo da mesinha, porém não conseguiu, porque o espaço entre as grades e o piso era pouco demais.
Então perguntou ao Alcar o que aconteceu e, como resposta, obteve que foi levitado e parcialmente desmaterializado.
Ninguém viu este processo executar-se, apesar de que ele ter amarrado faixas reluzentes em braços e pernas, que, porém – como Alcar disse – não puderam ser percebidos pelo rápido acontecimento.
Fora das sessões, inesperadamente, com ele aconteceu mais algo estranho, assim como todas as provas fortes são passadas.
Tarde, numa noite, diante da sua casa, estava conversando ainda um pouco com um amigo, quando duas senhoras chegaram e perguntaram se queria ajudar a abrir a porta da casa, porque uma bicicleta, que estava no corredor, caiu e impedia a entrada da casa.
A porta podia ser aberta por alguns centímetros só e não havia ninguém em casa.
Talvez pudesse levantar ou deslocar a bicicleta com um cabo comprido ou de vassoura.
André, logo estava disposto a ajudar as senhoras.
Despediu-se do seu amigo e entrou em casa para pegar algum cabo.
Logo reapareceu, armado de um pedaço de tubo de gás e uma vassoura – com o que quis tentar, pela fresta, levantar a bicicleta -, e foi com as senhoras à casa delas.
Mas de toda a maneira, tentando forçar o cabo ou o tubo pela fresta apertada, a experiência não deu êxito, porque ambos os objetos eram grossos demais.
Finalmente, a porta começou a gemer fatidicamente com que as mulheras ficaram com medo que a porta rachasse.
Com todo aquele barulho vieram os vizinhos ver o que estava acontecendo, então, André perguntou se poderia alcançar o fundo da casa daquelas senhoras, pela casa deles, o que evidenciou não ser possível.
Mesmo assim, precisavam tentar entrar.
De repente – o André propriamente não sabia porque – enfiou a mão esquerda o máximo possível entre a porta e o batente, enquanto segurou a maçaneta com a mão direita.
No mesmo instante – o segurar da porta foi como se fosse um contato – passou uma corrente pelo corpo dele que foi tão forte que ficou com tontura e cansado, ameaçando cair.
Chegou sobre ele um mesmo sentimento como quando saía do corpo, ou levado em transe.
O que aconteceu com ele em seguida não conseguiu mais se lembrar quando acordou, como se tratasse de um sono profundo.
Ele esfregou os seus olhos para poder enxergar melhor, enquanto seguia-se um suspiro depois do outro, olhou à sua volta e percebeu que estava do lado da bicicleta caída no corredor.
Pasmado levantou a bicicleta, a pôs contra a escada, abriu a porta do lado de dentro, cumprimentou mecanicamente as senhoras e mais presentes e correu pela rua acima, deixando todos eles assustados de morte para trás.
Quando chegou fora ficou mais ou menos ciente do que aconteceu com ele.
De repente – foi como se alguém lhe empurasse – começou a correr, enquanto ouviu dizer: “Corre, André, corre; é necessário, meu menino”.
Imediatamente lhe ocorreu que era o Alcar quem quis lhe acalmar.
“Corre, menino”, outra vez soou a sua voz.
Parecia que estava participando de uma corrida de tanto correr pelas ruas.
Sentiu que se quisesse parar não poderia porque fora impelido contra a vontade.
Finalmente, após correr por algumas ruas, entrando e saindo, encontrou-se novamente diante da sua casa e ali foi parado.
Tudo isso era estranho!
Parecia um relógio em que foi dado corda por uma força desconhecida e depois foi parado.
Mesmo assim, entendeu que deveriam ser a força e a vontade de um dos seus ajudantes espirituais que estavam a guiar este processo, embora não visse ninguém: Nem o Alcar, nem outro espírito.
O Alcar não foi de maneira alguma, porque a sua influência ele sabia reconhecer e sentir de todas as outras inteligências.
Depois de tanto correr, sentiu se ficar verdadeiramente faminto e novamente ouviu a voz do Alcar que disse: “coma André, coma até sentir se satisfeito”.
Então foi logo à cozinha para preparar umas fatias de pão, é que não queria atrapalhar o sono da mãe, porque já era mais de onze e meia.
Então, agora já se encontrava numa situação, incompreensível para ele, mais ou menos há uma meia hora.
Pensando em mais nada que comer, com susto constatou que iniciou a sua oitava fatia de pão.
O que aconteceu com ele?
Se corresse tudo bem, pelo menos?
O que fazer se ficasse doente?
Para que tudo isso?
Foram mesmo Alcar e os seus que o usaram para estas coisas estranhas?
Começou a ficar assustado.
Mais uma vez ouviu a voz do Alcar: “André, também não se preocupe com isso.
Você está nas minhas mãos”.
Emocionou-se.
Este era o Alcar dele!
Alcar, o espírito de amor, respondeu os seus pensamentos não pronunciados.
Isso já pôde vivenciar tantas vezes.
O Alcar lhe conhecia, sabia tudo dele e podia alcançá-lo de várias maneiras.
E o mais bonito, em que podia sentir o amor do Alcar mais forte, era a resposta aos pensamentos não pronunciados.
Sempre achava maravilhoso, sempre era uma surpresa nova para ele.
Tocou a campainha.
Talvez viessem buscá-lo para um doente.
Pelo seu grande espanto, estavam diante dele ambas as senhoras que esquecera totalmente, o que para ele era outra prova de que precisava de se concentrar unicamente naquilo que fazia num determinado momento, que ainda era o instrumento dos seus líderes espirituais e não podia segurar os seus próprios adjacentes por força de pensamentos.
“Senhor”, assim começou uma delas, “como nos assustou e amedrontou!
O que aconteceu na verdade?
O senhor não pode se livrar de nós assim.
Queremos saber que milagre aconteceu.
Estamos a lidar com o diabo?”
André riu.
Ele um diabo em pessoa ; só era isso que faltava!
“Ainda se ri disso?” perguntou a outra visitante.
“Gritámos tanto que em todo canto abriram as janelas.
Com certeza achavam que alguém estivesse a ser assassinado.
Então, diga-nos o que tudo isso significa.
Senão, esta noite, não poderemos dormir com calma nem um minuto sequer.
De repente o senhor some diante dos nossos olhos, abre a porta do lado de dentro, nem nos olha e corre a rua acima como se o diabo estivesse nos calcanhares e como se tivesse ficado com medo de nós.”
“Fiquem calmas, senhoras”, respondeu André, assim tentarei esclarecer-lhes que, agora há pouco, deve ter acontecido uma desmaterialização, quer dizer, uma manifestação oculta, que, ao meu ver, só pode acontecer com a ajuda de um médium, por intervenção de espíritos, que então – ainda não sei como – como se fosse decomposto o corpo do médium para depois reconstruí-lo novamente.
Aqui eu era o médium e nenhum Demônio como teimaram.
O que me ocorreu também foi uma surpresa inesperada, porque esses fenômenos não acontecem diariamente.
Deus me deu forças mediúnicas que me são santas e sinto-me como um instrumento na Sua mão; em primeiro lugar, no que diz respeito ao dom de curar por força magnética.”
Direcionando-se a seguir à uma das senhoras, prosseguiu: “Você está com dores nas costas, senhora, o que lhe importuna há tempo e vejo um senhor ao seu lado que diz ser o seu pai”.
Ele descreveu a inteligência que, segundo ele, mostrou uma grande semelhança com ela, nomeou a doença da qual ele passou, mas imediatamente, sentiu que estava a amedrontando.
Ela o olhou como ele mesmo fosse uma aparição espiritual e disse: “Que tenho dores nas costas é verdade, senhor, mas que meu falecido pai estaria do meu lado, não acredito nem um pouco.
O senhor é um homem estranho, porque tudo que nos conta, fica cada vez mais incompreensível”.
Ela estava perto de chorar.
Depois das senhoras irem embora, André ouviu o Alcar dizer que devia ir depressa para a cama e entendeu que era muito necessário, é que era-lhe como se a cabeça estourasse.
E quando estava deitado sentiu, durante uma meia hora, passar uma corrente alfinetando pelo seu corpo.
Depois ficou com muito calor e começou a transpirar terrivelmente, enquanto o seu coração começou a bater muito.
Mas em quinze minutos estava seco novamente, o que achou um fenômeno estranho, porque num caso de doença, não seria assim.
Não entendeu nada.
Então ficou com frio e trêmulo, mas, finalmente, passou sobre ele um sentimento benéfico de calor suave, gostoso.
Este processo demorou duas horas.
Então o seu líder disse: “Agora durma tranquilo, meu menino, porque está muito cansado.
Mas este cansaço desaparece após uma noite bem dormida.
Amanhã informar-lhe-ei de tudo o que aconteceu com você e dar-lhe-ei a explicação desta desmaterialização bem sucedida.”
O André sentiu se afundar cada vez mais, mas antes de pegar no sono, sentiu que foi posto uma mão suave na sua cabeça, a mão do Alcar, de quem a corrente magnética influenciou-lhe tão bem, para que, de manhã, acordasse refrescado e disposto.
Seus primeiros pensamentos então foram para ambas as senhoras e recordou logo o que lhe sucedeu à noite e, naturalmente, contou tudo aos seus pais.
Estes já vivenciaram tantas maravilhas com o seu menino, mas de algo assim nunca ouviram falar ainda.
Durante a manhã, as senhoras retornaram; ficaram algo mais calmas e quiseram ouvir mais sobre “o milagre”.
O André sentiu que nele viram antes um mago do que um médium, mas contou novamente que um fenômeno assim super normal apenas pode ser feito com ajuda espiritual e as aconselhou – se tivessem interesse nestas coisas – de ler muito sobre Espiritismo e Ocultismo.
Assim poderiam entender tudo melhor.
Então sentiu que não devia aprofundar mais, porque não o entendiam nem acreditavam, porque o Espiritismo e a vida após a morte ainda eram um enigma para as suas visitantes e de espíritos não queriam ouvir absolutamente nada.
Estes pensamentos ele tomou delas e o Alcar fez lhe sentir para que as sondasse.
Mas nestas pobres crianças humanas não havia a menor profundeza.
Dormiam o seu sono profundo e demoraria muito até que acordassem espiritualmente e interessassem-se pelo o que aconteceria com elas após a sua existência terrena.
Tinham medo da morte e não poderiam aceitar que os “mortos” vivessem.
Mas medo da morte é medo da vida, é que “morto é morto” é uma grande mentira.
Os ditos mortos vivem e prosseguirão pela toda a Eternidade.
Como são ricos, ele e todos os que têm esta convicção.
Como é feliz aquele que, como ferramenta na mão de Deus, pode ajudar os “mortos” a ajudar os homens na Terra, psíquica- e fisicamente.
“Mortos” ajudam e curam homens materiais.
“Mortos” fizeram-no atravessar a porta de madeira maciça.
O último só eles são capazes; em homens de carne e sangue algo assim não é possível, apesar de serem tão letrados perante o mundo.
“Mortos” pintam através dele, falam com ele e fazem-no fazer milagres.
Pobres, pobres filhos humanos!
Quando acordarão finalmente?
Você, que passou por esse milagre, pense nisso.
Para você foi uma lição que Deus lhe deu para poder despertar.
Agora não precisa ser mais nenhum São Tomé incrédulo, porque recebeu a sua prova.
“Acordem, vocês que dormem, e levantem-se da morte”, clama-lhes o nosso Mestre, é que, por dormir espiritualmente, tantas inúmeras vidas humanas se perdem, vivem tantas vidas sem razão.
Então, acordem e pensem na sua felicidade eterna, o seu bem eterno.
A morte física é a transição ao mundo espiritual, o nascer nas Esferas do Além.
Abram os seus olhos e vejam.
O seu tempo é valioso, é que logo virá o seu fim para esta Terra e então vocês se cegam,cegam espiritualmente na Eternidade, na vida eterna.
Quando à tarde estava refletindo com calma, novamente foi alegrado pela voz carinhosa do Alcar.
“Escute, meu menino”, disse, “as nossas sessões escuras tinham como objetivo, proporcionar a desmaterialização e devem ser consideradas como pré-pesquisa.
Alguns dos meus amigos, entre os quais a inteligência que se denomina “Fysica”, estiveram envolvidos nisso.
O espírito “Fysica”, que na Terra estudou as ciências matemática e física e se graduou – com distinção – em doutor de Química, prossegue as suas pesquisas nas esferas.
Há mais de trinta anos ele é um dos nossos e tomou a direção do fenômeno que aconteceu ontem à noite e mereceu toda a atenção, porque ele pode se colocar em ligação com o cosmo, de que tirou as forças que precisavam para este evento.
Agora explicar-lhe-ei o principal do que aconteceu com o seu corpo.
Quando não conseguiu abrir a porta mais do que uma fresta, o levamos a uma situação de meio-transe.
Este foi o momento em que, inconscientemente, passou a sua mão esquerda pela porta e com a direita segurou a maçaneta.
Isso formou o nosso contato pelo que completou-se a ligação.
Nas sessões escuras teríamos executado tudo diferente.
Estas só podem acontecer com uma suave luz vermelho-escuro, senão dissolveria/desvaneceria o ectoplasma que deve nos ligar ao médium.
Agora precisamos contar com várias forças adversárias.
“Fysica” porém, fez seus cálculos antes, para que não se apresentassem perturbações permanentes no seu corpo.
Depois da desmaterialização, constatamos que a sua circulação de sangue estava irregular e – por nossa vontade forte e nosso poder de concentração – o fizemos correr algumas ruas às voltas.
Durante as nossas viagens à terra de Verão e outras Esferas, você experimentou como estas forças são fortes, é que, então, apenas podia fazer o que desejávamos de você.
Depois de tanto correr, sentiu surgir uma fome fora de normal.
Isto foi uma prova de que passamos além do seu uso normal das suas forças.
Você estava exausto, porém não afetou as suas forças gerais, mas só a sua consciência que estava atuando.
Inconscientemente, o Homem carrega dentro de si uma força muito grande que só em situações fora do normal se manifestam.
Por exemplo, suponha alguém que dirige um carro numa estrada de trânsito intenso.
De repente vem outro carro para ele, mas manobrando à esquerda ou à direita consegue evitar uma colisão.
Após este esforço, sente-se exausto, é que num curto momento, usou mais força e energia do que usaria noutras circunstâncias, num dia inteiro.
Meu filho, sente o que quero dizer?
Está claro que tirou as energias de um reservatório que nós chamamos do seu poder inconsciente?
Usamos mais força do que contem na sua situação normal, a isso o seu corpo físico reagiu fortemente.
Por esta razão este grande cansaço.
Mas, por comer bem e tomar o descanso necessário, logo recuperou a energia usada.
Então, chegou o momento em que nós – enquanto você estava de cama – pudemos acalmar seu sistema nervoso com raios cósmicos, o que foi muito necessário, por que toda a perturbação teria efeitos danosos para o seu corpo, principalmente para o seu coração que, como sentiu, bateu fortemente.
Também a pressão sanguínea precisou ficar normal com o tratamento, porque ora estava alta ou baixa demais.
Como deve se lembrar, primeiro ficou com muito calor e depois com frio para, finalmente, chegar à situação normal.
O secar súbito, depois de transpirar fortemente, foi o efeito do tratamento com raios cósmicos, com o qual nutrimos o seu corpo.
Até agora, na Terra, não souberam fazer uso destas forças tão úteis.
Porém, o tempo chegará que a ciência dirigir-se-á à natureza para dela retirar todas estas forças curadoras.
Ainda há tantas forças escondidas no cosmo que, como já lhe contei antes, serão dadas aos homens quando a ciência, uma vez, quererá se dirigir ao reino eterno dos espíritos.
A consciência cósmica precisa despertar, mas para poder abrir o reservatório cósmico, antes precisam-se poder sentir e entender.
Só então serão capazes de poder nutrir o corpo doente de raios cósmicos que são forças abençoadas.
Só então, quando os sábios terrenos se dobram humildemente, inteligências de regiões superiores, os inspirarão e realizarão a ligação.
Só então, câncer e tuberculose deixarão de existir, é que só a natureza pode ajudá-los a rebater estas doenças temidas.
A desmaterialização resultou a contento, porque suprimos o processo de gravidade pela redução desta força.
O seu corpo foi desmaterializado para, num relance, ser reconstruído.
Este desvanecer do seu corpo físico e a sua reconstrução em si já é uma ciência completa.
Assim existem várias fases neste evento que precisam estar desenvolvidos cosmicamente, para poder sentir em todas as suas formas de existência.
Só quando será um dos nossos, isso se ficará claro, porque, então o seu sentimento se desenvolverá e será sintonizado em tudo isso.
Nas Esferas toda a teoria se torna: vida.
“Fysica”, que na Terra foi um sábio e um trabalhador quieto e aplicado, precisou reconhecer depois da sua passagem que a sua sabedoria ainda era apenas de pouca significância, como no espírito, toda sabedoria terrena é.
Ciência terrena só é sabedoria quando ela é desenvolvida no espírito.
“Fysica” prossegue os seus estudos ao nosso lado, tanto no espírito como na matéria.
Os nossos sábios vêm à Terra para levar os seus habitantes em ligação às leis espirituais e, se pudessem ver espiritualmente, ficariam espantados que o espírito – o homem das Esferas – prossegue as suas pesquisas na matéria, para levá-los a um caminho mais elevado, o caminho à perfeição, o caminho a Deus.
Por isso o Homem precisa aprender a sentir e entender o que é a vida dos espíritos; o espírito então, o fará viver, como toda vida deve ser vivida, porque toda a vida é de Deus.
A vida é aquele conhecimento que é e será sempre inesgotável.
Saiba, meu menino, que toda sabedoria é vida e significa Amor, em todas as suas formas.
E toda vida precisa ser vivenciada em harmonia, é que no espírito, desarmonias são impossíveis, é que Deus é Amor e a Sua Criação perfeita.
Depois de alimentar o seu corpo com raios cósmicos, você sentiu que as minhas mãos o magnetizaram.
Meu fluído de vida foi necessário para proporcionar-lhe um sono tranquilo.
Certamente você entende que – durante a desmaterialização – o seu espírito deixou o corpo a que, como já pôde ver antes, ficou ligado com o cordão de prata ou fluídico.
Durante a sua primeira saída de corpo, também foi o caso, como se há-de lembrar.”
O André, novamente, estava muito grato ao seu líder por tudo o que fez por ele, mas lamentou muito que estes acontecimentos importantes aconteceram em vão.
O que não precisaram fazer Alcar, “Fysica” e ainda mais espíritos para dar um bom êxito a este fenômeno.
Como precisou ser usado muita energia!
“Não se preocupe, meu filho”, ouviu dizer o seu querido amigo espiritual, isso não é bom.
Porém não foi nosso o desejo de fazer manifestações físicas; mas o desejo de ser muito, lhe ofuscou.
Por isso quisemos lhe mostrar o que significa mediunidade física.
Pode levar felicidade ao Homem?
Força física é posse eterna?
Pode o Homem ser bonito e irradiar devido a esta força?
Ele está ligado a Deus por ela?
Significa vida?
Se pode salvar com ela a humanidade da perdição?
Não, mil vezes não.
São forças psíquicas que são posse eterna e significam felicidade eterna, enquanto as físicas têm apenas uma existência temporária.
Tudo isso, logo será claro e farão entender que o acontecimento de ontem à noite não aconteceu em vão.
Você sabe que em você estão adormecidas forças físicas e psíquicas.
Agora, quais são as essenciais que devem ser desenvolvidas primeiro?
Quais os maiores, os mais santos dons de Deus que se possa receber?
Quais são utéis para ajudar melhor os homens?
Quais tornam-se – numa forma de existência mais elevada – a sua posse eterna?
Forças físicas também são um dom de Deus; seguramente, mas estas precisam servir para convencer os que não se pode convencer pelas psíquicas, para acordá-los.
E quando estes então, estarão acordados, nós chegamos para apoiar-lhes espiritualmente, para desenvolver o seu sentimento e a ensiná-los como precisam dar amor.
Fique convencido que sabemos porquê e para quê viemos ter com você.
Permiti lhe fazer sessões escuras.
Mais uma vez: não para nós, mas para você.
Para aumentar o seu poder?
Não, para destruir para sempre, o seu desejo.
Você, meu menino, tem uma outra tarefa mais bonita.
Com você temos outros objetivos do que deixar ser-se um brinquedo para os que disso precisam.
É uma tarefa muito, muito sagrada que colocaram nos seus ombros.
Por isso você precisa ser humilde e quieto e dentro de você deixar agir o Espírito Santo.
A sua tarefa é aquela do espírito.
Por isso queremos lhe esclarecer o que é o mais bonito e o mais santo nos seus dons.
Deveras, mediunidade física não pode faltar na Terra, mas já se encontram médiuns suficientes que possuem essas forças.
Há milhares; encontram-se em cada cidade, em cada vila.
Se quisermos, podemos desenvolvê-los de maneiras diferentes.
Mas adiantaria alguma coisa com isto?
Já há sensação suficiente na Terra.
Acha que isso nos daria apoio?
Os primeiros toques de batida, estes simples fenômenos, eram ainda profundos demais para ser entendido pela ciência.
Mesmo assim, esses toques de batida sempre ficarão o maior acontecimento na historia da Humanidade.
Esses simples toques eram – como vozes diretas – audíveis, facilmente, para todos que quisessem ouvir.
E milhares escutaram e foram convencidos de um prosseguimento após a morte física.
Mas, quanto maiores se tornam as provas que a Humanidade recebe do nosso lado, menos acreditam, porque estes fenômenos físicos não são mais humanos e, por isso, incompreensíveis.
Desta maneira, na Terra, tudo se torna sensação, por que tudo é terreno.
Então, médiuns físicos se encontram amplamente, mas médiuns psíquicas apenas um em muitos milhares.
Nós, do nosso lado, procuramos sempre por esses instrumento, que estão prontos a nos servir, para ajudar, espiritualmente, a Humanidade, porque só então a Terra e os seus habitantes poder-se-ão tornar felizes, quando os últimos subirão espiritualmente, o que só é possível por força psíquica.
Por isso queremos desenvolver os seus dons para todo o espiritual, fazer crescer o seu amor, ligar o seu sentimento com tudo o que vive.
Pela experiência de ontem à noite, ficou claro que nós não podemos ajudar os homens se não quiserem ser ajudados e que, - apesar das maiores maravilhas -, continuam incrédulos.
Quis protegé-lo por esta mediunidade que, por mais bonita e útil também, não significa luz eterna.
O seu caminho é totalmente outro.
Você visitará as Esferas comigo e ali contemplará o que só pode ser contemplado espiritualmente.
Desenvolvê-lo-ei em espírito, o que, - aqui em cima - será a sua felicidade, o seu amor e a sua luz eterna, quando Deus lhe pedir sabedoria, força e amor.”
Segundo o desejo do Alcar, o André mandou alguns espíritas eminentes às duas senhoras, para saberem delas que milagre aconteceu, para que pudesse ser anunciado em uma ou outra revista.
Talvez pudesse acordar mais pessoas.
Mas, as próprias senhoras adormeceram.
A saber, elas mesmas falaram com o pastor protestante e este falou que não podiam-se envolver com diabruras dessas.
Era tudo obra de satã.
Então, André perguntou ao Alcar o que fazer daqui em diante.
E este respondeu: “Nada, nada, nada, meu menino.
Você vê que não há como convencer os homens, quando o tempo deles ainda não chegou.
Do nosso lado há milhares de pastores protestantes que gostariam muito de anunciar que aqui tudo é vida, o que antes não entenderam e que o Espiritualismo não é do diabo, porém de Deus.
Então, nosso trabalho será: ajudar aqueles filhos de homens que querem ser ajudado.
Estes receberão alimento pela sua alma, o seu corpo eterno.”
Mais tarde, André entrou em contato com a esposa do espírito “Fysica”, que ainda vivia na Terra e ele estava feliz que podia lhe provar que ela sempre estava em ligação com o seu marido que lhe aguardaria nas Esferas quando a sua vida terrena chegasse ao fim.