Como o Alcar vigiou uma vida jovem

Numa manhã o André foi acordado bem cedo pelo Alcar, para participá-lo que precisava tratar a Doortje, a filha, de um ano e meio, do seu amigo Jacques, ao meio dia.
“Que estranho”, pensou.
“O que será que esta criança tem?
Ontem à noite ainda estava brincando alegremente na sua cadeirinha.”
Não entendeu nada, mas naturalmente cuidou de chegar na hora indicada a seus amigos.
Nel, a esposa de Jacques, abriu e disse que o seu marido ainda não estava em casa, mas que logo viesse.
“Vim cuidar da Doortje”, respondeu o André.
“Doortje?” perguntou a Nel admirada.
Ela tem alguma coisa?”
“Ainda não sei, Nel.
Mas o meu líder me mandou esta manhã para ajudá-la.”
“Ah é”, disse Nel.
“Sim, ela esta um pouco pálida, ultimamente, e às vezes ela parece amuada.
Crianças, antes de você desconfiar podem apanhar alguma coisa.”
Falando, a Nel tirou a Doortje da sua cadeira para entregá-la ao André.
A pequena, porém, não quis saber disso e tentou afastá-lo com as suas mãozinhas, como se já estivesse sentindo o que iria acontecer.
Porém, ele contou com a sua oposição e trouxe alguns doces, pelo que conseguiu mover a pequena a entregar-se dócilmente.
Nel a colocou, com os seus doces, na sua cadeirinha e quando o André quis se aproveitar do momento favorável a magnetizá-la, ouviu o Alcar dizer que precisava tratar, principalmente, o lado direito da sua cabecinha.
O seu líder o ajudaria.
Assaltou-lhe um medo repentino.
Será que ouviu bem?
O Alcar o ajudaria?
Isto só acontecia em casos graves.
Então, era tão grave assim a situação da Doortje?
O que é que ela tinha.
Até agora, ainda não sabia.
Pôs ambas as mãos na sua cabecinha, apesar de ela resistir de todas as maneiras.
Quando este medo surgiu nele, se propôs a se concentrar - como nunca antes -, porque sentiu, por intuição, que a doença da Doortje era de natureza mais séria do que podia suspeitar.
Magnetizando entrou em transe, mas naquela situação podia perceber nada mais do que uma névoa cinza escura ao lado direito da cabecinha.
Do Alcar soube que viu bem e de que, após uns quinze minutos, deveria tratar novamente.
Então entendeu que deveria estar gravemente doente.
“É mesmo, Alcar?” perguntou com medo, em pensamentos, para que a Nel não ouvisse.
Sim, meu menino, mas tudo dará certo.
Precisa ajudar a pequena mais uma vez.”
Nel perguntou o que ele achou, mas, André, que não sabia ainda, respondeu que nela descobriu um resfriado.
Por isso queria tratá-la mais uma vez.
Nel ficou satisfeita com esta resposta, porque não sabia que magnetizar, duas vezes de seguida, indica um caso sério.
O que significava tudo isso?
Esta névoa cinza era a doença?
Porque dois tratamentos tão rápidos, um atrás do outro?
Felizmente, o Alcar não lhe deixou esperar muito na sua agitação.
“Ajuda menino”, foi lhe cochichado, “depois tudo ficará claro.”
Pela segunda vez, tratou a pequena, mais intensa do que da primeira e rezou intensamente a Deus que pudesse ser entregue ao Alcar a força para salvar esta vida jovem.
Durante todo o tratamento rezou por isso e também tentou tomar a doença em seu próprio corpo, o que sempre conseguia.
Aos poucos então aspirou todos os lugares dolorosos para si e quando terminou ele pôde constatar o diagnóstico clarividente.
A única coisa que constatou era uma rigidez no lado direito da sua cabeça e tremores nas suas costas.
Após o tratamento foi para casa e a caminho se encontrou com o Jacques que ele participou de tudo o que aconteceu durante a sua ausência.
Jacques estava muito estupefato, porque também ele, antes de ir ao seu trabalho, não percebeu nada de anormal na sua filhinha.
“Talvez o Alcar tenha descoberto algo, ontem à noite, quando estivemos com vocês.
Em todo caso, o tratamento não lhe fará mal.”
Disto o seu amigo estava convencido, porque ele, depois de ser diagnosticado pelo médico de uma doença incurável, sarou completamente com ajuda do Alcar e o André em pouco tempo.
Então, estava intensamente grato pelo Alcar pela sua intervenção e muito comovido por esta prova de amor a ele e aos seus.
À tarde,o André recebeu, do seu líder, a notícia de que Jacques o viesse buscar, mais ou menos, às nove horas e exatamente, às nove o seu amigo tocou à campaínha.
“Vem comigo rápido, André”, ele disse.
Doortje está com aspecto horrível.
No lado direito da sua cabecinha há um tumor grande, um dos seus olhinhos está totalmente fechado e no meio da sua cabecinha tem um risco azul que chega até o tumor.
O que poderá ser isso, André?”
Como num relance chegaram nele as palavras: “Diga-lhe que é uma friagem que agora se expôs.”
Ele passou este recado ao seu amigo que, com isso, se tranquilizou um pouco.
No caminho teve contato de novo com o Alcar que lhe disse: “Nada de medo, André, todo o perigo já passou.
Pudemos salvar a Doortje de uma doença infantil perigosa.
Porém, enquanto não lhe der permissão, não poderá falar nada aos pais, porque ainda não podem saber da verdade.
Basta acalmá-los.”
Logo chegaram à pequena doente.
Realmente o seu aspecto era horrível.
Não admira que os seus amigos se preocupasse tanto.
O André os acalmou e disse, que deviam estar felizes que a friagem se expôs.
Doortje estava no colo da mãe, olhando quieto ao redor e o André tentou, com cuidado, tomar a cabecinha nas suas mãos.
Mas não dava para fazer alguma coisa com ela.
Por isso desistiu e aguardou pelas instruções do Alcar.
O rostinho estava horrivelmente inchado e o risco azul ameaçador.
Então ouviu – graças à Deus – cochichar a voz conhecida, tão carinhosa : “Ajude-a, também agora, duas vezes, mesmo gritando muito alto.”
Nestas palavras estava escondida uma verdade terrível.
Mesmo assim, se conteve para, com a ajuda de Jacques e Nel, poder magnetizar tranquilamente.
Depois do segundo tratamento, precisou se concentrar.
Então, ele se abriu e o Alcar passou as suas instruções através da inspiração.
Doortje foi acariciada e levada para a sua caminha, depois o André combinou com os seus amigos que precisavam chamá-lo se dele precisassem.
“Há perigo então?” perguntou a Nel.
“Não”, respondeu André, felizmente não há perigo.”
Que bom que este resfriado se soltara.”
Chegando em casa, pensou muito sobre o caso.
Após dois tratamentos pareceu que chegou uma grande melhora na situação.
Mas porquê, se todo perigo passou, não pôde contar a verdade ao Jacques e Nel?
Continuava a não saber o que perturbava a pequena.
O Alcar, apenas lhe contou que houve a existência de perigo de vida, mas que puderam salvar a Doortje.
Interiormente, não sentia-se calmo; o desenrolar lhe agradava só em parte.
Finalmente dormiu para, de manhã, acordar com um sentimento insatisfeito.
Os seus primeiros pensamentos então foram para a criança tão doente.
A noite passou e ninguém o chamou.
Era estranho.
Infligiu-o de medo.
Será que desta vez não ouviu bem e, por isso, agiu erradamente?
Isso não era possível?
Nunca duvidava das palavras do Alcar.
Porque então agora?
Ele poderia ter ido dormir?
O que poderia ter acontecido durante a noite?
Como poderia se responsabilizar?
Prestou cuidados suficientes ao maior tesouro dos seus amigos?
Eles devem ter dormido também, porque não sabiam nada do perigo.
Como pôde se esquecer tanto e manter a sua criança fora das mãos do médico!
Foi irresponsável e deveria mudar muito se quisesse ser um instrumento carinhoso para Inteligências superiores.
O que poderia fazer agora?
Ir para Jacques e Nel?
Mas ainda era tão cedo.
Eles não entenderiam que o seu amor estava seriamente doente?
Não, não podia.
Veio sobre ele uma grande tristeza.
Oh, como poderia consertar tudo?
Pediu a Deus por perdão e rezou: “Pai, quero tanto serví-Lo como um instrumento puro.
Então, deixe isso ser uma lição para mim Pai, uma lição de vida.”
Já imaginava os seus amigos arrastados pela tristeza.
Pela sua culpa perderam o mais querido que possuíam na Terra.
Estariam quebrados pelo resto da sua vida.
E quem estaria com maior tristeza?
Naturalmente o Alcar.
Por descuido imperdoável o eliminou totalmente.
Quem agora acreditaria ainda no seu Alcar, se o instrumento dele não prestava mais?
Oh, como estava com medo.
E onde agora estava o seu líder?
Ele não sentia o seu sofrimento?
Sempre lhe consolava quando estava triste ou preocupado.
Porque agora não?
A sua cabeça quase estourava e estava sonolento de pensar.
Se, pelo menos, não tivesse perdido o Alcar, não teria destruído o seu trabalho!
Se pelo menos visse alguma coisa!
Talvez já tenha desperdiçado o seu dom.
Como estaria pobre então.
Mais que a pessoa mais pobre que não tem mais comida, é que, o que significa falta de dinheiro e bens em comparação à pobreza espiritual?
O Alcar ensinou-lhe tanto que riqueza terrena não significa posse espiritual eterna.
O que é ouro terreno, em comparação à posse espiritual?
O que significa todos os bens terrenos em comparação aos seus dons?
Afinal nada.
Preferia passar fome que lhe faltar o seu ouro espiritual,o seu cristal eterno, em que as Esferas cintilam com todo o seu brilho, e toda a sua beleza.
E agora, talvez a obra do Alcar, a sua tarefa de curar os habitantes da Terra e convencer de um prosseguimento eterno – uma forma mais elevada – ele tenha destruido.
Esta noite ele devia ter ficado com a Doortje e vigiar, meticulosamente, esta vida jovem.
E agora desfiou todos os laços de amor que o ligavam ao Alcar, e fazendo assim, perdeu a sua confiança.
Deus lhe entregara a graça de trabalhar para o espiritualismo e – pelos seus dons – ajudar e consolar os próximos do seu sofrimento.
Aqueles que precisavam entregar os seus entes queridos, podia apoiar ao mostrar-lhes que a “morte” significa no entanto vida.
Ele podia curar doentes, visitar as Esferas como homem terreno.
E estava ele convencido do maior de tudo isso?
Era lhe suficientemente sagrado?
Entendia bem que, o Alcar que já deixou a Terra há séculos e sabia infinitamente mais do que ele, nunca podia dar amor suficiente?
Deus pôs nas suas mãos todo esta santidade e se não sentisse o valor suficientemente desta dádiva de Deus, mais tarde seria muito infeliz.
Milhares de inteligências que deixaram os seus entes queridos para trás e os protegem, enquanto prosseguem a vida atrás do véu, agora o olham de cima.
Estará ele completamente consciente de que terá que viver a sua vida eterna já no presente?
Que precisa se afastar de tudo que pertence à Terra?
Se tivesse feito o seu dever, os seus amigos o amariam ainda mais que agora.
A ciência ele pudesse ter convencido ainda mais que médiuns elevados, amorosos, são capazes por clarividência, força magnética e outros dons, de ficar a seu lado.
Como já pôde fazer muito trabalho útil.
Ele pôde ajudar médicos e constatar diagnósticos em alguns minutos, para o que, eles propriamente não seriam capazes - sem a ajuda dos colegas espirituais - é que, com a ajuda do Alcar podia ver dentro do corpo humano.
Tudo seria diferente se tivesse escutado corretamente.
Os homens não se entregam tão rápido às mãos de um magnetizador.
Será que as mães ainda lhe confiariam os seus filhos?
Será que não gostariam, mil vezes mais, deixá-los passar nas mãos dos médicos em vez de deixar, passivamente, que ele os privasse de toda a ajuda médica?
Não seria muito melhor para elas saber que fizeram todo o possível em vez de lhe entregar a sua confiança mal colocada?
Ele tinha consciência plena de como foi grande a sua omissão.
Não havia como argumentar.
Ali estavam penduradas as suas peças recebidas mediunicamente que Alcar pintou por usá-lo como instrumento.
Ousava ele olhá-las ainda, enquanto o recompensava com ingratidão?
No espírito, as coisas não são feitas a meio.
Tudo ou nada; isso aprendeu durante os anos.
Ou ele aspirava ser um médium bem desenvolvido, ou perderia a sua mediunidade, porque isso é um dom de Deus e o Supremo não deixa zombar com Ele.
Como se tornou silencioso à sua volta!
Parecia o mesmo silêncio, a mesma calma que reinava na terra de Verão, quando entrou outrora com o seu líder espiritual.
Ficou mais quieto ainda, tão quieto que podia ouvir a vida respirar.
Isso lhe fez bem.
Deixou-o mais calmo e os seus nervos se relaxaram.
O seu sentimento de medo sumiu e a cabeça ficou menos pesada.
Atravessou nele um sentimento agradável.
Como foi possível!
Por cima da cabeça dele julgou ouvir um som.
Como se falassem cochichando.
Soou-lhe melodiosamente nos ouvidos.
Parecia música que vinha até ele, propulsado pelo vento; música celestial que lhe deixou feliz.
Não se lembrava mais da sua situação de medo.
Onde ficara aquele sentimento miserável?
Mais intensamente sentiu a felicidade entrar.
O que estava acontecendo com ele?
As paredes do seu quarto sumiram diante dos seus olhos para dar lugar a uma paisagem extensa de montanhas, repleto de sol.
Viu árvores de coroas de folhagens coloridas escuras e claras.
Perto, diante dele, havia um grande lago em que flutuavam muitos pássaros como nunca vira antes: e em volta do lago florescia e cheirava uma abundância de flores em variações de cores tão radiantes, em beleza tão imponente, que na Terra não há como contemplar, enquanto passava uma vereda, ao lado daquele jardim celestial de flores que serpenteava pela paisagem toda de montanhas e visível até o horizonte.
Ali sumiu do seu olhar.
Ele olhou ao redor procurando, mas não conseguiu descobrir nenhum ser humano.
Que pena que aqui não viviam homens, porque, como seriam felizes no meio de toda aquela beleza, neste jardim de vida divina como antes o Alcar já lhe mostrara um.
Que riqueza de harmonia, tranquilidade e paz havia se estendido sobre esta paisagem iluminada de luz dourada!
No final do caminho tortuoso viu algo se mover.
Não era muito mais do que um ponto, mesmo assim, podia ver que estava se movendo.
Aos pouco vinha mais perto.
Revelou-se ser um vulto vestido de branco.
Seria então uma pessoa?
Como para esta pessoa deveria ser uma bem-aventurança indizível, poder viver neste paraíso.
O vulto vinha cada vez mais perto.
Agora parou e respeitosamente tomou algumas flores nas mãos.
Por algum tempo o vulto solitário ficou ali e fez, exatamente o mesmo que, uma vez, viu o Alcar fazer.
Então ele amava as flores e a vida que há em tudo.
Será que também ele, assim como Alcar, poderia sentir a vida em tudo?
Era uma aparição alta e esbelta.
Assim, visto de longe, era da mesma altura do seu líder e as suas ações tinham grande semelhança com as do Alcar.
Que pena, agora sumiu atrás dos arbustos.
Será que voltaria ainda?
A vida jovem se mantinha escondida para os seus olhos.
Felizmente, ali viu novamente; através dos arbustos pôde descobrir uma sombra dele.
Que tranquilidade transmitiam os seus movimentos.
Agora estava claramente visível, mas o seu rosto não conseguia distinguir bem; para isso, estava longe demais.
Agora se aproximava devagar.
Em todo o seu ser havia harmonia e achou descobrir um sorriso no seu rosto bonito.
Seria um homem ou uma mulher?
As mechas de cabelo da aparição caíam nos ombros, mas todos os seus movimentos indicavam beleza masculina.
Sim, devia ser um homem.
Agora podia distinguir melhor a sua veste branca; quando iluminada pelo sol, radiava em inúmeros nuances.
Uma vez foi visível numa nuvem rosa-suave, depois numa azul-clara ou uma vermelho-vinho que se desenhava contra um fundo verde-claro.
Era como se todas as cores celestiais das flores, entre as quais se encontrava, reflectissem-se nesta veste branca.
Agora o desconhecido ficou parado novamente para, pela segunda vez, recolher flores nas suas mãos.
Ele se curvou fundo sobre elas, enquanto as circundou com ambas as mãos para afagá-las desta maneira.
Será que agora também reza, assim como Alcar, através das flores, rezou a Deus?
Através da vida que Ele colocou em tudo?
Será que este lindo desconhecido também sabe?
A sua sintonização também será como a do seu líder?
Ele tentou ver se conseguia se ligar a ele e se concentrou firmemente.
Mas não conseguiu penetrá-lo.
Quando os seus pensamentos chegaram até ele, sentiu que algo lhe impedia, o segurava e, apesar de todo o seu esforço, não conseguiu aquilo que na Terra lhe era tão fácil.
Como agora lhe custava grande força e esforço!
Esta pessoa não podia ser sondada?
Sentiu claramente que o seu poder de concentração diminuía quando chegava mais perto dele.
Havia algo em volta desse desconhecido, pelo que não podia penetrar.
Talvez a sua radiação fosse mais forte e mais bonita que a sua?
Não podia ser ligada a sua luz à dele?
Esbarrava contra a sua?
Que o desconhecido estava acima dele, podia sentir em tudo.
Ele não queria que o alcançasse?
Ele não era dado a ser influenciado?
Possuía ele aquela força auto-consciente?
O André entendeu.
Ele o repelia, como as ondas do oceano são repelidas contra as rochas.
Este homem poderia afrontar furacões e mover montanhas.
Ninguém poderia tirá-lo do seu pé, somente Deus.
E Deus o deixava na sua paz e felicidade, porque amava a vida com um amor que estava em harmonia com o Amor santo de Deus.
Então, ele vivia de acordo com o Infinito e deveria poder fazer milagres, somente pelo seu amor.
Também isso o André entendeu; o Alcar lhe ensinou.
E quando ele cuidasse em ser um bom instrumento, então, um dia, poderia ter esta força.
Sentiu que agora não podia ir além e não mais gastar suas forças sem razão.
Serviria para quê?
Podia ele levar uma influência perturbadora à tranquilidade do espírito?
Isso era amor?
Podia ele perturbar esta tranquilidade sagrada que não era terrena?
Não seria melhor aguardar com paciência aquilo que acontecesse?
Lamentou já ter ido longe demais; ele precisava aprender a reprimir a sua curiosidade, porque, na verdade, curiosidade é nada mais que amor próprio.
Que expressão pacífica havia no rosto nobre do desconhecido solitário.
Parecia que era o próprio Anjo da Paz.
Devagar, agora, passo por passo, retirou-se do lugar em que ficou algum tempo e continuou caminhando calmamente.
O seu rosto se manteve para o lado esquerdo como se tivesse percebendo algo ali que despertava a sua atenção.
Mas... de repente se virou e sumiu.
O André se deu conta que isso tinha a ver com ele.
Podia ele espiá-lo assim, enquanto rezava?
Precisou reconhecer a si mesmo que com ele ainda estava triste e que ainda era um habitante grosso da Terra que de longe não estava sintonizado ao espiritual, porque chegava em colisão com o que podia contemplar aqui.
Todos os seus atos deveriam ter sido observados com grande amor; então, a sua sintonia teria sido repleta e o seu espírito em harmonia com o Eterno.
Mas o habitante material-grosso da Terra não sente tão sutil, tão espiritual, tão puro.
Não seria melhor se retirar em vez de ver na beleza da Esfera que fazia bater o seu coração de emoção?
Era ele digno de poder contemplar tudo isso?
Ainda a paisagem estava estendida diante dele, em toda a sua tranquilidade e beleza.
Quem poderia ser aquele feliz que ali vagueava tão prazeroso?
Nele vivia o espírito de Deus, o espírito do Pai.
Lá viu ele de novo.
Era estranho.
Quando pensava nele em amor, logo se apresentava de novo.
Poderia captar os seus pensamentos?
Só Alcar podia; somente o Alcar.
Devagar se aproximou.
Se agora continuava a seguir o caminho tomado, então, logo poderia vê-lo mais nitidamente.
Porém, ele reprimiu o seu desejo forte, porque seria muito triste se, por sua culpa, pelos seus pensamentos perturbadores, em desarmonia se retirasse novamente.
Quanto demorará ainda até o Homem saber e poder se nomear espiritual e quantos milhares de anos precisariam passar ainda, antes que reinem situações melhores na Terra e o amor entre os homens seja espiritual, puro e limpo!
Ao lindo desconhecido, só em amor ele poderia ser ligado.
Isso ele percebeu.
Ali ficou parado pela terceira vez entre as flores – um mar de flores – e estendeu-lhes os braços.
A seguir abraçou uma flor grande azul nas suas mãos lindamente formadas e dobrou, humildemente, a cabeça, iluminada por um brilho sobrenatural.
Foi um momento solene, santo, em que começou a falar.
Os tons vieram até ele, justo assim como, agora há pouco, ouviu aquela música e aquela voz – tão suave como aquela música – soou-lhe tão melodiosamente nos ouvidos.
Foi uma oração que mandou ao Criador:
 
 
“Você, minha flor, oh, você que carrega a vida que Deus colocou em você e em mim, por você mando meu amor até Ele.
Por me ligar a você, me ligo a Deus, porque Ele deu a ambos a vida; colocou em nós uma vida eterna.
Pela sua cor linda ficarei em harmonia ao Eterno, pelo seu cheiro doce me fortificarei.
A sua cor, que é dos espíritos, cresce nos campos da vida eterna.
Quem aspirar o seu cheiro sentir-se-á fortificado, porque o hálito do Pai vive em você; em mim.
Porque o nosso Pai é a Vida, deu nos a vida.
Doces serão os seus cheiros que fortificarão as forças da alma das pessoas.
Por isso ele sentirá a vida como foi nos dada, porque Deus só dá uma vida, que para ele significará: tranquilidade abençoada, paz eterna, amor sagrado.
Por isso me misturo com você para me aproximar ao Criador em amor e humildade.
Misturo a minha luz à sua, porque juntos sentiremos a Luz de Deus, Sua Luz eterna e santa.
Nosso amor, que é uno, que é eterno, que é a vida, nós guardaremos, porque Deus nos deu amor eterno, vida eterna.
Deus lhe deu a vida, o seu brilho azul e o seu cheiro.
Deus me deu o Intelecto pensador e colocou em mim sabedoria e força.
Porém, ele nos deu uma vida e um só amor.
Por isso Deus nos fez uno.
Pela vida e em amor estaremos eternamente ligados.
Assim vivemos em amor a Deus; em tranquilidade, em paz, em felicidade e em harmonia por Deus, porque carregamos em nós uma vida.
Os homens na Terra, onde, um dia, vivi e onde também agora tenho novamente serviço a fazer, poderiam entender que somos um?
Ou pensariam que somos tolos?
Se conhecessem apenas um pouquinho da felicidade que possuímos, que carregamos dentro de nós, então já estariam felizes e reinaria a paz na Terra.
Soubessem eles, linda flor, que amor é força e significa vida; que amor pode secar mares.
Mas, somente quando é de origem divino.
Que eles sentissem o que é o amor universal, então poderiam, como nós, ajudar e apoiar outros.
Porém, nós os ajudaremos a usar a força sagrada de Deus para fazer acordar os outros que ainda não sentem a vida, não sabem vivenciar, ainda não estão em vida.
Ensinaremos a ter confiança na força sagrada de Deus.
Nós fortificaremos a confiança deles em tudo.
Que os homens na Terra pudessem ter mais confiança, então estariam firmes na sua luta.
Você linda flor, tenha confiança; por isso a vida tornou-se a sua, a sua vida tornou-se sentimento, o seu sentimento tornou-se amor e o seu amor a sua vida.
Soubessem os homens da Terra que – por auto-confiança – poderiam fazer milagres; que por auto-confiança –o seu amor cresceria, floresceria e seria linda.
Auto-confiança é a força na vida de todos.
Autoconfiança é aquela força sagrada que Deus chama de vida.
A autoconfiança liga o Homem a Deus.
Porque o Homem duvida de uma vida eterna?
Porque ele, linda flor, não sente a sua vida eterna, não entende; porque não está ciente disso.
Ainda é a sua posse inconsciente.
Por isso chamamo-lo de morto vivo.
Ele fica bravo, linda flor, quando lhe contam a verdade, lhe mostram a verdade.
Oh, eu poder-lhe-ia contar tanto sobre o Homem terreno, mas não quero perturbar a sua tranquilidade.
O Homem na Terra não conhece a nossa tranquilidade, porque vive em desarmonia e não sente harmonia, porque a sua vida é desarmonia, porque está em desarmonia com o seu Pai celestial.
Quanta beleza não poderíamos lhes contar de nós!
Mas achariam doce demais, muito fora da Terra.
É que o seu sentimento espiritual se materializou demais.
Quando queremos ensiná-lo através dos nossos instrumentos e os perguntamos a fazer de uma maneira, como vemos e sentimos, porque vivemos e estamos acordados, ele pensa que os médiuns se tornaram os nossos escravos.
Isso pensam principalmente aqueles que acham saber alguma coisa da sintonia espiritual.
Se tivessem mais confiança em nós, então poderíamos indicar-lhes os seus erros, levá-los ao bom caminho e ligar-lhes à nossa vida que é vida eterna.
Quanto então poderíamos lhes dar!
Mas, linda flor, até aqueles que vêem espiritualmente, que carreguem o dom de luz neles, não têm auto-confiança suficiente.
Eles também ainda cambaleiam e estão sujeitos a influência.
Agora alimento força de você, minha flor.
Nutri e fortifiquei uma vida jovem com os seus sucos.
Agora vou embora, mas voltarei para contar-lhe mais ainda sobre os homens, se isto não perturbará a sua paz.
Porém, o seu amor será forte o suficiente porque é de Deus.
Na Terra farei compreensível o incompreensível e desenvolverei o espírito humano.
Assim quero guiar os homens e sintonizar o seu sentimento em Deus.
Então, altera todo o seu medo e dúvida em autoconfiança.
Viva, minha flor, viva.
Deixe viver a vida que está em você.
Deixe ela ser sempre a sua felicidade eterna, sua vida eterna.”
 
O coração do André batia muito forte.
Agora sabia o suficiente e entendeu tudo.
O vulto reluzente ali, diante dele, podia ser nenhum outro que o seu próprio líder, o seu próprio Alcar querido.
Agora o viu - como nunca antes -.
Sim, ele entendeu tudo.
O seu medo não foi necessário e ele abalou na sua confiança.
Ainda não foi forte o suficiente para enfrentar o perigo.
Devia ter reconhecido o Alcar imediatamente, e nunca ter duvidado da sua ajuda.
Sentiu se como paralisado e quase não tinha forças para tudo carregar.
Então, ouviu cochichar a bem-conhecida e voz carinhosa : “André, meu menino, aquele que quer fazer tudo em amor, será inesgotável, porque Deus é Amor e Deus é inesgotável.”
O André olhou para cima.
Ali, diante dele estava o seu líder.
Como era lindo!
Durante as suas viagens às Esferas, nunca se se apresentara com uma beleza tão radiante.
“Somente então me verá assim, quando estiver totalmente sintonizado em mim, e como agora, virá a mim, em grande amor humano.
Amor, que me deu pelo seu medo, porque o seu medo era amor que estava sintonizado a esta Esfera.
Esta prova do seu amor por mim, me fez decidir para agora e para sempre acabar com a falta de confiança que estava em você.
Conheci esta desconfiança, meu menino, e por isso lhe mantive fora de tudo e você foi somente minha ferramenta.
Porém, com isso nada teria aprendido, mas – pelo seu sentimento profundo – o seu amor se sintonizou no meu.
Assim, tornamo-nos um só e pude ligá-lo àquele amor, com aquela Esfera, onde sentiu a tranquilidade, que leva harmonia em tudo, o que significa vida espiritual.
Quis, durante a doença de Doortje, fortalecer a sua auto-confiança, para lhe mostrar que só amor é auto-confiança.
Agora, não será mais mantido fora da verdade, porque, agora sei que tudo lhe é sagrado, que o seu amor crescerá e florescerá e que faremos milagres em nome do Pai, porque Ele é a Vida de toda vida.
Agora tudo deve ter lhe ficado mais claro.
Porém, sempre fique atento que não se torna um brinquedo do seu sentimento e, principalmente, também não achar saber mais que nós, porque significaria presunção, o que nunca poderemos lhe avisar o suficiente.
Não deixe mais se influenciar erradamente; pense nisso.
Má fé é o veneno com que a Humanidade está contaminada.
Agora, veja aqui uma outra imagem.”
André viu a Doortje diante dele e podia gritar de felicidade, porque a criança estava viva.
Então, se preocupou em vão, porque não confiou o suficiente no Alcar.
“Agora sente”, ele perguntou, “porque Jacques e Nel não podem saber de nada?
Se estivessem a par da seriedade da doença da sua filhinha, tirariam ela de nós para, e com o seu receio, confiá-la-iam a um médico terreno.
Nas nossas mãos porém, está segura e por dois tratamentos magnéticos pudemos salvar a pequena de uma meningite.”
O André não se assustou mais desta comunicação, porque a sua confiança em Alcar agora não podia ser mais abalada.
“Agora todas as matérias perniciosas deixarão o corpinho; logo o perceberá.
Eu vigio, André.
Confie, confie, confie.
Agora mais isto.
Não se ache superior demais, mas, principalmente, nem inferior demais, porque como então você poderia estar consciente da sua própria força e convencer os outros dos nossos conhecimentos?
E também mostre que você emite amor, porque amor faz milagres.
O seu amigo não virá e amanhã a criança estará bem melhor.
O Alcar partiu e o André novamente ficou só.
Aprendeu muito durante as últimas horas e entendeu bem a visão.
Que felicidade foi para ele que pôde ajudar o seu líder a manter uma vida jovem para os seus pais.
Na noite seguinte, ele foi visitar a Doortje.
A Nel foi ao seu encontro já no corredor e clamou-lhe: “Doortje está bem melhor, André, mas que monte de sujeira saiu do seu ouvido!
Hoje à tarde, às três horas, estourou o abscesso; houve um cheiro terrível.
Como este pequeno tesouro deve ter sofrido!”
A pequena, novamente, estava sentada na sua cadeirinha e o olhou com um rostinho sorridente, como se percebesse que agora tudo estava bem.
Não precisou mais ajudá-la.
Pelos dois tratamentos, o milagre se consumou.
Mesmo assim, não ficara poupada de mais doenças, é que, aos poucos, começou a inchar o seu ouvido esquerdo e a pele à volta a colorir-se de vermelho, até que, finalmente, apareceu um tumor atrás do ouvido.
André a tratou duas vezes por semana o que seu líder mandou-o, enquanto, também lhe comunicou que este processo se repetiria cinco vezes e o segundo tumor seria um pouco menor que o primeiro.
O último teria o tamanho de uma bolinha de gude (port. berlinde).
Ele passou este comunicado aos seus amigos que se impressionaram muito.
Acharam terrível.
Este primeiro tumor era do tamanho de uma noz e, a cada momento, poderia estourar.
Numa noite, o Alcar disse que isso aconteceria à noite e que na pequena precisava ser posto um curativo muito bem feito, porque muita matéria perniciosa se soltaria.
A manhã seguinte, Jacques chegou contando que o que Alcar lhes comunicou acontecera.
O primeiro tumor sumiu.
O ouvido porém, continuava vermelho e inchado e, a partir do momento que apareceu o inchaço, havia e continuava uma presença de sangue na urina, o que, segundo Alcar, não mais seria o caso quando o último tumor desaparecesse.
Aos poucos apareceu o segundo e sumiu da mesma maneira que o primeiro.
E quando finalmente este processo se repetiu cinco vezes, a cor do rosto da pequena, felizmente, começou a se melhorar e também, não se encontrava mais sangue na urina.
“Agora a Doortje sarou”, disse Alcar, “e não ficará doente logo, porque levamos toda a matéria perniciosa para fora, o que será de grande valia para toda a sua vida.”
O André então, contou aos seus amigos, como o seu líder vigiou, carinhosamente, sobre o seu tesouro e de que doença temida a salvou.
Eles então, ficaram muito comovidos com este comunicado e imensamente gratos por tudo que o Alcar fez por eles ao seu grande amor.
“Podemos ajudar os homens em tudo”, disse Alcar, “e em caso de doença séria não será aguardado nem um minuto a mais, se puder constar que ajuda terrena precisa ser chamada.
Sempre vigiarei, dia e noite, porque o espírito não precisa mais de sono e não conhece mais cansaço.
Mas é a você para fazer tudo segundo os nossos desejos.
Então, não existe perigo.
Assim, se entregarão docilmente a nós e a ciência nos aceitará, porque obteve confiança em nós.
Médicos chamarão pela nossa ajuda, quando estiverem impotentes diante de casos sérios de doença.
Curvarão a cabeça e deixarão a sua vergonha falsa, porque, muitas vezes, chegarão diante de problemas que, para o espírito, não são problemas, porque nós nos ligamos à matéria e enxergamos através dela.
Convencerei a ciência – entenda-me bem – eu, agora nomeado de Alcar que, antigamente, viveu na Terra, que prosseguiremos a viver.
Eu vivia séculos atrás na sua Terra e ainda é pronunciado com respeito por muitos de vocês, o nome que tive então.
Na flor da minha idade, bem quarenta anos, fui chamado para a outra vida.
Antes porém, eu já estava convicto que a minha vida não terminaria com a terrena.
E quando fiquei ciente, em que situação deixei muitos irmãos e irmãs, surgiu – Graças a Deus – um desejo intenso em mim, para poder convencer os homens da Terra de um prosseguimento após a morte física.
Todos os meus amigos já estão, há muito, também ao nosso lado e eles me ajudam e me apoiam nesta tarefa.
Na sua Terra tinham nomes famosos que agora ainda prosseguem e em que se obcecam, enquanto não têm mais valor para eles, porque aprendemos que é só o espírito que dá valor à vida.
Se pudessem aceitar que, por trás do véu, trabalhamos com grande amor para os homens e tentamos ajudá-los em tudo, poderiam aliviar tanto a nossa tarefa e agir segundo os nossos desejos, mas como acham que morte é morte, não querem saber da vida.
Por isso, nós – eu e tantos outros – retornamos à Terra para abanar a Humanidade e lhe convencer que vivemos, porque Deus, Que é Amor, deu à nós e a eles uma vida eterna que – por sempre evoluir – um dia, se tornará perfeita, assim como o Pai dos Céus é perfeito.
Então, assim pude salvar uma vida jovem ; eu, o homem sem corpo, com o meu intelecto pensador, desenvolvido, enquanto na Terra, ninguém sabia de que doença perigosa ela sofria e ninguém então, a tempo, pôde intervir decisivamente, de maneira que teria sobrado apenas matéria, somente matéria.
Com isso quis mostrar que podemos ajudar o Homem com um médium curador, superior, a resolver os seus problemas e sempre querer lhe dar amor.
Se ele aprendesse a entender que os “mortos” vivem.
Nós lhe clamamos do Além: nós vivemos, nós vivemos ao nosso lado em grande felicidade.
Vivemos em eterno amor puro; um amor que nenhum Homem na Terra conhece nem sente.
A vida eterna não há como destruir, mas só após a morte pode se desenvolver, totalmente, em espírito.
Não há como destruir, porque a Vida é Deus e Ele não destruirá a Sua própria Vida.
Quando porém ali estiver o momento em que Deus o chamar e a dita morte entrar, então o Homem precisará deixar apenas a veste material, assim como tantas vezes já deixa uma peça de roupa, desgastada ou não.
Então, o espírito solta as suas correntes para poder subir à regiões desconhecidas sempre mais alto.
Nós, que já deixamos há tanto tempo a nossa veste material, chegamos às pessoas para lhes contar disso, porque sabemos que sempre evoluiremos, para sempre aceitar formas de existência mais elevadas, até estarmos sutis demais, sintonizados altos demais, para ainda podermos nos ligar aos habitantes da Terra.
 
Finalmente, ainda mostrei que o magnetismo é a força abençoada que ajudará o Homem a curar as suas doenças, porque é uma força de cura pura, natural e tudo que é natural e puro, anda a caminho que leva ao mais Alto.
Eu, que há tanto tempo atrás vivia na sua Terra, salvei uma vida jovem por vontade de Deus.
Isso então, só me será possível, quando a minha força não for contra a força de Deus.
Nós, que sentimos muito mais intensos o Espírito do que o Homem, sabemos o que devemos e é permitido fazer, em sintonização a Deus.
O Homem, espiritualmente, ainda está num sono profundo de que será acordado, quando pertencerá aos nossos.
Doortje foi salva por nós.
Isso não fornece a prova aos homens que nós retornamos a eles, para entre eles, fazer o nosso trabalho?
Deus nos entregou a graça de poder retornar a eles.
Porque possuímos a luz, vemos na sua escuridão e a nossa luz iluminará a sua escuridão.
Homem da Terra, aceite a luz, porque esta Luz é Deus.
Amarramos-lhe o cinto de salva-vida dos espíritos.
Saiba que nenhuma tempestade no mar da vida pode destruí-lo.
Você continua a boiar, porque a Vida eterna o mantêm boiando.
Em você há a centelha santa de Deus, a força salvadora, pela qual está sintonizado Nele.
Nós vigiaremos sobre vidas jovens e também sobre vidas que ainda estão na sua idade tenra – ainda se pode chamar de jovem no espírito – embora, tendo alcançados a idade de setenta, até de oitenta anos.
Queremos ajudar eles e os mais novos.
E por isso lhes clamo: agora ainda dá tempo, agora ainda está no seu corpo terreno, de posse da sua vida terrena.
Salvem, amigos, o que tiver por salvar.
Porém, não salvem a matéria, mas salvem o espírito e purifiquem a sua alma.
Então, uma vida de Amor Eterno, de felicidade eterna lhes aguarda na Casa Divina do Pai, quando a sua viagem peregrina terrena estiver no fim.”